Trends: Gaslighting, Globin Mode, Permacrise e o que você tem a ver com isso
O que as palavras de 2022 têm a nos dizer e o que podemos prever para 2023
Bússola
Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 14h00.
Última atualização em 7 de dezembro de 2022 às 14h27.
Dicionários como Oxford, Collins, Merriam-Webster e Cambridge elegem a “palavra do ano”, que reflete o comportamento e características do período que está acabando. O termo nomeia a expressão do coletivo, ou seja, “batiza” a temporada.
2022, convenhamos, não foi um ano fácil para o mundo.
Não iremos elencar aqui as crises, mas não foram poucas.
As redes sociais, mais do que nunca, não só acompanharam as tantas notícias como também passaram a ser a voz da maioria das pessoas.
Nunca antes costumes e hábitos de uma época foram tão explicitados.
Oxford escolheu, de maneira inédita, a palavra “Globin Mode”. O modo duende, extraído de um ser mitológico que faz brincadeiras de mau gosto, reflete um comportamento ao mesmo tempo desleixado e ganancioso, que rejeita normas e expectativas sociais.
É a primeira vez que a escolha foi feita por votação pública, a fim de não ofender um comportamento antidemocrático, que teve como concorrente “metaverso” e a #IStandWith.
O interessante é entender como essa palavra ganhou relevância a partir de um tweet que viralizou, que noticiava uma notícia falsa da atriz Julia Fox. Julia nunca usou o termo.
“Gaslighting”, eleita pelo Merriam-Webster, elucida a prática de enganar alguém em prol de vantagens pessoais, ou seja, violência psicológica, abuso emocional, manipulação.
Tem a ver com fake news, deep fakes e afins. Collins decidiu por “Permacrise”, um estado permanente de instabilidade e insegurança.
De acordo com o argumento do filósofo francês Edgar Morin que já tinha falado sobre isso, a humanidade está tão interligada, em meio a uma rede de conexões, que uma crise gera várias outras, como um efeito dominó, e o gerenciamento dela implica risco de piora, geralmente. Analisando as três palavras, conseguimos compreender que elas refletem o que o mundo tem sentido: insegurança.
Pessoas inseguras são desconfiadas, se isolam, adiam decisões, travam batalhas consigo mesmas.
O antônimo de insegurança é confiança, convicção.
É evidente que para 2023 temos que contar com esse dado coletivo. Marcas que preencherem essa lacuna, oferecendo garantias, autoridade e segurança, certamente estarão à frente de seus concorrentes.
Se o grito é por solidez, a oferta deve acompanhar essa demanda. Estabilidade ressoará com muito mais força.
O ambiente exigirá paciência, escuta e flexibilidade.
O presente de 2023 será bem maior para quem cumprir o que oferecer.
*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios do Grupo FSB
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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