“Atrair a Geração Z é o meu maior desafio”, afirma diretor de RH da AstraZeneca
Com receita anual de 46 bilhões de dólares, a meta global da companhia é de alcançar 80 bilhões de dólares até 2030. Como? Apostando em novos produtos e pessoas
Repórter
Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 10h36.
Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 15h31.
A biofarmacêutica AstraZeneca , não quer apenas ser conhecida pela vacina que desenvolveu durante a pandemia da Covid-19. Curiosamente, hoje a companhia nem comercializa vacinas em seu portfólio. O que realmente define a multinacional, fruto da fusão entre a sueca Astra e a britânica Zeneca há 25 anos, é sua expertise em medicamentos, com destaque para áreas como oncologia, respiratório, imunologia, cardiovasculares e doenças raras.
Mas, ambiciosa em suas metas corporativas, a AstraZeneca também aposta no capital humano como estratégia para os negócios. “Para alcançar nossos objetivos, é essencial ter um time produtivo e engajado,” afirma Gustavo Abreu, diretor de Recursos Humanos da companhia.
"Tudo que fazemos dentro da AstraZeneca, fazemos para transformar vidas lá na ponta. Colocar o paciente em primeiro lugar é o nosso lema, e isso começa com os nossos funcionários", destacou Abreu.
Com o crescimento global da AstraZeneca, que registrou receita anual de 46 bilhões de dólares em 2023, a meta global da companhia é de alcançar 80 bilhões de dólares até 2030. A empresa também planeja lançar 20 produtos até o final da década e se tornar carbono-negativa no mesmo período, afirma Abreu.“E para cumprimos essas metas a participação dos funcionários, inclusive do Brasil, será essencial”, afirma.
Atualmente, o time global conta com 85 mil funcionários. No Brasil são cerca de 1.500 pessoas - 1.100 na área comercial no escritório de São Paulo e 250 na unidade de manufatura em Cotia, São Paulo, que se dedicam à embalagem de medicamentos - uma vez que no Brasil não é fabricado nenhum produto. "Os grandes centros de fabricação em larga-escala estão nos Estados Unidos, Reino Unido e Suécia”, afirma o diretor.
Entre vacinas, cursos de finanças, flexibilidade no trabalho e até possibilidade de trabalhar em outro país, a AstraZeneca tem investido em pessoas para alcançar as metas ousadas nos próximos anos - com um olhar especial para a Geração Z, que está sendo o maior desafio do RH da biofarmacêutica.
Benefícios: uma aplicação certa para o engajamento
O modelo de benefícios da AstraZeneca é voltado, sobretudo, para o que dá sentindo aos negócios da companhia: a saúde. Segundo Abreu, entre os benefícios no Brasil, estão medicamentos subsidiados, com extensão para os familiares dos funcionários e para doenças graves, como câncer. "Nosso objetivo é garantir que nossos funcionários e suas famílias tenham acesso ao melhor cuidado possível", afirma o diretor de RH.
A empresa também oferece benefícios como o Short Friday , que permite aos funcionários saírem mais cedo às sextas-feiras, além de horários flexíveis para cargos administrativos, para que todos possam equilibrar a vida pessoal e profissional.
“Quando o feriado cai em uma terça ou quinta-feira, esse dia também tem o expediente reduzida, além de emendar a segunda ou a sexta”, afirma Abreu. “A ideia é ajudar os funcionários a fugir do trânsito que todo mundo encara nos feriados”.
Além disso, a flexibilidade se estende a uma política de trabalho híbrido, 2 dias remoto e três dias no escritório. "São benefícios que não nos geram custos e traz como retorno engajamento dos funcionários", diz o diretor.
Diversidade: a Geração Z como um desafio
O desenvolvimento contínuo está no centro da estratégia da empresa. "A empresa só cresce quando as pessoas crescem", afirma Abreu. Programas como o Profec incentivam a educação formal e o aprendizado de idiomas, e a plataforma interna oferece milhares de cursos acessíveis 24/7 para todos os funcionários. "Acreditamos em lifelong learning ainda mais na área da saúde que vive em constante evolução ", diz o diretor.
Para atrair um time mais diverso, a companhia oferece também licença parental estendida: 6 meses para mães e 84 dias para pais. “Hoje, 58% da força de trabalho é feminina e 55% da nossa liderança sênior é feminina”.
Entre encontrar o perfil ideal para a vaga, e pensar em ações para reter os talentos, Abreu afirma que hoje o seu maior desafio é atrair jovens da Geração Z para um setor que exige um grau de conhecimento elevado.
“Hoje mais de 20% dos nossos funcionários têm 50 anos ou mais. Temos muito orgulho disso. Mas por outro lado, menos de 1% da organização tem menos de 25 anos. Atrair a geração Z para um setor muito técnico é o nosso maior desafio”, afirma Abreu que reforça que há 47 vagas abertas para estagiários na companhia.
Multinacional: a chance de ser um profissional internacional
A mobilidade internacional é outro benefício da AstraZeneca para reter e desenvolver talentos. Todos os postos de trabalho globais são publicados internamente, permitindo que qualquer funcionário se candidate, seja para expatriação ou para participar de projetos globais, afirma Abreu, que teve a oportunidade de viver em quatro países ao longo de sua trajetória na empresa que já dura uma década.
"Aqui é possível trabalhar em projetos globais temporários e trocar expertise com outras culturas. Ter essa oportunidade me ajudou muito a crescer profissionalmente", diz o diretor de RH.
O poder de prevenção para a saúde
Assim como as vacinas protegem a saúde ao prevenir doenças antes que elas ocorram, os benefícios oferecidos pela empresa agem de forma semelhante, funcionando como uma proteção antecipada para o bem-estar dos funcionários. Isso ajuda a evitar problemas futuros, como burnout, doenças relacionadas ao estresse, como pressão alta e ansiedade, além de problemas como queda de produtividade e alta rotatividade, afirma Abreu.
"Nosso objetivo é garantir que todos os nossos funcionários, em suas funções, tenham o conforto necessário para cuidar de sua saúde, família e finanças, além de contar com a flexibilidade para equilibrar vida pessoal e profissional".