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1. Agrônomos
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1/6 (Divulgação/Ibravin)
Não é fácil cultivar as cerca de cinco mil espécies de uva, que segundo o livro Conheça Vinhos (Editora Senac), podem ser utilizadas na produção da bebida. “Cada detalhe do plantio e cultivo será transmitido ao vinho”, afirma João Santos, presidente da vinícola ViniBrasil, localizada em Lagoa Grande (PE). Por isso, a tarefa do agrônomo nesse processo é fundamental para que a vinícola chegue a combinação ideal de aroma e sabor pretendido. Em parceria com o enólogo, é ele quem vai determinar os métodos necessários para que a uva corresponda ao objetivo da vinícola. “Enquanto a uva de mesa precisa ser atraente aos olhos, a que será usada na produção de vinhos tem que ser bonita por dentro”, afirma. “Ela tem que ser cultivada sob algumas condições estressantes, por exemplo”. A fórmula parece até simples: para cada situação de cultivo, uma característica final para o vinho. Nesse processo, as técnicas da agricultura de precisão e o uso de tecnologias são essenciais. Na ViniBrasil, por exemplo, foi criado um sistema de irrigação da plantação com as águas do rio São Francisco para driblar o clima semi-árido do sertão. “Com isso, temos a possibilidade de controlar a quantidade de água que as plantas irão receber”, diz Santos. De acordo com especialista, cada vinícola terá seu modo de lidar com a terra. Mas os agrônomos precisam fazer uma especialização no setor. “Além de determinar as práticas agrícolas, é ele quem vai construir os planos de viabialidade econômica da produção”, diz Flávio Eduardo Martins, coordenador da pós-graduação em marketing do vinho da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
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2. Profissionais de marketing
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2/6 (Divulgação/Ibravin)
Para consolidar seu espaço no mercado nacional, ainda dominado pelos produtos chilenos e argentinos, a indústria do vinho brasileiro está investindo em técnicas para posicionamento de marca. O espaço no mercado de trabalho para quem consegue conciliar técnicas de marketing com um profundo conhecimento do mercado de vinhos nacional é extenso. As opções vão desde um trabalho mais próximo das vinícolas e centros de distribuição até os chamados setores no entorno do vinho, como supermercados, hotéis e restaurantes. “Tudo é feito para o consumidor. Saber interpretar os desejos dele é a chave para esse mercado”, diz Rodrigues, da Wine Trends. “O mercado brasileiro está se tornando mais exigente e isso impactou toda a produção, mais recentemente”, complementa Martins, da ESPM. De acordo com Sérgio, do Senac, essa postura, que busca conciliar produção às demandas do mercado, é típico das vinícolas do chamado Novo Mundo, que além do Brasil, congrega países como Argentina e Austrália. “Na Europa, os melhores produtores buscam conceber um vinho que seja uma expressão do terreno com o mínimo de interferência”, diz.
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3. Profissionais para o enoturismo
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3/6 (Divulgação/Vinícola Salton)
Tradicional nos países europeus, o enoturismo está, enfim, ganhando espaço nas vinícolas brasileiras. As modalidades de turismo vão desde visitas guiadas às plantações e adegas (com direito à degustação) até um spa totalmente dedicado ao tema, como o construído pela vinícola Miolo, no Rio Grande do Sul. Há alguns anos, o turismo foi a solução encontrada pelas vinícolas para sobreviver em um mercado ainda dominado por produtos estrangeiros. Com a mudança de rumos do gosto brasileiro, o enoturismo ganhou um novo papel. “O turismo é uma vitrine para a vinícola, para incentivar a fidelização dos clientes”, explica Cristine da Cruz, responsável pelo setor na vinícola Salton, em Bento Gonçalves (RS). Atualmente, de acordo com Cristine, a Salton conta com 15 profissionais de turismo. No ano passado, cerca de 65 mil pessoas participaram de algum programa turístico na vinícola. Além da fluência em inglês e da formação em turismo, os profissionais que queiram atuar no setor precisam saber um outro idioma e ter uma especialização em vinhos. “Na Serra Gaúcha, falar espanhol e italiano pode ser um diferencial”, diz Cristine.
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4. Administradores e técnicos
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4/6 (Divulgação/Viagem e Turismo)
Para que as propostas do enólogo e do agrônomo saiam do papel, as vinícolas contam também com uma massa de técnicos. As funções dividem-se pelas adegas, laboratórios e até no campo. “Geralmente, esses profissionais precisam ter forte experiência com análises químicas”, diz Santos.
No mais, as vinícolas funcionam como empresas tradicionais com profissioanis especializados em finanças, recursos humanos e comercial, entre outros.
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5. Sommelier
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5/6 (Arquivo/Veja)
A atividade do sommelier é recente no Brasil e se popularizou apenas nos últimos anos. Solicitado em restaurantes, lojas especializadas e hoteis, o sommelier tem a função de orientar a elaboração da carta de vinhos de cada estabelecimento bem como harmonizar as escolha da bebida com os pratos oferecidos. “Hoje, até as grandes redes de supermercado estão contratando esses profissionais”, diz Fábio, da ESPM. “Nesse caso, a tarefa não é só gerenciar a carta de vinhos, mas também orientar a compra dos clientes”. Para atuar nessa função, é preciso ser um profundo conhecedor dos vinhos, regiões e gastronomia. “Ele tem que estar preparado para responder aos questionamentos do consumidor”, afirma Rodrigues, da Wine Trends.
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6. Consultores
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6/6 (Veja São Paulo/Arquivo)
Na ponta do processo, estão os profissionais que elaboram a carta de vinhos das importadoras ou grandes lojas especializadas. Esses consultores devem dominar todos os conceitos inerentes à indústria do vinho, conhecer em profundidade as diferenças entre os principais produtos disponíveis no mercado internacional e, principalmente, compreender a lógica dos negócios do setor no Brasil. "Ele precisa analisar se o tipo de vinho se adapta ao gosto do brasileiro. E a partir disso, orientar as suas decisões", afirma José Ivan Santos, que além de autor de livros especializados também presta serviços de consultoria. "Tem que conhecer o mercado e os vinhos oferecidos ao redor do globo".