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A inovação está do lado oposto dos jovens "nem-nem"

No mercado de trabalho atual, a capacidade de inovar é muito mais importante do que o conhecimento acadêmico. Mas não tem nada a ver com os jovens que nem estudam, nem trabalham

"Aqui, predomina a chamada “geração nem-nem” — nem estuda nem trabalha nem procura emprego." (Rudolf Kotulán / Dreamstime)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2013 às 15h09.

São Paulo - O professor americano Tony Wagner, da Universidade Harvard, lançou no ano passado o livro Creating Innovators (“Criando inovadores”, na tradução do inglês), no qual aponta o abismo que separa o modelo de ensino vigente nos Estados Unidos (e no mundo ocidental) do conhecimento que as empresas precisam para inovar.

Segundo o professor, uma educação voltada para a inovação precisa ser disseminada nas escolas e nos lares para que cidadãos cheguem ao mercado de trabalho com suas mentes preparadas para criar coisas diferentes. Na opinião de Tony, esse aprendizado deve ter início na infância para que na juventude floresçam adultos cheios de propósito.

Para o professor, existe uma abundância de conhecimento no mundo e saber apenas por saber importa pouco. Saber o que fazer com o conhecimento é o que vale muito. No atual mercado de trabalho, a capacidade de inventar e de resolver problemas de forma criativa é muito mais importante do que o conhecimento acadêmico.

A educação deixa o Brasil na lanterninha desta nova era. Aqui, predomina a chamada “geração nem-nem” — nem estuda nem trabalha nem procura emprego. Um mapeamento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, de 2012, mostra que há 5,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos que abandonaram a escola e consequentemente não conseguem um emprego.

Um em cada cinco brasileiros de 18 a 25 anos encontra-se nessa situação. Recentemente, participei de uma reunião patrocinada pelo Banco Mundial em Brasília para discutir como levar educação de impacto para essas pessoas.

No evento, o que mais me marcou, negativamente, foi o depoimento de um graduado funcionário federal — “o problema é que em muitas cidades brasileiras o prefeito é corrupto e o secretário de Educação, analfabeto”. Saí desolado.

Experimente dividir seu conhecimento com quem precisa. Quem pertence ao PIB intelectual do Brasil tem essa missão. É uma experiência rica profissional e pessoalmente e um ótimo exercício de liderança. Por 20 anos, antes de tornar-me professor de MBA , lecionei voluntariamente em orfanatos, creches e asilos.

Ensine inovação e ajude a transformar o Brasil. Se o tempo estiver escasso, transforme a rede em escola. Torne-se um mestre voluntário digital. Separei mais 150 iniciativas globais de educação no slideshare.net/gilgiardelli. Confira lá e boas aulas.

Gil Giardelli escreve sobre inovação digital e é professor do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM e da Miami Ad School. Também é presidente da Gaia Creative

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São Paulo - O professor americano Tony Wagner, da Universidade Harvard, lançou no ano passado o livro Creating Innovators (“Criando inovadores”, na tradução do inglês), no qual aponta o abismo que separa o modelo de ensino vigente nos Estados Unidos (e no mundo ocidental) do conhecimento que as empresas precisam para inovar.

Segundo o professor, uma educação voltada para a inovação precisa ser disseminada nas escolas e nos lares para que cidadãos cheguem ao mercado de trabalho com suas mentes preparadas para criar coisas diferentes. Na opinião de Tony, esse aprendizado deve ter início na infância para que na juventude floresçam adultos cheios de propósito.

Para o professor, existe uma abundância de conhecimento no mundo e saber apenas por saber importa pouco. Saber o que fazer com o conhecimento é o que vale muito. No atual mercado de trabalho, a capacidade de inventar e de resolver problemas de forma criativa é muito mais importante do que o conhecimento acadêmico.

A educação deixa o Brasil na lanterninha desta nova era. Aqui, predomina a chamada “geração nem-nem” — nem estuda nem trabalha nem procura emprego. Um mapeamento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, de 2012, mostra que há 5,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos que abandonaram a escola e consequentemente não conseguem um emprego.

Um em cada cinco brasileiros de 18 a 25 anos encontra-se nessa situação. Recentemente, participei de uma reunião patrocinada pelo Banco Mundial em Brasília para discutir como levar educação de impacto para essas pessoas.

No evento, o que mais me marcou, negativamente, foi o depoimento de um graduado funcionário federal — “o problema é que em muitas cidades brasileiras o prefeito é corrupto e o secretário de Educação, analfabeto”. Saí desolado.

Experimente dividir seu conhecimento com quem precisa. Quem pertence ao PIB intelectual do Brasil tem essa missão. É uma experiência rica profissional e pessoalmente e um ótimo exercício de liderança. Por 20 anos, antes de tornar-me professor de MBA , lecionei voluntariamente em orfanatos, creches e asilos.

Ensine inovação e ajude a transformar o Brasil. Se o tempo estiver escasso, transforme a rede em escola. Torne-se um mestre voluntário digital. Separei mais 150 iniciativas globais de educação no slideshare.net/gilgiardelli. Confira lá e boas aulas.

Gil Giardelli escreve sobre inovação digital e é professor do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM e da Miami Ad School. Também é presidente da Gaia Creative

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