Sentimento do brasileiro em relação à economia não é de otimismo. (Marcello Casal jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2021 às 19h30.
Por André Jácomo*
Em um dos estudos mais importantes da ciência política do século 21, MacKuen, Erikson e Stimson mostram uma relação forte de causa e efeito entre a influência das reações emocionais dos indivíduos em relação à economia e a popularidade do presidente da República.
A grande conclusão desse estudo é que, mesmo com economia cambaleante, com inflação e desemprego em alta, a avaliação do governo pode ser boa ou se manter em patamar estável, desde que os indivíduos estejam otimistas com o futuro.
Olhando para a nossa situação verde e amarela, a atual fase da pandemia da covid-19 no Brasil é a saída da sua fase mais letal e o aumento gradual do percentual de vacinados. Essas notícias podem ser gatilhos importantes para gerar expectativas positivas na opinião pública em relação ao futuro. Mas quando o assunto é a situação da economia, o sentimento em relação ao futuro já não apresenta tanto otimismo.
Pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa com uma amostra representativa mostra que apenas 18% dos brasileiros acreditam que o país já tenha começado a se recuperar dos impactos econômicos da pandemia. Para a grande maioria, o horizonte temporal de recuperação só acontecerá no médio prazo: para 71%, a economia somente começa a se recuperar em dois ou mais anos.
Do outro lado da equação, existe uma tendência confirmada por várias pesquisas de opinião: há meses, o governo federal mantém sua avaliação positiva restrita a um terço do eleitorado brasileiro.
Só não se sabe ainda qual o peso do presente e qual o peso das projeções econômicas na atual popularidade do governo. Mas recuperando o otimismo, a recuperação da popularidade pode acontecer mais rapidamente.
*André Jácomo é diretor do Instituto FSB Pesquisa
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