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CEOs que mentem têm mais dificuldade para escapar da demissão

Quatorze CEOs norte-americanos foram demitidos por lapsos éticos entre 2012 e 2016, em comparação com seis no período de cinco anos anterior

Mentiras: os conselhos internacionais também estão se tornando mais intolerantes, e as demissões subiram 36% em cinco anos (g-stockstudio/Thinkstock)

Mentiras: os conselhos internacionais também estão se tornando mais intolerantes, e as demissões subiram 36% em cinco anos (g-stockstudio/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2017 às 21h46.

Michigan/Nova York - O número de CEOs demitidos por lapsos éticos mais que dobrou nos EUA e no Canadá nos últimos cinco anos — segundo os pesquisadores, este é um sinal de que os diretores corporativos estão cada vez menos dispostos a tolerar o mau comportamento.

Quatorze CEOs norte-americanos foram demitidos por lapsos éticos entre 2012 e 2016, em comparação com seis no período de cinco anos anterior, segundo um estudo realizado pela PwC com 2.500 empresas internacionais.

Os pesquisadores incluíram executivos que saíram tanto por má conduta própria quanto por má conduta de seus funcionários: por exemplo, se um CEO fosse obrigado a sair devido a uma fraude generalizada na organização, este caso também contaria.

Os conselhos internacionais também estão se tornando mais intolerantes, e as demissões subiram 36 por cento durante o período de cinco anos finalizado em 2016 em comparação com o período anterior.

Essas expulsões — e o comportamento que as precedeu — são caras, porque desencadeiam o pagamento de indenizações dispendiosas e quedas de preço das ações.

O valor da ação costuma cair 13,5 por cento em relação ao índice regional de uma companhia durante o período de dois anos em torno da demissão de um CEO, de acordo com a PwC, e os executivos frequentemente embolsam dezenas de milhões no processo de saída.

Além dos custos financeiros imediatos, a demissão de um CEO por conduta inadequada prejudica a reputação de uma empresa nos cinco anos seguintes ao incidente, de acordo com uma análise realizada em 2016 pela Universidade de Stanford que estudou 38 exemplos de chefes com má conduta entre 2000 e 2015.

Outro estudo de Stanford concluiu que mais de metade da população geral apoia a demissão de chefes com má conduta.

Gary Neilson, um dos autores do estudo da PwC, disse que diversos fatores convergiram para reduzir a probabilidade de que um conselho faça vistas grossas diante de lapsos éticos.

Os acionistas ativistas estão mais insistentes, e os diretores corporativos têm novas responsabilidades em relação a condutas ilegais nas empresas.

Com a tecnologia, ficou mais fácil monitorar e comprovar delitos, e qualquer indignação pública é amplificada pelas redes sociais.

Nos mercados emergentes, uma repressão a subornos levou a um aumento de 141 por cento no número de CEOs demitidos.

Para aliviar os custos e, talvez, a injustiça percebida quando um CEO que engana ou mente recebe uma indenização milionária, mais conselhos demandam a capacidade de exigir compensação se um executivo se envolver em irregularidades que causam uma redefinição financeira.

O conselho da Wells Fargo recuperou US$ 180 milhões de funcionários, inclusive do ex-CEO John Stumpf e da ex-diretora de bancos comunitários Carrie Tolstedt, como resultado de um escândalo envolvendo legiões de contas falsas abertas sem permissão do cliente.

“Estamos atravessando um período de redefinição”, disse Neilson, da PwC. “Com o tempo, à medida que as companhias ficarem melhores nisso, os números devem cair. Grande parte disso tem a ver com a descoberta.”

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