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6 frases proibidas em currículos de qualquer área

A escolha infeliz de certas frases ou palavras pode prejudicar (e muito) a imagem de um candidato. Veja o que você precisa cortar agora do seu currículo

Mulher faz correções em texto: certas frases ou expressões no currículo podem manchar a imagem de um candidato (Thinkstock/Pixsooz)

Claudia Gasparini

Publicado em 7 de outubro de 2016 às 10h35.

São Paulo — Currículos funcionam exatamente como anúncios publicitários: é preciso falar o essencial, de forma atraente, em pouquíssimo tempo ou espaço.

“Todo profissional precisa ser uma espécie de publicitário de si mesmo”, afirma Ricardo Karpat, diretor da consultoria Gábor RH. “O CV é uma peça de propaganda em que ele vai ‘vender’ suas competências e atiçar a curiosidade do recrutador para que ele queira chamá-lo para uma conversa presencial”.

Assim como no marketing, o sucesso depende fortemente do cuidado com a linguagem. Se for infeliz, a escolha de certas palavras ou expressões no currículo pode prejudicar (e muito) a imagem de um profissional.

Segundo Karpat, a qualidade da expressão verbal do candidato é um requisito básico para ganhar a confiança de um headhunter.

“Se a pessoa não consegue se comunicar de forma eficiente nem no próprio currículo, há poucas chances de ser chamada para uma entrevista”, afirma ele.

Veja a seguir algumas frases e expressões que precisam ser abolidas de currículos para qualquer área ou nível hierárquico, segundo recrutadores ouvidos por EXAME.com:

1. “Sou persistente / criativo / motivado / dinâmico / determinado / etc”
Incluir elogios direcionados a si mesmo no currículo é uma péssima ideia, segundo Thayane Fernandes, especialista em comunicação no VAGAS.com. “Adjetivos não agregam nada para o recrutador, porque não apresentam evidências práticas sobre o profissional”, explica ela.

Além de inútil, a tentativa de enaltecer suas qualidades no CV pode soar arrogante, tola ou até cafona, completa Ricardo Karpat, diretor da Gábor RH. Para não fazer feio, é melhor apresentar fatos sobre o seu desempenho, e deixar que o headhunter tire suas próprias conclusões sobre você.

2. “Estou disponível para qualquer área da empresa”
De acordo com Fernandes, essa é a pior forma de completar o campo “Objetivo profissional”. Candidatos dispostos a assumir qualquer cargo transmitem pressa e desespero — ou, no mínimo, revelam que não têm foco e estão “perdidos” na carreira.

Para não correr esse risco, diz a especialista, é preciso ser direto e escrever claramente o cargo e o nível hierárquico pretendido, como “analista financeiro júnior”, por exemplo.


3. “Saí do meu emprego anterior porque…”
Foi demitido por causa de um grande corte ou reestruturação na empresa, e não porque o seu desempenho era mal avaliado? O currículo não é o lugar certo para apresentar essas justificativas.

“Explicações sobre desligamentos ocupam espaço e não agregam nada nesse momento”, explica a especialista do VAGAS.com. A função principal do CV é estimular o recrutador a chamar você para uma entrevista presencial, na qual esses pormenores podem enfim ser discutidos.


4. “Pretendo cursar MBA / pós-graduação / inglês”

Também não vale registrar planos no currículo. “Fale sobre qualificações que você já obteve, experiências que já teve, resultados que já alcançou”, diz Karpat. “Não use o espaço do documento para falar sobre o que você ainda não fez”.

Sob o ângulo do recrutador, esse tipo de promessa pode comunicar insegurança ou ansiedade para “preencher” algo que o candidato intimamente acredita que falte ao próprio currículo.


5. “Jogo pelo time / Penso fora da caixa / Gosto de mão na massa”
De acordo com o diretor da Gábor RH, é importante limpar o seu currículo de chavões e frases batidas do mundo corporativo. Além de não dizerem nada, essas expressões podem soar artificiais e até ridículas.

“É melhor substituí-las por informações objetivas sobre o que você fez na sua carreira até agora”, afirma ele. “Faça isso com frases que você mesmo formulou, e não com clichês”.

6. “Conquistei muitos / vários / diversos clientes para a empresa”
Quantificadores indeterminados como “muitos”, “vários” ou “diversos” devem ser evitados, porque podem soar vagos, exagerados ou até mentirosos. Sempre que possível, é melhor apresentar números para embasar as suas afirmações.

