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10 profissões que você não aprende na faculdade

Sobretudo em carreiras ligadas a marketing digital e tecnologia da informação, a prática é a grande escola. Veja essas e outras funções em que isso acontece

A experiência como escola (./Getty Images)

Camila Pati

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 07h22.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h55.

Para algumas carreiras, o conhecimento transmitido pelos professores ao longo dos anos de faculdade é essencial para o início da atuação profissional. Para outras, a faculdade dá a base teórica inicial, mas a grande escola é a experiência prática, que pode estar aliada (ou não) a cursos de pós-graduação e extensão. É assim com profissões mais novas relacionadas a marketing digital e tecnologia da informação. É assim com uma das profissões mais antigas do mundo: a de vendedor, ou uma nem tão antiga, mas também nem tão nova como a de headhunter. Veja o que especialistas e profissionais dessas áreas têm a dizer sobre estas funções:
  • 2. Profissional de marketing digital de performance

    2 /12(Getty Images)

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    Gerar resultados e os chamados leads - que é o contato do usuário com a empresa - resume o escopo de atuação em marketing digital de performance. É uma profissão relativamente nova que vem evoluindo no ritmo da tecnologia, explica Fábio Rowinski, diretor da iProspect. É preciso se reinventar constantemente, diz. “Para se ter uma ideia, o Google tem 16 anos e o Facebook, 10. Essas duas plataformas se tornaram fontes de negócios gigantescas e começaram a ter relevância no mundo corporativo. Mas ainda não se criou uma estrutura educacional para atender essa demanda”, diz ele. Sem ainda uma preparação universitária robusta, o jeito é aprender “na marra”, diz Rowinski. Para começar, ele sugere uma iniciação por meio dos cursos específicos de extensão e especialização que já existem no mercado. “E já procurar vaga em alguma agência”, sugere. Segundo ele, agências menores têm tipo um papel importante na formação da mão de obra. “O principal, para quem quer trabalhar com isso é estar apto a lidar com uma disciplina em constante evolução”, diz Fábio.
  • 3. Especialista em métricas e plataformas

    3 /12(Getty Images)

  • Mensurar e, a partir das ferramentas de análise disponíveis, entender o movimento do usuário em plataformas como Google, Twitter, Facebook, YouTube é trabalho de um especialista em métricas e plataformas, função também ligada ao marketing digital. Antes de assumir a diretoria de mídia da AgênciaClick Isobar, Natalia Traldi atuava nesta área. Ela explica que o trabalho foi sendo possível a partir do surgimento das próprias ferramentas de análise. Hoje, é possível, antes da tomada de decisão, cruzar informações saber como o usuário consome, em que horário ele consome e o que ele valoriza da marca, por exemplo. “As plataformas de social mídia passaram a ser mensuráveis e o trabalho foi sendo possível da mesma forma como já existia para análise de performance em sites”, explica.
  • 4. Arquiteto da informação

    4 /12(Reprodução)

    A atuação profissional de um arquiteto da informação pode ser comparada ao que é a biblioteconomia, em termos de organização e classificação de informações. Só que há um viés mais técnico, já que tudo se dá em ambiente digital. A explicação vem de Natalia Traldi, diretora de mídia da AgênciaClick Isobar. Publicitária de formação, ela já desempenhou esta função ao longo da sua carreira, junto com diversas outras tarefas relacionadas a marketing digital. No caso dela, arquitetura da informação era voltada para as plataformas mobile. E nada (ou quase nada) disso, ela aprendeu na faculdade, apesar de ter feito uma matéria optativa sobre arquitetura da informação. Aprendizado contínuo e adaptação aos movimentos da tecnologia são características dos profissionais que se aventuram nesta área. “Às vezes você tem a ideia mas ainda não tem a tecnologia”, diz.
  • 5. Consultor de inteligência de email

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    Ainda dentro do universo de marketing digital, é o profissional que cria estratégias para tirar o melhor proveito das ações de email marketing. O consultor sugere ações que vão melhorar o “tratamento” dado pelo servidor ao email enviado aos clientes de uma empresa. “Ele vê se o servidor vai mandar para a caixa de spam ou vai tratar bem. Age para o email ter maior alcance, comunicar melhor e de forma mais relevante com o cliente. Cria soluções para melhorar o engajamento do cliente e a interação”, explica Louis Bucciariarelli, country manager da Return Path, líder global na área de inteligência de email. “Não existe graduação para preparar os profissionais, o que existe é uma mistura de cursos”, diz Bucciariarelli. De acordo com ele, as formações entre os profissionais da Return Path variam entre tecnologia da informação e marketing. “É um bom caminho”, diz Bucciariarelli.
  • 6. Analista de sistemas SAP

