Carreira

5 regras que um freelancer de sucesso nunca quebra

A vida de um profissional independente pode ter seus percalços. Mas quem respeita algumas "regras de ouro" desse mundo pode ter uma rotina leve e bem-sucedida


	Freelancer: para se dar bem, é importante cobrar preços justos (inclusive para você)
 (Jacob Ammentorp Lund/Thinkstock)

Freelancer: para se dar bem, é importante cobrar preços justos (inclusive para você) (Jacob Ammentorp Lund/Thinkstock)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 15h00.

São Paulo — A vida de freelancer pode ter lá os seus percalços, mas muita gente jamais trocaria essa modalidade de trabalho por um emprego fixo.

Uma pesquisa do site trampos.co revelou que 57% dos freelancers brasileiros sentem falta de renda fixa e benefícios. Para 68%, conseguir clientes é uma grande preocupação. Por outro lado, 35% afirmaram que a flexibilidade do modelo freelancer traz grande motivação para a rotina, e só 1% disse ter saudades de ter um chefe.

De acordo com Sebastián Siseles, diretor internacional do portal Freelancer.com, a modalidade traz inegáveis desafios, mas sua popularidade no Brasil só tem aumentado. “Vimos o número de usuários brasileiros em nosso site passar de 17,5 mil para 400 mil em apenas quatro anos”, afirma.

Pode-se pensar no fenômeno como consequência da crise econômica e do fechamento de 1,54 milhão de vagas formais no país no último ano. Mas também é preciso considerar mudanças culturais: há cada vez mais pessoas interessadas em rotinas customizadas e flexíveis.

“Quem costuma permanecer na nossa plataforma são aqueles que realmente se identificam com os valores e o próprio conceito do trabalho autônomo”, diz Siseles. “Pessoas que chegam ao site apenas por necessidade não costumam durar muito”.

Além de apreciar genuinamente esse estilo de vida, um freelancer de sucesso costuma respeitar algumas “regras de ouro”, ligadas à organização da sua rotina e ao seu relacionamento com pares e clientes. Veja a seguir 5 delas:

1. Não meça esforços para cuidar da sua reputação
Ao contrário de quem trabalha para um único empregador, um freelancer precisa ser contratado centenas de vezes durante a vida. Para conseguir esse feito, é preciso construir um nome sólido e conhecido no mercado.

“A reputação é o maior ativo de um autônomo”, diz Tomas O’Farrell, co-fundador da plataforma de trabalho freelance Workana. “Ela leva anos para ser construída, mas pode ser destruída em um minuto”.

Para manter a sua imagem intacta e fazer com que os clientes venham até você, é fundamental não quebrar promessas, respeitar prazos e orçamentos combinados e garantir consistentemente a qualidade da sua entrega.

2. Seja amigo de outros freelancers
Embora já existam muitas plataformas online que conectam profissionais autônomos a potenciais clientes, cultivar o seu próprio networking continua sendo fundamental para conseguir trabalho. O que muita gente esquece é que essa rede de contatos também deve incluir outros freelancers do mesmo setor ou de áreas correlatas.

A parceria com colegas pode ser útil de diversas formas, diz O'Farrell, inclusive em momentos de excesso ou escassez de trabalho. Quando você está com clientes demais, pode encaminhar alguns para seus amigos; quando está na “seca”, pode solicitar a ajuda de quem estiver com pedidos sobrando.

De acordo com Sebastián Siseles, diretor internacional do portal Freelancer.com, também é vantajoso ter pares de outras profissões, complementares à sua. Se você trabalha com programação, por exemplo, pode ser interessante ter designers na sua rede. “Quando você conhece essas pessoas, pode aceitar projetos maiores e mais complexos, porque vocês dividirão as tarefas de cada frente”, explica.

3. Cobre preços justos (inclusive para você)
Uma das maiores dificuldades de quem trabalha de forma independente é estabelecer sua própria remuneração. Você deve ter os pés no chão e estar bem informado para propôr valores pertinentes — mas também é importante ser firme nas negociações.

Baixar o preço só para não perder um cliente é uma tática insustentável no longo prazo. “Você precisa saber claramente qual é o mínimo que vai aceitar”, afirma O’Farrell. “Se sempre atropelar os seus próprios limites, será difícil se sustentar e você não terá credibilidade para negociar no futuro”.

No começo, é natural pedir menos, mas é importante subir os preços assim que você estiver se estabelecendo no mercado. “Quando você é competente e cobra um preço justo, as pessoas voltam a contratar você”, diz Sara Horowitz, autora do livro “The freelancer’s Bible”, ao site Harvard Business Review.

4. Comunique-se frequentemente com seus clientes
Uma das peculiaridades do trabalho de um autônomo é o fato de que ele trabalha para pessoas que raramente (ou nunca) vê. Como a maior parte das interações é remota, sobra espaço para mal-entendidos ou até desconfianças por parte dos clientes.

A saída é estar sempre disponível e se comunicar de forma pró-ativa sobre o andamento dos projetos. “É melhor conversar demais, até exagerar, do que deixar lacunas ou dúvidas no ar”, orienta O’Farrell.

Para Siseles, um profissional deve ser 100% comunicativo quando tem um emprego fixo, e 110% comunicativo quando é freelancer. “Quanto mais você dialoga com o cliente, mais seguro ele se sente, e maior a probabilidade de avaliar bem o seu serviço”, explica.

5. Seja metódico e organizado
O mundo de quem tem um único chefe é pré-organizado: há horários e locais estabelecidos para o expediente e os fluxos de trabalho já existem. No caso do freelancer, toda a rotina precisa ser desenhada do zero. É preciso montar um escritório silencioso e funcional em casa, por exemplo, com todos os cuidados que esse processo exige.

Também é preciso ser extremamente organizado do ponto de vista financeiro. Como a renda tem picos e quedas ao longo do ano, é necessário ter visão a longo prazo e se preparar para os fases em que entrará menos dinheiro.

Siseles diz que um freelancer de sucesso sabe ser seu próprio contador e advogado, quando não terceiriza o serviço. Ou você aprende um pouco da burocracia, ou pode se dar mal. “Na empresa, fazem tudo por você”, afirma O’Farrell. “Quando você é autônomo, precisa ser extremamente organizado e cuidar sozinho de si”.

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