Em vez de escrever que você coordenava uma “grande equipe” que aumentou “significativamente” o lucro da empresa, diga que liderava 30 pessoas e que vocês geraram um aumento de 15% no lucro da companhia ao término do ano, sugere Fernandes.

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São Paulo – Um currículo bem formatado, organizado e atualizado é o primeiro passo para impressionar um recrutador. Afinal, é este o documento que pode abrir ou fechar as portas da sala de entrevista de emprego . E esta decisão é tomada em segundos pelo entrevistador. Segundo Rafael Souto da consultoria de carreira Produtive, o tempo que uma empresa contratante leva para avaliar as primeiras informações de um currículo é inferior a um minuto.  Ou seja, um dado mal colocado pode aumentar o risco de eliminação no processo seletivo ou até mesmo levar o currículo, de cara, para o lixo. Dos sete especialistas em recrutamento ouvidos por EXAME.com, todos afirmam que fotos e adjetivos (como carismático, proativo, entre outros) são irrelevantes. Cinco deles destacaram a importância de um objetivo claro e direto no início do documento. Confira, nas fotos, as orientações sobre o que é desnecessário e o que é essencial no currículo.
  • 2. Fellipe Virardi, gerente de recrutamento da Talenses

    2 /9(Divulgação)

    O que não pode faltar: Experiência profissional em ordem cronológica – a mais recente sempre no topo. Passagens mais antigas não são tão relevantes. O que é totalmente dispensável: Foto. É extremamente desnecessário colocar fotografia no currículo - ao menos que seja solicitado.
  • 3. Eduardo Saigh, consultor da Hays

    3 /9(Divulgação)

    O que não pode faltar: Em caso de graduação completa é preciso inserir o nome da instituição de ensino e a cidade. Omitir, por não considerar uma universidade de ponta, passa uma imagem ruim. Nesse caso, o peso de uma pós ou um MBA é muito maior. O que é totalmente dispensável: Características pessoais. Colocar essa percepção sobre si mesmo pode não condizer com a realidade e pode soar amadorismo. O perfil comportamental do candidato será comprovado por suas experiências profissionais e durante a entrevista.
  • 4. Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch

    4 /9(Marcos Ramos)

    O que não pode faltar: Atualização constante do grau de idioma. De tempos em tempos é importante que o candidato faça testes para avaliar a própria proficiência na língua estrangeira. O que é totalmente dispensável: Incluir cursos em geral e graduação incompleta.
  • 5. Juliana Alvarez, gerente da Personnel Page

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    O que não pode faltar: Mês e ano de permanência em cada empresa. Conhecer a estabilidade do candidato é de extrema relevância e omitir esse dado pode pegar muito mal. O que é totalmente dispensável: Pretensão salarial. Essa é uma informação que o recrutador pode vir a questionar, mas no currículo é irrelevante.
  • 6. Rafael Souto, presidente da Produtive

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    O que não pode faltar: Resultados. Descrever os destaques que trouxe para a empresa é um ponto que pode valorizar muito o currículo. Projetos implementados, aumento nas vendas, lançamentos de produtos e participação em estudos são alguns exemplos. O que é totalmente dispensável: Colocar vários cargos no objetivo é um pecado mortal e pode, definitivamente, eliminar o candidato de um processo.
  • 7. Denise Bojikian, especialista em RH do Vagas.com

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    O que não pode faltar: Fazer o exercício de pensar nas próprias realizações profissionais. O ideal é parar alguns dias para pensar nas experiências que já desenvolveu. Dessa forma, a redação sobre as atividades em cada empresa tende a ser mais sintética e verdadeira. O que é totalmente dispensável: Referências profissionais. Não é recomendado e nem necessário colocar esse tipo de dado. Porém, é importante ter em mãos os nomes e telefones dos superiores ou subordinados caso a empresa solicite.
  • 8. Marcela Esteves, gerente de divisão da Robert Half

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    O que não pode faltar: Revisão gramatical. Tratando-se de um documento, a competência pode ser colocada em dúvida – por esse motivo deve ser elaborado com muita calma e atenção. O que é totalmente dispensável: Trabalhos voluntários, crenças, hobby ou causas apoiadas pelo candidato. Essas são informações que só devem ser inseridas se tiverem relação direta com a vaga.
  • 9. Agora, confira os diplomas nos currículos dos CEOs

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