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10 frases que soam robóticas numa entrevista de emprego

Recrutadores sabem identificar facilmente candidatos que estão repetindo falas ensaiadas. Veja 10 afirmações que fazem você parecer um robô numa entrevista

Robô: perceber que um candidato está dizendo frases memorizadas mina a confiança de qualquer recrutador (Thinkstock/josefkubes)

Claudia Gasparini

Publicado em 6 de maio de 2016 às 06h00.

São Paulo - Para um recrutador minimamente experiente, é muito fácil distinguir candidatos que se expressam de forma natural numa entrevista de emprego daqueles que apenas repetem falas ensaiadas.

De acordo com Ricardo Karpat, diretor da consultoria Gábor RH, quem está seguindo um “script” costuma escapar à linha de raciocínio do avaliador com mais frequência.

“Se a pessoa está muito preocupada em dizer o que memorizou, ela acaba não respondendo exatamente ao que foi perguntado”, explica. “Quando a questão foge dos pontos que ela decorou, ela tem dificuldade de improvisar”.

Via de regra, o esforço de afirmar aquilo que o recrutador supostamente quer ouvir sai pela culatra.

“Perceber que o candidato está dizendo frases prontas, memorizadas, é algo que mina a confiança de qualquer recrutador”, explica Jorge Martins, gerente da consultoria Robert Half.

Além de depor contra a sua transparência, o comportamento de "robô” pode limitar as possibilidades da conversa. Tenso e apegado ao seu roteiro, você deixará de fazer alguns comentários espontâneos que até poderiam cativar o entrevistador.

O segredo é se preparar — e não se programar.

Para Fernando Poziomckyk, gerente da Michael Page, todo candidato deve pesquisar o máximo possível sobre a empresa, refletir sobre a sua própria trajetória e até imaginar algumas perguntas que podem ser feitas na entrevista.

Essa pré-organização mental é o que tornará o seu discurso mais espontâneo, preciso e convincente.

Também vale ter em mente algumas das frases que soam inevitavelmente robóticas para os ouvidos de um entrevistador. Confira a seguir 10 delas:

“Tenho foco no resultado"

Clichê no mundo corporativo, a afirmação só merece ser dita numa entrevista de emprego se o profissional conseguir justificá-la com fatos. “Traga um exemplo da sua trajetória, uma situação real em que você claramente priorizou os resultados sobre todo o resto”, diz Poziomczyk. Não tem nenhum exemplo para embasar a sua afirmação? É melhor não dizer nada.

“Meu principal defeito é ser perfeccionista”

Além de pouco modesta, esta frase denota que o candidato não conhece bem suas forças e fraquezas — uma capacidade que faz brilhar os olhos dos recrutadores. Isso para não falar na péssima reputação do próprio perfeccionismo. “Se a pessoa realmente só consegue entregar algo depois que estiver perfeito,ela nunca deve entregar nada”, afirma Martins.

“Estou em busca de um desafio”

Formulada com o intuito de impressionar o recrutador, esta declaração soa vaga e pouco sincera na opinião de Karpat. Afinal, diz ele, a noção de desafio pode variar muito de pessoa para pessoa. Para ser levado a sério, é melhor conversar com o recrutador sobre projetos, ambições e metas específicas que você estabeleceu para a sua carreira.

“Gosto de pensar fora da caixa”

A tentativa, aqui, é se vender como um profissional inovador, aberto a novas ideias. Porém, grande parte das pessoas que profere a desgastada expressão está atestando, ironicamente, a sua própria falta de originalidade. “É um tipo de frase feita que já não surte nenhum efeito sobre o avaliador”, afirma Poziomczyk. “Em vez disso, leve fatos que comprovem a sua criatividade”.

“Sou dinâmico / flexível / proativo / ‘mão na massa’ / ótimo em relacionamentos...”

Adjetivos são traiçoeiros: o ideal é não empregá-los nem em currículos, nem em entrevistas de emprego. Os recrutadores ouvidos por EXAME.com são unânimes no diagnóstico de que o discurso do candidato se torna pouco convincente quando ele tenta qualificar o seu próprio comportamento. Se você quer destacar algum traço da sua personalidade, é melhor fazer isso de forma indireta, com referência a feedbacks recebidos de chefes e pares no passado.

“Sempre sonhei em trabalhar aqui”

Por mais que você tenha uma admiração sincera pelo seu potencial empregador, este é o tipo de declaração que faz você soar artificial. Segundo Martins, alguns candidatos chegam a fazer referência a memórias afetivas da infância para tentar sensibilizar o recrutador. Não funciona. “Pouco importa se você leu um livro sobre a empresa quando era criança”, diz ele. “Se você quer expressar seu respeito pela instituição, faça um comentário profissional, sobre o bom faturamento ou a transparência das política internas da empresa, por exemplo”.

