ChatGPT e personalização de conteúdo podem ser a chave para treinamentos inovadores
Frente aos desafios econômicos globais, a automação e a digitalização de processos na área de Recursos Humanos aparecem como caminhos óbvios para ganhos no curto prazo
Vice President of Corporate Education da Exame
Publicado em 20 de março de 2023 às 14h45.
Última atualização em 31 de outubro de 2023 às 10h23.
A atual situação econômica global, que pressiona as empresas para reduzir seus orçamentos, tem um impacto direto nas estratégias de Treinamento & Desenvolvimento (T&D). Líderes de aprendizagem estão sendo forçados a repensar suas estratégias e reexaminar sua força de trabalho, muitas vezes se perguntando: como seguir adiante?
A personalização do conteúdo de aprendizagem e a integração de processos ao ChatGPT , chatbot com base em inteligência artificial, podem ser as respostas para esse cenário desafiador que temos pela frente.
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Os líderes de RH enfrentam tempos incertos, sofrendo uma pressão por cortes de gastos frente aos desafios econômicos globais, ao mesmo tempo que lutam para atrair e reter talentos, que estão cada vez mais caros e escassos.
Diante desse cenário, a automação e a digitalização de processos no RH aparecem como caminhos óbvios de ganhos no curto prazo.
Mas conectar o ganho constante de habilidades com as demandas do negócio tornou-se inegociável, ou seja, investir em aprendizagem tem de fazer parte da estratégia central das empresas, mantendo os desafios do presente e se preparando para as mudanças do futuro. O que reforça o conceito de organizações ambidestras.
Como utilizar o ChatGPT em treinamentos corporativos?
Assim como já havia comentado nesta coluna, uma das principais tecnologias em alta na área de RH em 2023 é a inteligência artificial e, com ela, o ChatGPT. No dia 14 de fevereiro participei de um painel de debate com líderes de aprendizagem em São Paulo (SP) e não foi diferente: a nova ferramenta foi uma das pautas principais do encontro.
Junto com Débora Mioranzza, Vice-Presidente para as Américas da Degreed; Conrado Schlochauer, consultor em aprendizagem da nōvi; Danilo Garbazza, gerente da Universidade Petrobrás; e Mariana Coda, gerente de aprendizagem do Itaú Unibanco, conversamos sobre as lições aprendidas em 2022 e o que esperar de um futuro próximo em se tratando de aprendizagem.
“O que a pandemia nos ensinou é que devemos estar preparados para um futuro incerto”, disse Débora na abertura do painel. Muito disso passa pela retenção de talentos — segundo a pesquisa “2023 Workplace Learning Report”, 93% das organizações estão preocupadas com a retenção de colaboradores.
“Essa pesquisa também deixa claro que oferecer oportunidades de aprendizagem é a principal ação que as empresas estão tomando para melhorar a retenção. Assim, disponibilizar oportunidades de aprendizagem de forma democrática contribui para o aumento da retenção de colaboradores”, afirmou Débora.
Para Conrado, o ChatGPT chega como um importante aliado nessa preparação. “O ChatGPT não vai ser a solução para todos os problemas, mas é uma ferramenta que vai ajudar as equipes de RH a pensar melhor e de maneira mais estratégica.”
Personalização de conteúdos
Uma pesquisa da Gartner apontou que 82% dos colaboradores dizem que é importante para eles que a organização os veja como pessoas e não apenas funcionários. Esse número reforça o conceito do “Person-First Experience” e é algo que deve guiar as decisões das equipes de T&D este ano.
Não há uma fórmula que possa ser aplicada de maneira homogênea à toda força de trabalho. Assim, torna-se essencial ter uma abordagem de aprendizagem personalizada — isso inclui desde o tipo de conteúdo que é disponibilizado até a maneira com a qual esse conteúdo é consumido.
Para Danilo, da Petrobrás, colocar as pessoas no centro da estratégia de aprendizagem tem sido fundamental para aumentar os índices de engajamento e muitos desses resultados têm ligação direta com a personalização de conteúdos.
“O que temos observado é a institucionalização de conteúdos personalizados. Assim como plataformas como Amazon e Netflix nos recomendam conteúdos com base no que já consumimos e gostamos, vamos ver isso acontecendo na área de aprendizagem também”, disse Danilo. “A personalização desses conteúdos vai ser o grande desafio que vamos enfrentar daqui pra frente e a tecnologia será o grande habilitador para isso acontecer.”
Mariana Coda, do Itaú Unibanco, também ressaltou a importância de utilizar dados coletados no processo de aprendizagem para criar insights que alimentam as estratégias das equipes de T&D. “Precisamos conectar soluções e pessoas para que tudo faça sentido junto”, disse Mariana. “A jornada pela frente, porém, ainda é longa.”