Vagas de emprego: agronegócio deve gerar mais de 178 vagas e faltam profissionais qualificados (Ezra Bailey/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2022 às 15h00.
Em junho, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,1% da população segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a menor para o mês desde 2015. Ainda assim, são quase 10 milhões de pessoas desempregadas. No entanto, há um setor essencial para a economia brasileira e que está com vagas sobrando: o agronegócio.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Alemã de Cooperação Internacional em parceria com o Senai e com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nos próximos dois anos, carreiras ligadas ao agronegócio devem gerar mais de 178 mil vagas de emprego.
Mas o levantamento também apontou que a previsão é de que só haja cerca de 32,5 mil profissionais qualificados para essas vagas. Ou seja, há cinco vagas em aberto para cada profissional qualificado hoje, e o mercado precisa de mais especialistas em agronegócio para preencher cerca de 150 mil vagas no setor. Além disso, o salário é de, em média, R$ 12 mil.
O principal fator é a digitalização pela qual o agronegócio vem passando nos últimos anos. Se antes era comum imaginar que um trabalhador do agro estaria no campo e no meio das plantações, hoje esse cenário é muito diferente. Praticamente todas essas 150 vagas que devem surgir nos próximos anos são para trabalhar em negócios digitais no setor, ou seja, de dentro de um escritório e sem precisar sair das grandes cidades e se mudar para o campo.
A digitalização do agronegócio é, na verdade, uma necessidade. Com o crescimento da população mundial, a busca por aumentar a produção de alimentos e manter a sustentabilidade do solo e do meio ambiente tem sido um problema emergente. Na prática, diversas empresas buscam profissionais para pensar soluções inovadoras para resolver essa questão.
É por esse motivo que houve um boom nas chamadas agritechs, startups do agronegócio. No total, já são mais de 1500 empresas, o que representa um crescimento de 40% em relação a 2019. O setor bateu recordes de investimentos nos últimos anos, atingido mais de US$ 40 milhões só de janeiro a março de 2022. Nos Estados Unidos, a cifra já ultrapassa os US$ 5 bilhões.
E a previsão é de que continue assim. Segundo a consultoria Market and Markets, o mercado de agricultura de precisão (que utiliza tecnologia para otimizar a produção) vale hoje R$ 72,2 bilhões, mas deve chegar aos R$ 116,4 bilhões em 2026. E é por isso que tantas vagas estão surgindo e o setor busca profissionais qualificados.
Com a digitalização do campo, a maior demanda por profissionais do agronegócio hoje é pelo chamado Agro Digital Manager, que é o responsável pela implementação de projetos digitais em propriedades agrícolas.
Na prática, esse profissional precisa: identificar e mapear os problemas do campo e coordenar times em busca da solução para necessidades de produtores agrícolas e de todos os stakeholders do agronegócio. A boa notícia é que não é exigida nenhuma formação prévia em áreas correlatas ao agronegócio como agronomia ou veterinária.
Com o objetivo de ajudar a formar mais profissionais para suprir a demanda do setor, a EXAME preparou a masterclass gratuita Carreira em Digital Agribusiness. Para participar basta se inscrever clicando aqui. Programada para acontecer dia 5/9 às 19h30, a masterclass vai revelar:
A aula será ministrada por Francisco Jardim é sócio-fundador da SP Ventures, uma das gestoras de Venture Capital mais tradicionais do país especializada no agronegócio. Desde 2007, a gestora investe em startups de tecnologia para o agronegócio, as chamadas agritechs.
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