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Brasileira conta como é fazer uma pós-graduação em francês

Carla Simon decidiu se lançar ao desafio de fazer um mestrado em francês no Canadá. Aqui, ela conta os desafios e as recompensas da aventura

Idioma francês (nito100/Thinkstock)

Idioma francês (nito100/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 15h00.

Última atualização em 21 de agosto de 2017 às 16h52.

Quando comecei a estudar francês, há alguns anos, eu ainda estava na faculdade, terminando o bacharelado em comunicação na PUC-RS. O objetivo era cursar um semestre da minha graduação na França. Já havia morado duas vezes nos Estados Unidos, e, dessa vez, buscava um desafio maior, que seria estudar em francês.

Para isso, buscava alguma universidade renomada na França – o destino óbvio para quem quer aprimorar a língua de Molière. Entretanto, como sempre acontece na vida, logo que uma oportunidade aparece, outras tantas vêm junto só testar o que realmente queremos.

Comecei a estagiar e coloquei os planos de estudar fora de lado. Um emprego foi levando a outro e quando me dei conta, completavam cinco anos desde que o planejamento inicial de partir para o exterior tinha surgido.

Resolvi retomar os planos e decidi fazer uma pós-graduação em francês, mas o meu nível de idioma não era tão bom assim. Decidi, então, fazer um intercâmbio de cinco meses para aperfeiçoar o idioma.

Escolhi Montreal, uma cidade bilíngue, sabendo que se tudo desse errado, o inglês certamente me ajudaria. Mas acontece que eu me apaixonei pela cidade e seus arredores. Montreal é extremamente segura, tranquila, cheia de atividades culturais, além de ser a capital gastronômica do Canadá.

Ao final dos cinco meses, me dei conta que precisava de mais tempo em Montreal. Ainda não tinha vivido tudo que queria por aqui. Comecei a buscar um pós-graduação em francês e descobri, que além de tudo, a melhor universidade francófona generalista do mundo ficava em Montreal!

A Université de Montréal (UdeM) está bem colocada entre as melhores universidades do mundo e entre as generalistas em francês, ela fica em primeiro. Por isso, não tive dúvidas: era lá que eu queria estudar.

O desafio era escolher um curso que se adequasse as minhas expectativas entre os mais de 600 que a UdeM oferece. No próprio site da UdeM, encontrei uma ferramenta que se chama Cursus e que ajuda os futuros estudantes a definirem os cursos que mais se encaixam com o perfil deles.

Os desafios de uma pós-graduação em francês

Finalmente, optei pelo mestrado em relações internacionais (études internationales na UdeM) e foi uma das melhores escolhas que podia ter feito. É um programa multidisciplinar no qual existe a possibilidade de escolher disciplinas de diferentes áreas. Tive aulas de antropologia, sociologia, criminologia, ciências políticas, demografia, história, línguas com professores de várias partes do mundo.

Minhas turmas eram compostas por uma mistura de culturas, o que deixava todo o processo de aprendizagem ainda mais enriquecedor, pois permitia que as discussões englobassem os assuntos de diferentes pontos de vista e perspectivas.

O apoio e suporte dos professores foi excelente e o acesso a livros, artigos científico e cursos de aperfeiçoamento (da língua por exemplo), são pontos fortes da universidade.

É claro que nem tudo são flores, e passei por algumas dificuldades principalmente no momento de escrever minha dissertação de mestrado, 150 páginas em francês. Muita leitura e aulas particulares foram indispensáveis para melhorar a escrita. Contei com ajuda de amigos e corretores durante o processo, e é claro, o apoio indispensável da família.

A vantagem de estudar em uma universidade com centenas de instituições parceiras é que no momento que precisava de livros que a UdeM não tinha, eu fazia o pedido no site da biblioteca e os livros vinham, na maioria das vezes, de outras grandes universidades dos Estados Unidos. Um suporte incrível para pesquisadores.

Carla Simon é jornalista e mestre em relações internacionais pela Université de Montréal (UdeM). Trabalhou no SBT, Tv Rio Sul e no site G1, no Brasil. No Canadá, ela foi estudante embaixadora da Université de Montréal, é membro de um comitê consultativo da Oxfam (organização humanitária mundial) e analista de admissões e recrutamento na UdeM.

* Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar

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