(katleho Seisa/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 9 de junho de 2021 às 08h00.
Última atualização em 10 de junho de 2021 às 10h25.
Era uma vaga muito engraçada. Não tinha salário, não tinha nada. A falta de descrições e informações nas vagas de emprego é uma frustração já comum na rotina de quem procura uma nova oportunidade. E nem é o que os profissionais mais odeiam.
É como comprar um produto online, mas sem ter as informações básicas para fazer a escolha correta para você. Segundo Ana Paula Prado, Country Manager do InfoJobs, cada vez mais o comportamento dos profissionais se assemelha ao do consumidor.
“A ideia de marca empregadora é cada vez mais importante, só que ainda é algo muito novo. As empresas precisam perceber que falam com pessoas, o candidato e o colaborar são consumidores da sua marca”, explica a gerente.
Em pesquisa feita com 500 profissionais, o InfoJobs percebeu uma mudança no comportamento dos candidatos em relação às vagas.
Para 70,2% dos respondentes, a reputação da marcar empregadora é um fator importante ou muito importante para aceitar uma proposta de emprego.
E 76,2% disseram procurar por páginas de opinião e redes sociais sobre a empresa antes de tentar uma vaga.
“O papel do RH é executar a estratégia de marca de passar bem para o mercado a realidade da empresa, como é atuar ali dentro, e se preocupar em entender como vai ser a jornada do candidato”, explica ela.
Se essa jornada do candidato e funcionário for bem-feita, os contratados viram os maiores promotores da marca da empresa.
Para a gerente, a demanda dos candidatos é por mais transparência por parte das empresas. Mesmo em vagas que precisam ser trabalhadas com confidencialidade, ainda é esperado que o empregador forneça informações para que a pessoa faça sua escolha.
O comportamento mudou, mas algumas das reclamações dos candidatos continuam as mesmas: na pesquisa, 43,8% dos entrevistados apontaram a falta de feedback como o que menos gostam nos processos seletivos.
Mesmo com a possibilidade de automatização das respostas para ajudar o trabalho do RH, os candidatos ainda sentem a falta de uma devolutiva mais personalizada – ou qualquer sinal de que a vaga já foi preenchida.
Em segundo lugar, 26,4% disseram que não gostam de processos com muitas etapas. E 12,8% se queixaram de testes muito longos.
“A pessoa não pode sentir que está perdendo tempo no processo. A cada etapa, a pessoa vai checar se aquela empresa é certa para ela. A transparência tem que ocorrer dos dois lados. E o candidato pode pedir por mais clareza sobre as etapas de seleção e a vaga em si”, conta a gerente.
E quando as informações que recebem não são do agrado do candidato, ele acaba abandonando a vaga. Mais do que não ter dados claros no anúncio da vaga, o que os candidatos odeiam a ponto de desistir de um processo é a divergência de informações.
Se a mentira no currículo pode eliminar um candidato, vender um “produto falso” ao profissional custa caro para a empresa. Não é surpresa que 87% das pessoas na pesquisa disseram que gostam quando um anúncio tem todas as informações necessárias.