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6 atitudes típicas de um chefe sem inteligência emocional

Quer saber se você tem (ou é) um chefe pouco inteligente do ponto de vista emocional? Veja 6 características de quem tem esse perfil


	Chefe explosivo: gestores pouco inteligentes do ponto de vista emocional costumam exercer seu poder pelo medo
 (Thinkstock/shironosov)

Chefe explosivo: gestores pouco inteligentes do ponto de vista emocional costumam exercer seu poder pelo medo (Thinkstock/shironosov)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 27 de julho de 2016 às 15h00.

São Paulo — No passado, um bom chefe se destacava dos demais pelo seu intelecto: sendo em tese o mais qualificado e experiente da equipe, ele era visto como uma espécie de “sabe-tudo” que enfrentaria os problemas que ninguém mais era capaz de resolver.

Desde o fim do século passado, porém, um líder de sucesso não se define apenas pelo domínio da razão e das ideias. Ele precisa ser extremamente hábil na gestão das emoções — sejam elas as suas próprias ou as alheias.

Para Eva Hirsch Pontes, coach executiva e professora convidada na Fundação Dom Cabral, a inteligência emocional é uma competência importante para qualquer nível hierárquico, mas é obrigatória para quem ocupa cargos de gestão.

“As reações emocionais são as mais rápidas e primitivas”, explica ela. “Se você não consegue administrá-las em momentos de pressão, elas vão bloquear ou atrapalhar as suas funções cognitivas, e você não vai tomar as melhores decisões”.

Para um chefe, cujo cotidiano exige construir relacionamentos, agir de forma estratégica e fazer escolhas pelo grupo, “perder a cabeça” é fatal.

A começar pela própria equipe. “Para o funcionário, a personificação da empresa é o seu gestor direto”, diz Eline Kullock, diretora da consultoria de recrutamento Stanton Chase. “Se essa figura for insatisfatória, todo o emprego pode se tornar insuportável e, no limite,o profissional pedirá demissão”.

O problema também pode prejudicar gravemente a carreira do próprio chefe, diz Pontes. Afinal, o conselho “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” está ficando ultrapassado na maioria dos ambientes corporativos.

Hoje, um líder não pode simplesmente “explodir” impunemente. Se ele faz da vida de sua equipe um inferno, mais cedo ou mais tarde ele precisará responder sobre isso — nem que seja em função da queda de produtividade dos funcionários mais desmotivados.

Quer saber se você tem (ou é) um chefe assim? Veja a seguir 6 atitudes típicas de quem tem esse perfil:

1. Acha que motivação é “papo de RH”
O primeiro sinal é ter dificuldade para enxergar a complexidade dos relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho. “Eles acreditam que a motivação dos funcionários é algo garantido, intrínseco a eles, e não um recurso que precisa ser alimentado continuamente”, explica Kullock.

Essa cegueira é reforçada pela ideia de que, com a crise econômica no Brasil, ninguém vai ter coragem de pedir demissão. Não é bem assim: por mais que o mercado de trabalho vá mal, um profissional muito insatisfeito com seu chefe fará de tudo para achar um novo emprego. E nada garante que não vá conseguir.

2. É incapaz de adaptar mensagens
Sob a óptica de um chefe com pouca inteligência emocional, motivação é assunto apenas para discussões estéreis e "bobas", e o mesmo vale para a comunicação. Por não compreender a complexidade dos códigos verbais e não-verbais, ele tende a passar a mesma mensagem para todos os funcionários.

A dificuldade de adaptar a sua comunicação à personalidade de cada subordinado também é resultado da sua própria dificuldade para enxergar as características e peculiaridades de cada pessoa. Os resultados podem ir de pequenos mal-entendidos a grandes conflitos.

3. Ignora que existe competição dentro da equipe
Seu chefe tem um “queridinho”, que recebe todos os parabéns e recompensas em detrimento do resto da equipe? É possível que ele tenha pouca consciência das dinâmicas mais sutis da interação social — em particular da competitividade entre os seus próprios funcionários.

“Se um pai prefere um dos filhos, é natural que surjam conflitos”, compara Kullock.“Quando o líder não percebe essa verdade básica sobre os relacionamentos, ele vai alimentar inimizade entre os próprios liderados e, assim, prejudicar o rendimento do grupo.

4. Não busca se conhecer melhor
O autoconhecimento é a “pedra fundamental” da inteligência emocional, segundo Daniel Goleman, autor de diversos best-sellers sobre o tema. De acordo com estudos do especialista, pessoas que não se conhecem bem têm apenas 4% de chances de ter um bom autocontrole em situações de pressão e estresse.

Um líder com baixa inteligência emocional não se interessa em saber mais sobre si mesmo ou sobre como é percebido pelos demais. Por isso, raramente pede feedback para pares, subordinados ou chefes. Pior: quando recebe alguma crítica, fica ofendido e sequer considera mudar seu comportamento.

5. Exerce poder pelo medo

Um chefe pouco inteligente do ponto de vista emocional tem dificuldade de administrar suas próprias reações à surpresa, ao choque e à frustração. Por isso, não raro “explode” em gritos, xingamentos, deboches e outras agressões — atitudes que corroem qualquer relacionamento.

No fundo, ele não está preocupado em construir laços com ninguém, explica Pontes. Por não perceber a importância do vínculo emocional para construir uma equipe produtiva, ele tenta exercer sua autoridade pelo medo e pelo distanciamento. Em geral, ele acaba isolado, tanto de seu próprio time quanto do resto da empresa.

6. Acha que sabe tudo
Outra atitude característica de gestores com esse perfil é não valorizar a opinião de seus subordinados. “Além de tomar decisões arbitrárias, ele reage mal quando alguém o contesta ou traz um ponto de vista divergente do seu”, diz Pontes. “Por não enxergar suas próprias limitações, ele acredita ter todas as respostas”.

A ilusão de onisciência também faz com que ele trate seus funcionários como peças de um tabuleiro, deixando de explicar o contexto e a justificativa das tarefas. Segundo Kullock, essa é uma receita para o fracasso, sobretudo diante de uma equipe jovem. “A geração Y não aceita a autoridade por si só, isto é, não vai obedecer uma ordem sem saber o porquê dela”, explica.

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