A ALCACHOFRA
Fernando Sodré, 26 anos Diretor executivo da Datasul
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2008 às 10h34.
QUE ACONTECEU
"Dois anos atrás, quando trabalhava como gerente de contas de uma empresa de software, marquei um almoço com uma cliente em potencial numa churrascaria de São Paulo, tipo bufê. A certa altura, resolvemos nos servir de salada. Ela foi direto numa flor cor-de-rosa que eu, pernambucano, nunca tinha visto: alcachofra. Decidi experimentar. Afinal, era só imitar minha cliente comendo. Só que ela começou a falar, falar, e tive de me virar sozinho. Peguei uma das folhas da planta e tentei cortá-la. Não consegui. Achei que ela devia ser servida assim, meio crua. Usei o garfo para levá-la à boca e comecei a mastigar. Mas quem disse que conseguia engolir? Tomei água para ver se o troço descia. Não adiantou. Peguei um pedaço de pão. Nada. Para conseguir falar, tinha de colocar a tal massa disforme embaixo da língua. No desespero, aproveitei que a mulher se distraiu e cuspi tudo no guardanapo que estava no meu colo. Pouco depois, a cliente começou a comer. Tirou uma por uma das folhas da alcachofra, e serviu-se só do miolo. No fim do encontro, contei a ela sobre o patético episódio. Rimos muito."
ONDE ERREI?
"Sodré não deveria ter se servido de um alimento que não conhecia. Também deveria ter esperado sua convidada começar a comer - pois, além de mulher, ela era cliente. Quanto a cuspir tudo no guardanapo, tudo bem. Era um caso extremo. Melhor isso do que passar mal. Ter contado a história no fim revela jogo de cintura."
Claudine de Castro, autora do livro A Nova Etiqueta