    6 /12(Ralph Orlowski/Bloomberg)

    O SAP é um sistema de gestão corporativa. E o especialista implementa esse sistema nas empresas. “SAP é uma área que está em alta e ninguém aprende na faculdade”, diz Henrique Gamba, gerente executivo da área de TI e Telecom da Talenses. Para aprender é preciso fazer um curso que se se chama Academia SAP, diz o gerente da Talenses. Para recrutar este tipo de profissional e outros na área de TI, Gamba diz que o que conta é mais a experiência prática. “Quando olhamos o currículo estamos mais preocupados em olhar a experiência e as empresas pelas quais o profissional passou do que a formação que ele tem”, diz.
  • 7. Gestor de contas

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    “O gestor de contas cuida do relacionamento com o cliente”, explica Louis Buccia Louis Bucciariarelli, country manager da Return Path, líder global na área de inteligência de email. Na opinião dele, esta é outra profissão que não se aprende a exercer nas salas de aula da faculdade. Independentemente do tipo de conta e setor de atuação, elaborar uma estratégia diferente para cada cliente dentro do plano de gestão de contas a partir de indicadores de desempenho que avaliem a rentabilidade e a performance da relação são pontos chave para quem quer se dar bem nesta carreira. No caso da Return Path, o caminho de preparação passa por computação, marketing e gestão de pessoas. “Se o profissional tem base de conhecimento de ferramentas online e perfil de relacionamento com cliente, o resto a gente ensina”, diz.
  • 8. Gerente de projetos

    8 /12(PhotoRack)

    É o profissional que tem o papel de consolidar indicadores para conduzir e gerenciar projetos. “Para isso ele deve conhecer as metodologias e ter experiência prática”, diz Henrique Gamba, gerente executivo da área de TI e Telecom da Talenses. Ele explica que a nomenclatura é ampla e, nem sempre quer dizer nível gerencial. “Muitas vezes o profissional não tem pessoas se reportando a ele”, diz. Existem certificações, como a PMP (Project Management Professional) que são exigidas dos profissionais desta área e atestam formação, experiência e competência para gerir projetos. “Há cursos preparatórios para certificação PMP e em cursos de pós-graduação, a pessoa vai conhecer metodologias”, diz Gamba.
  • 9. Analista de negócios

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    É o profissional que gerencia as demandas de tecnologia da informação de uma área de negócio. “Faz a interface do TI com área de negócio”, diz Gamba. Geralmente a formação profissional do analista de negócios é em tecnologia da informação ou áreas correlatas. Mas para trabalhar é preciso conhecer os processos da área de negócios, em questão, que pode ser financeira, recursos humanos, vendas, jurídica. “E isso se aprende no dia a dia”, diz Gamba.
  • 10. Arquiteto de TI

    10 /12(Getty Images)

    Entender o contexto para desenvolver e implementar o modelo mais adequado de sistema para atender aquele negócio é a função do arquiteto de TI. Ele é o responsável pelo desenho e definição de padrões de arquitetura de sistemas, integração, organização e estruturação de processos e subsistemas. “Isso se aprende com experiência prática e há também cursos de pós-graduação”, diz Henrique Gamba, gerente executivo da área de TI e Telecom da Talenses.
  • 11. Headhunters/profissionais de RH

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    Há algum tempo o setor de recursos humanos deixou de ser ocupado exclusivamente por psicólogos, diz Sócrates Melo, diretor de operações da Robert Half no Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “Área de RH não precisa de faculdade específica para isso. Inclusive está cheio de engenheiros na área de RH, é até uma tendência”, diz ele. Além da prática, cursos de extensão e especialização podem suprir eventuais deficiências. A sua própria profissão, headhunter, diz Sócrates também não é algo que se aprenda fazendo uma faculdade. “Na nossa área de recrutamento, o headhunter é uma pessoa que conhece o mercado e é o perfil dele que faz com que ele se dê bem nos negócios”, diz Melo.
  • 12. Vendedores

    12 /12(Getty Images)

    Um profissional não precisa de uma graduação específica para ser um bom vendedor ou trabalhar na área comercial da empresa. Mais uma vez é a experiência, os contatos adquiridos ao longo da trajetória e o perfil comportamental que vão definir o sucesso nesta profissão, explica Sócrates Melo, da Robert Half. “É o perfil da pessoa e o conhecimento do mercado de atuação é que vai determinar o sucesso, não é a faculdade. É isso que o mercado busca”, diz Melo.
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