“Acabei fazendo um acordo com a empresa para sair”

É delicado falar sobre desligamentos em entrevistas de emprego, mas isso não é pretexto para ensaiar uma versão fictícia da história. Quando um candidato diz que “fez um acordo” — e não que foi demitido —, muitos recrutadores ficam desconfiados. Na visão de Poziomczyk, a não ser que esse tenha sido realmente o caso, é melhor dizer abertamente que mandaram você embora.

“Não fiquei desempregado por falta de opção, tirei um tempo para mim”

Períodos sabáticos existem, mas são muito diferentes de “um tempo para você”. Segundo Karpat, a suspeita aparece porque muitos profissionais têm dificuldade de admitir que ficaram desempregados. Se você realmente tirou um sabático, é preciso completar a declaração, explicando quais foram as suas razões para fazer esse movimento e o que ele acrescentou à sua carreira.

“Não me permito errar”

O engano, a imprecisão e o fracasso fazem parte da vida das empresas. Dizer que você não aceita de forma alguma os seus próprios equívocos soa pouco simpático e, no limite, pouco humano. “Dizer isso é um grande tiro no pé”, afirma Martins. “Além de parecer só uma frase de efeito, é como passar um atestado de que você é incapaz de correr riscos”.

“Consigo me adaptar a tudo”

O exagero desta declaração não apenas soa pouco autêntico: ele também transmite uma inegável dose de insegurança. “Se o candidato me diz que abraça o que vier pela frente, o que eu entendo é ele não tem nenhum foco, ou pior, que ele está tão desesperado que topa qualquer emprego”, diz Poziomczyk.

São Paulo - As variáveis para o sucesso numa entrevista de emprego são muitas. Mas há um componente crítico que permanece inconsciente para a maioria dos candidatos: a imagem transmitida pela linguagem corporal . Como você se senta na cadeira? Onde concentra o seu olhar? Qual é a sua expressão facial enquanto fala? De acordo com Paulo Sérgio Camargo, especialista no assunto, muitos recrutadores são treinados para interpretar os sinais transmitidos pela postura física dos candidatos.  No entanto, a influência dos sinais do corpo é garantida mesmo que o seu avaliador não conheça tão bem o assunto. "Ele sempre será impactado pela linguagem corporal do entrevistado, seja num nível consciente ou inconsciente", explica. A boa notícia é que é possível evitar alguns recados indesejáveis. E você nem precisa sacrificar a sua espontaneidade - basta saber o que alguns gestos e posições normalmente representam e evitá-los na próxima vez que for entrevistado. Nesta galeria, você conhecerá 12 detalhes que podem mudar radicalmente as mensagens que você passa com o corpo num processo seletivo. As informações são do especialista Paulo Sérgio Camargo e do livro "A linguagem corporal no trabalho", de Allan e Barbara Pease (Editora Sextante). Navegue pelos slides para vê-las.
  • 2. Cumprimente todos com um leve sorriso

    2 /14(Thinkstock/ Ridofranz)

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    Ao entrar na sala, o primeiro recado que você passa está no seu rosto. Sorrir suavemente para todos os presentes denota segurança e simpatia. "Pode parecer um detalhe irrelevante, mas o sorriso é uma arma poderosíssima para criar um vínculo interpessoal imediato", afirma Camargo.
  • 3. Evite apertos de mão por cima da mesa

    3 /14(Stock.xchng)

  • A forma de trocar um aperto de mão contém muito mais mensagens do que você imagina. Segundo Allan e Barbara Pease, autores do livro "A linguagem corporal no trabalho" (Sextante), é importante evitar o cumprimento por cima da mesa do entrevistador. Tudo porque a posição fará com que você receba um aperto de mão com as palmas viradas para baixo - o que o colocará simbolicamente numa posição inferior em relação ao entrevistador. Para escapar desse "papel", o ideal é se aproximar da mesa, dar um passo à esquerda e cumprimentar o outro com a sua mão por cima.
  • 4. Mantenha a coluna reta

    4 /14(Thinkstock/ monkeybusinessimages)

    Enquanto você está sentado, o ideal é manter as costas eretas ou ligeiramente inclinadas na direção do outro. Essa postura denota equilíbrio e interesse na situação, segundo Camargo. É perigoso se recostar para trás ao ouvir uma pergunta. "Mostra defensividade, como se você não gostasse do que está sendo dito", explica o especialista. Agarrar os braços da cadeira é outra postura a evitar, porque pode transmitir ansiedade, tensão e insegurança.
  • 5. Faça contato visual nas horas certas

