Presidente da Netflix doa mais de R$ 600 milhões para universidades negras (Daniel Muñoz/Getty Images/Getty Images for National Geographic Magazine)
Tamires Vitorio
Publicado em 17 de junho de 2020 às 11h54.
Última atualização em 17 de junho de 2020 às 12h51.
Protestos antiracismo têm marcado os Estados Unidos nas últimas semanas após o assassinato de George Floyd, homem negro morto por um policial branco. Em meio às reivindicações, artistas e personalidades têm feito doações para ajudar o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em tradução literal para o português).
É o caso do rapper Kanye West, que doou 2 milhões de dólares (cerca de 10 milhões de reais na cotação atual) para pagar os estudos da filha de Floyd.
Nesta quarta-feira (17), o presidente e cofundador da Netflix, Reed Hastings, e sua esposa Patty Quillin, engrossaram a lista e fez uma doação recorde de 120 milhões de dólares (mais de 600 milhões de reais) para o maior fundo de apoio a faculdades historicamente negras nos EUA e beneficiará também as universidades Spelman e Morehouse. Cada uma receberá 40 milhões de dólares.
As universidades americanas mais ricas e majoritariamente brancas recebem mais do que as que têm mais alunos negros. Harvard, por exemplo, recebe mais de 40 bilhões de dólares em doações, enquanto a Spelman não recebe mais do que 390 milhões de dólares. Segundo Hastings e Quillin, a ideia é "ajudar a mudar isso".
"Nós acreditamos que investir na educação da juventude negra é uma das melhores formas de ajudar o futuro da América. Nós dois tivemos o privilégio de ter uma boa educação e queremos ajudar mais estudantes --- em particular as minorias --- a ter o mesmo começo de vida", disseram os dois em um comunicado.
Quillin e Hastings também assinaram o Giving Pledge, organização fundada por Bill Gates, Melinda Gates e Warren Buffett, e prometaram dar a maioria de sua riqueza para causas filantrópicas.
Segundo o jornal americano The New York Times, o CEO da plataforma de streaming também está tentando aumentar a diversidade em seu quadro de funcionários e afirma que 7% deles são negros e representam 8% da liderança da empresa, o que, para uma empresa de tecnologia é um número bastante expressivo --- mas ainda assim longe do ideal.