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A força de uma cultura se mostra na Apple pós-Jobs

A inexistência de princípios orientados para a eficiência e para a perenidade mostra a fraqueza de um sistema de gestão

A obsessão com a excelência garantiu o posicionamento da Apple. Jobs definiu que o belo era importante. Os designers ganharam status, os engenheiros tiveram de se submeter a seus caprichos. O resultado foi o encontro da alta tecnologia com a arte.  (Justin Sullivan/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 19h00.

No mês passado, aconteceu o primeiro lançamento da Apple pós- Steve Jobs . O carisma dele não estava no palco, mas o legado de suas ideias e o seu jeito de ser estavam lá, intactos.

Tim Cook, atual presidente da Apple , fez uma apresentação minimalista e até procurou se vestir de modo parecido ao de Jobs. É impressionante a força da cultura de uma empresa, quando ela tem seus atributos bem claros e é praticada pelos seus funcionários.

A cultura de uma organização é o conjunto de crenças e princípios que definem o comportamento das pessoas que trabalham nela ou que se relacionam com ela. É o recurso psicológico da companhia, tão necessário quanto os recursos materiais para a execução da estratégia da empresa. Jobs deixou na Apple pelo menos quatro ícones culturais.

O foco – Quando retornou à Apple, Jobs encontrou a empresa perdida em um grande número de projetos que competiam entre si. "Toneladas de produtos, a maioria de má qualidade", em suas próprias palavras.

Ele definiu que a empresa teria apenas quatro produtos: um computador de mesa e um laptop de uso profissional e o mesmo par para uso pessoal. Assim acabou com a dispersão de energia. O resultado foi aumento de eficiência e de qualidade.

A excelência – A obsessão com a excelência garantiu o posicionamento da Apple. Jobs definiu que o belo era importante. Os designers ganharam status, os engenheiros tiveram de se submeter a seus caprichos. O resultado foi o encontro da alta tecnologia com a arte.

A confiança – Na Apple cada pessoa está preocupada em fazer apenas seu trabalho porque tem absoluta certeza de que cada colega está fazendo o seu, da melhor maneira. A confiança é o atributo mais poderoso para a construção de uma verdadeira equipe.

A paixão – Os nerds de Cupertino, cidade sede da Apple, são apaixonados pela empresa, ainda que o nível de exigência prejudique a qualidade de vida. É fácil se apaixonar por uma ideia que está mudando o mundo e, claro, sentir-se fazendo parte dessa revolução.

Steve Jobs disse que não gostava de colocar botões de liga/desliga em seus equipamentos, pois achava que eles não deveriam ser desligados nunca. Ele não está mais aqui, mas nenhum botão será capaz de desligar a cultura que ele criou para a Apple. Essa continua, pois é maior que o homem que a criou.

Eugênio Mussak escreve sobreliderança. É professor do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA) e consultor da Sapiens Sapiens

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No mês passado, aconteceu o primeiro lançamento da Apple pós- Steve Jobs . O carisma dele não estava no palco, mas o legado de suas ideias e o seu jeito de ser estavam lá, intactos.

Tim Cook, atual presidente da Apple , fez uma apresentação minimalista e até procurou se vestir de modo parecido ao de Jobs. É impressionante a força da cultura de uma empresa, quando ela tem seus atributos bem claros e é praticada pelos seus funcionários.

A cultura de uma organização é o conjunto de crenças e princípios que definem o comportamento das pessoas que trabalham nela ou que se relacionam com ela. É o recurso psicológico da companhia, tão necessário quanto os recursos materiais para a execução da estratégia da empresa. Jobs deixou na Apple pelo menos quatro ícones culturais.

O foco – Quando retornou à Apple, Jobs encontrou a empresa perdida em um grande número de projetos que competiam entre si. "Toneladas de produtos, a maioria de má qualidade", em suas próprias palavras.

Ele definiu que a empresa teria apenas quatro produtos: um computador de mesa e um laptop de uso profissional e o mesmo par para uso pessoal. Assim acabou com a dispersão de energia. O resultado foi aumento de eficiência e de qualidade.

A excelência – A obsessão com a excelência garantiu o posicionamento da Apple. Jobs definiu que o belo era importante. Os designers ganharam status, os engenheiros tiveram de se submeter a seus caprichos. O resultado foi o encontro da alta tecnologia com a arte.

A confiança – Na Apple cada pessoa está preocupada em fazer apenas seu trabalho porque tem absoluta certeza de que cada colega está fazendo o seu, da melhor maneira. A confiança é o atributo mais poderoso para a construção de uma verdadeira equipe.

A paixão – Os nerds de Cupertino, cidade sede da Apple, são apaixonados pela empresa, ainda que o nível de exigência prejudique a qualidade de vida. É fácil se apaixonar por uma ideia que está mudando o mundo e, claro, sentir-se fazendo parte dessa revolução.

Steve Jobs disse que não gostava de colocar botões de liga/desliga em seus equipamentos, pois achava que eles não deveriam ser desligados nunca. Ele não está mais aqui, mas nenhum botão será capaz de desligar a cultura que ele criou para a Apple. Essa continua, pois é maior que o homem que a criou.

Eugênio Mussak escreve sobreliderança. É professor do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA) e consultor da Sapiens Sapiens

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