    5 /14(Thinkstock/monkeybusinessimages)

    Ao fazer ou responder perguntas, não desvie o olhar do interlocutor nem abaixe a cabeça. De acordo com Camargo, o ideal é olhar para o rosto do entrevistador durante cerca de 70% do tempo, com foco no triângulo entre os olhos e a boca. Embora o cuidado seja essencial para transmitir confiança, é preciso tomar cuidado com a dose. Se você fixar exageradamente o olhar na outra pessoa, diz o especialista, ela pode se sentir desconfortável e constrangida.
  • 6. Tenha uma expressão facial neutra

    6 /14(Thinkstock/4774344sean)

    Você costuma fazer todo o tipo de caretas quando fala sobre algo desagradável? É bom frear essa tendência enquanto você estiver diante de um entrevistador. Não que você deva ficar com um rosto inexpressivo. "O ideal é manter uma expressão serena, confiável e neutra, a famosa 'poker face' que vemos nos filmes", afirma Camargo.
  • 7. Elimine hábitos que denotem nervosismo

    7 /14(Thinkstock/fotyma)

    Na hora da entrevista, evite mexer no celular, roer unhas, morder a ponta de uma caneta ou brincar com colares, relógios e pulseiras. Segundo Barbara e Allan Pease, candidatos que não conseguem manter as mãos em repouso durante a conversa são frequentemente percebidos como inseguros e ansiosos.
  • 8. Gesticule enquanto fala (sem exagerar)

    8 /14(Thinkstock/Comstock Images)

    As suas mãos não precisam ficar completamente paradas durante a entrevista. Gestos são permitidos - e até aconselháveis - caso acrescentem expressividade à sua fala. Mas é bom ser econômico. "Gesticular demais pode tirar a atenção do recrutador sobre a sua fala e transmitir uma ideia de que você é uma pessoa pouco equilibrada, muito teatral", diz Camargo.
  • 9. Não cruze os braços

    9 /14(Thinkstock/Wavebreakmedia)

    Além de denotar impaciência, cruzar os braços na frente do corpo pode causar a impressão de que você está querendo se defender do outro. De acordo com Camargo, a posição é especialmente desaconselhável quando você é o foco, ou seja, quando é a sua vez de falar ou perguntar algo.
  • 10. Faça movimentos discretos de concordância com a cabeça

    10 /14(Thinkstock/Wavebreakmedia)

    De acordo com Camargo, é importante fazer pequenos sinais de concordância com a cabeça enquanto ele fala. "Isso demonstra interesse e facilita a conexão pessoal com o entrevistador", explica. Também vale tomar cuidado com o queixo: o ideal é que ele fica na posição horizontal, paralelo ao chão. Se você ficar com a cabeça inclinada para baixo, pode transmitir cansaço ou desânimo.
  • 11. Não use a bolsa como escudo

    11 /14(Thinkstock/ leszekglasner)

    Vai levar uma bolsa ou pasta para a entrevista? Carregue-a sempre ao lado do corpo. Segundo Allan e Barbara Pease, o ideal é deixá-la à esquerda, para deixar a mão direita livre para apertos de mão.  Ao se sentar, é uma péssima ideia colocar o objeto na frente do corpo, como uma barreira entre você e o recrutador. "Isso transmite uma impressão de insegurança e ansiedade, pois deixa claro que está tentando se proteger e disfarçar o nervosismo", escrevem os autores.
  • 12. Incline-se para frente ao ouvir perguntas

    12 /14(Thinkstock/monkeybusinessimages)

    Manter a coluna reta é importante para transmitir vivacidade e interesse na conversa. No entanto, vale reclinar o corpo ligeiramente para a frente enquanto o entrevistador pergunta algo. De acordo com Camargo, essa é uma forma simples de transmitir humildade, disposição e abertura para as demandas do outro.
  • 13. Saia da sala de forma confiante

    13 /14(Thinkstock/ Ignatiev)

    A conversa terminou? A dica de Allan e Barbara Pease é arrumar os seus pertences com calma: se você agir com pressa, pode dar a impressão de que quer "fugir" logo da situação. Em seguida, basta apenas dar um aperto de mão no entrevistador, virar-se e sair. Se a porta estava fechada quando você entrou, é importante fechá-la ao abandonar o recinto - de preferência, olhando para o entrevistador e fechando o encontro com um último sorriso.
  • 14. Veja agora 8 dicas de linguagem corporal para dominar uma negociação

    14 /14(Thinkstock/STUDIO GRAND OUEST)

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