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3 perguntas sobre inovação e sustentabilidade para Renata Solfredini, da Lubrizol

Diretora Global para o negócio de Home Care conta como a empresa garante desempenho no setor de cosméticos e atende à procura do público por sustentabilidade

Renata Solfredini, da Lubrizol (Lubrizol/Divulgação)

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Publicado em 27 de setembro de 2024 às 15h03.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 15h03.

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) coloca o Brasil como o quarto maior mercado consumidor de produtos de beleza, abrangendo a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. 

A movimentação anual do setor está em torno de US$ 27 bilhões no País, com perspectivas de crescimento de 12% ao ano, conferindo ao brasileiro posição de destaque no mundo, atrás de Estados Unidos, China e Japão. 

Essa semana, São Paulo sediou a edição latino-americana da in-cosmetics, um dos maiores eventos do setor, com foco nos produtores de matéria-prima, segmento responsável por trazer ao mercado os últimos lançamentos. 

Um deles é a Lubrizol, empresa global especializada no desenvolvimento de ingredientes poliméricos, ativos de tratamento e outros componentes tecnológicos utilizados em produtos de beleza e cuja divisão de cuidados pessoais é comandada por uma brasileira.

Diretora Global da Lubrizol para o negócio de Home Care, cargo que acumula com a Diretoria de Negócios para a América Latina para o segmento de Beauty, Home, Pharma e Nutra, Renata Solfredini tem mais de 25 anos de experiência no setor e está na empresa desde 2016.

1. Somente no segmento de produtos premium, o faturamento do setor superou R$ 1,8 bilhão no primeiro semestre, segundo a consultoria de comportamento do consumidor Circana. Ao que você atribui essa movimentação?

Como qualquer setor ligado à tecnologia, o segmento de cuidados pessoais demanda grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento. É uma busca constante para oferecer inovação a nossos clientes, parceiros e fornecedores, com foco nos usuários finais que anseiam por produtos de alta performance, pensando no bem-estar e no autocuidado. 

No nosso caso, parte do investimento é em polímeros e modificadores reológicos– ramo da ciência que estuda o comportamento da fluidez da matéria, avaliando a elasticidade, a viscosidade, e a plasticidade. 

Eles entregam texturas cada vez mais sofisticadas e personalizadas em aplicações de cuidados com a pele, proteção solar e cosméticos coloridos. 

Outro exemplo é o desenvolvimento de ingredientes biotecnológicos voltados ao cuidado da pele e dos cabelos, que buscam o cuidado com o meio ambiente. 

O consumidor tem exigido cada vez mais inovações, para as mais diversas tendências e aplicações, e está disposto a pagar mais caro em troca de produtos que atendam a isso.

2. Entre essas exigências está a de produtos ambientalmente sustentáveis. Essa pressão atinge também os fornecedores de matérias-primas?

Sem dúvida. Procuramos nos antecipar às cobranças por meio da inovação, inclusive utilizando IA para saber o que o consumidor deseja. 

Um dos dados, dentre tantos outros que extraímos dessa plataforma de IA, é a preocupação com o meio ambiente. Isso nos possibilita refinar a estratégia de pesquisa e desenvolvimento de novos ingredientes amigáveis, de acordo com o que os consumidores buscam no meio digital. 

Na Lubrizol, fizemos o lançamento recente de um ingrediente onde incorporamos os “12 Princípios da Química Verde”, que determinam a busca por eficiência energética, fontes de matérias primas renováveis e biodegradáveis, por exemplo, inclusive com um case no qual obtivemos redução de 30% no impacto ambiental

Nossa preocupação se estende à constante busca por parceiros e fornecedores engajados nesses princípios, o que fortalece a cadeia produtiva e os processos. 

Outro exemplo são os ingredientes desenvolvidos a partir da biotecnologia, de origem 100% natural ou biodegradáveis. A indústria, como um todo, caminha para a sustentabilidade e temos uma posição de liderança nessa questão.

3. A indústria química é historicamente vista como uma grande fonte poluidora. Como a preocupação com o meio ambiente pode ser conquistada em toda a cadeia produtiva?

Desde o ano passado, incorporamos três pilares de sustentabilidade nos processos:

  • Reduzir o impacto climático
  • Melhorar a conservação e eficiência de recursos 
  • Aumentar a circularidade. 

E cito exemplos práticos: nossas duas unidades de produção no Brasil utilizam energia 100% renovável e reuso de água. 

Nossos times trabalham continuamente na atualização dos processos fabris em busca de eficiência em todas as fases da cadeia produtiva. Esse cuidado também se traduz na escolha de parceiros e fornecedores conscientes e alinhados com boas práticas de fabricação. 

A partir de 2025, nossa meta é incorporar esses critérios em 100% dos novos projetos de inovação, além de adequar nosso portfólio para atender a essa meta. 

Buscamos utilizar matérias-primas renováveis que podem atuar como alternativas aos ingredientes tradicionais. Isso inclui o desenvolvimento de produtos que substituem solventes químicos por alternativas de base aquosa e biológica, contribuindo para uma cadeia produtiva muito mais amigável ao meio ambiente.

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