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Toda marca precisa ser engraçada para se conectar com a Gen Z?

Como o humor da Gen Z dominou as marcas – e pode estar acabando com suas identidades.

Diferentes marcas e suas personalidades (reprodução/Reprodução)

Diferentes marcas e suas personalidades (reprodução/Reprodução)

Bia Félix
Bia Félix

Influenciadora e Colunista Bússola

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 13h00.

Zara Larsson, que esteve no Brasil recentemente para o Rock in Rio, ficou surpresa ao ver uma das músicas que fez uma participação em 2017, com a Clean Bandit, viralizar em 2024.

Ao som do trecho "I just wanna be part of your symphony", acompanhado por vídeos coloridos com animais como golfinhos ou unicórnios, a trend popularizada pela Geração Z no TikTok evidencia o uso de humor satírico, absurdo e irônico como uma forma de escapismo da realidade atual por parte dos integrantes dessa geração. 

Depois dos usuários utilizarem, chegam as marcas.

Banco do Brasil, Detran e Serasa entrando na mesma trend popularizada pela Gen Z (TikTok/Reprodução)

Para essa geração, o humor é uma maneira de se destacar e parecer autêntico.

Mas até que ponto uma marca consegue preservar sua autenticidade se insiste em adotar o mesmo tom de voz e linguagem que as outras, adotando o humor característico da Gen Z a qualquer custo?

Inspirada pelo artigo do Digiday, refleti muito sobre os desafios que as marcas enfrentam para manter sua relevância ao tentar se conectar com a Gen Z, sem necessariamente recorrer a esse tipo de humor.

É importante lembrar que, assim como as pessoas, as marcas podem ter várias personalidades  

O humor traz bastante engajamento e visualizações nas redes sociais, especialmente com o público jovem. A questão é complexa. Uma marca que usa o humor no momento certo pode se beneficiar, não só com a viralização através do algoritmo, mas também com a cobertura da mídia e dos formadores de opinião.

O problema é que cada marca tem uma personalidade e um universo próprios. Quando uma marca usa um humor genérico e cronicamente online, ela corre o risco de se tornar apenas mais uma.

Se o objetivo é construir uma marca memorável e duradoura, é essencial perguntar: 

Vale a pena dedicar tempo apenas para "viralizar"? 

Não seria mais interessante focar essa energia em criar um universo de marca autêntico, que, a partir disso, gere entretenimento e engajamento mais alinhados com sua verdadeira identidade?

Além disso, há o risco de uma marca adotar um humor que, além de padronizá-la em relação às outras, entre em conflito com seu posicionamento. Se uma empresa usa o humor de forma cínica para desviar a atenção de comportamentos inadequados, isso é ainda pior.

Existem maneiras autênticas de se conectar na internet sem necessariamente recorrer ao humor 

Nem toda marca precisa ser "cronicamente online" e adotar o humor da Gen Z para se aproximar desse público. O humor está em alta agora, em parte devido ao algoritmo (que, lembre-se, está sempre mudando). 

Por isso, é fundamental pensar no futuro da marca, não apenas no momento atual: o que é sustentável a longo prazo e vai realmente gerar lembrança na mente dos seus consumidores?

Antes de adotar esse humor nas redes sociais, reflita se esse tom faz sentido para a sua marca ou se você está apenas tentando replicar o que funcionou para outros.

Para os consumidores, é muito mais valioso que as ações da marca estejam alinhadas com seu posicionamento e sejam consistentes, em vez de tentar um viral apenas por viralizar nas redes sociais.

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