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Trabalho remoto nos deixa menos criativos e culpa é da falta de interação

Usando as flores como exemplo, algumas pessoas “murcham” ao trabalharem sozinhas

Mesmo depois de quase um ano e meio em casa, derrubar algumas barreiras impostas pelo isolamento segue sendo um desafio (Stefan Tomic/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 22 de agosto de 2021 às 11h42.

Última atualização em 23 de agosto de 2021 às 07h33.

Por Flavia Rezende*

Tenho ouvido de muitos colaboradores com quem trabalho a reclamação sobre a dificuldade de criar. O desafio é colocado vez ou outra em conversas e feedbacks, com a constatação de que o bloqueio criativo se deve ao home office. Outros fatores normalmente mencionados são o excesso de tarefas, a comunicação excessiva por aplicativos de mensagens e videoconferências longas e maçantes, que não permitem que o profissional dedique tempo para cultivar novas ideias.

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Essa percepção não está totalmente errada. As conexões pessoais são fundamentais para estimular a inventividade. A polinização cruzada é uma metáfora usada por alguns profissionais para tratar do assunto. No processo que ocorre na natureza, o pólen é levado de uma flor para a outra, gerando frutos e sementes.

O mesmo acontece no trabalho, por meio da troca de ideias. Nesse ambiente de aprendizado contínuo, muitas vezes, a criatividade surge espontaneamente, em reuniões, almoços e cafezinhos. Usando ainda as flores como exemplo, algumas pessoas “murcham” ao trabalharem sozinhas, o que também impacta na capacidade de criar e na satisfação com a profissão.

Mesmo depois de quase um ano e meio em casa, derrubar algumas barreiras impostas pelo isolamento segue sendo um desafio. Uma forma de superar a distância é manter a rotina de comunicação que existia no ambiente presencial. Propor conversas individuais com seus pares para alinhamentos corriqueiros ou repassar as tarefas do dia logo pela manhã e ao final do expediente com seu gestor.

Usar o telefone para manter a proximidade com sua equipe também pode ser uma solução para evitar a solidão – e quem sabe uma forma das gerações Y e Z perderem o medo de atender ligações. Essas conversas servem tanto para expandir ideias e compartilhar desafios, quanto para solucionar problemas. Mensagens de texto e e-mails soam mais formais e podem atrasar a resolução da questão. Uma ligação de cinco minutos será mais eficiente.

Para os gestores, vale considerar a realização de reuniões semanais com toda a equipe para descompressão e conversas mais “soltas”. Alguns times apostam ainda no happy hour virtual após o horário de trabalho. Nesse caso, é importante permitir que a participação seja opcional.

Cultivar esses hábitos é fundamental para manter relacionamentos, mas também para ter visibilidade do que está acontecendo e permitir que os outros saibam sobre o andamento dos seus projetos. Uma comunicação eficiente auxilia não só no despertar da criatividade, mas também na percepção que os demais têm sobre o seu trabalho, um fator sempre importante no ambiente corporativo.

*Flavia Rezendeé Sócia-Diretora da Loures Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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