Processos seletivos: mesmo que você aceite um emprego em uma empresa que dê sinais ruins durante a contratação, ficar atento a eles ajuda a evitar surpresas (AmnajKhetsamtip/iStockphoto)
Redatora
Publicado em 11 de março de 2024 às 09h53.
Quando você se candidata para um emprego, não é apenas a empresa que está conhecendo você – o processo seletivo também é uma oportunidade de você entender mais sobre a companhia e se ela é um bom match.
O processo de contratação é quando as empresas querem mostrar o seu melhor, escreve Chris Williams, ex ex-VP de RH da Microsoft, para a Business Insider.
"A empresa está tentando fazer com que você faça parte da equipe", diz Williams. "Recrutadores e gerentes de contratação querem que você não apenas acredite neles, mas se junte a eles. Portanto, eles devem estar em seu melhor comportamento."
Se há direcionamentos ruins durante esse processo, você deve ficar atento à cultura da companhia. "Mesmo que acabe aceitando um emprego em um lugar com um ou mais sinais vermelhos, lê-los pode ajudar a evitar surpresas quando você chegar lá", afirma o especialista.
Veja alguns dos "sinais vermelhos" mais comuns durante o recrutamento e seleção:
Quem nunca se inscreveu em um processo seletivo, passou um tempão sem nenhum retorno e de repente recebeu uma comunicação com necessidade de resposta imediata? Ou percebeu que os passos de entrevistas e testes não eram claros?
"Esse tipo de caos pode resultar de muitos fatores: talvez a empresa esteja em tumulto, talvez a equipe de recrutamento não tenha a mais alta prioridade, talvez todos sejam contratados temporários, ou talvez sejam apenas pessoas desorganizadas", diz Williams.
Qualquer que seja a causa, a bagunça é um sinal relevante. "Se a face da empresa para possíveis contratações não consegue nem mesmo agendar uma entrevista, imagine como seria trabalhar lá", escreve o ex-VP da Microsoft.
Lembre de sistemas que exigem que você faça o upload do seu CV milhares de vezes, exigem preenchimento de vários formulários… Esses processos seletivos indicam uma burocracia exagerada e até métodos anacrônicos de avaliação, aponta o especialista.
"Processos de contratação que envolvem sete rodadas de entrevistas ou trabalhos prévios extensos, como concluir projetos-teste, muitas vezes são relíquias de uma era passada — resquícios de processos que uma vez talvez fizessem sentido", diz Williams.
Um processo burocrático pode indicar uma empresa pouco atualizada e eficiente, com um dia-a-dia de complicações desnecessárias para seus funcionários.
Quem está procurando emprego cansa de ver "empresa confidencial" ou "salário a combinar" na descrição de vagas.
"Muitas vezes, [empresas] tratam esse nível de sigilo como um distintivo de honra, como se fosse um sinal da importância de seu grande trabalho", diz Williams. "Muitas vezes, é apenas presunção ou bravata".
No pior dos casos, as companhias podem estar escondendo condições de trabalho terríveis por trás de portas fechadas. Afinal, se você não sabe nem o nome da empresa, não pode pesquisar avaliações na internet ou entrar em contato com ex-funcionários.
Segundo o especialista, esse comportamento "é comum no mundo da tecnologia, mas também é encontrado em algumas consultorias de alto nível e outras empresas elitistas". "Eles professam contratar apenas os melhores e querem que você acredite que tem sorte até mesmo em ser considerado para o papel deles."
Esse tipo de percepção leva a processos seletivos desrespeitosos. "Essas empresas muitas vezes têm entrevistas abusivas onde um painel virtualmente humilha os candidatos", diz Williams. "Eles impõem trabalhos prévios intermináveis que depois julgam de maneira severa e depreciativa. Eles nunca permitem que o candidato faça perguntas igualmente desafiadoras sobre a empresa, ou instantaneamente rejeitam aqueles que o fazem".
Para o ex-VP, esse tipo de processo seletivo sinaliza que muitos funcionários de nível de entrada poderão ser submetidos a anos de abuso. "Se o entrevistador não o trata como um igual ou pelo menos como alguém de valor na entrevista, imagine como seria trabalhar lá como um novo contratado", diz.