Evento busca incentivar a inovação e a disseminação do conhecimento (fundação bunge/Divulgação)
Bússola
Publicado em 5 de outubro de 2021 às 17h10.
Última atualização em 5 de outubro de 2021 às 17h33.
Um dos mais importantes reconhecimentos de mérito científico, literário e artístico do Brasil, o Prêmio Fundação Bunge chega à sua 65ª edição com uma premiação histórica. Isso porque entre os contemplados deste ano estão nomes que participaram de descobertas essenciais dentro de áreas imprescindíveis e que são os temas deste ano: Prevenção de Doenças Infecciosas, na área de ciências biológicas, ecológicas e da saúde; e impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos, em ciências agrárias.
Dentro do primeiro tema, um dos premiados é Ricardo Tostes Gazzinelli: presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cofundador do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG-Fiocruz e professor da Universidade de Massachusetts (UMASS), além de membro da Academia Brasileira de Ciências, The World Academy of Sciences (TWAS). Fez contribuições importantes na área de imunologia das doenças parasitárias. É coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas/MCT, e tem contribuído para o desenvolvimento de vacinas contra as doenças negligenciadas, mais precisamente a leishmaniose, doença de Chagas e malária.
Ainda em Prevenção de Doenças Infecciosas destacamos também como premiado de 2021, categoria Juventude, Tiago Antonio de Oliveira Mendes. Mestre em parasitologia pela UFMG e doutor em bioinformática pela UFMG com período no European Molecular Biology Laboratory (EMBL-Heidelberg, Alemanha). É professor adjunto A do departamento de bioquímica e biologia molecular da UFV, membro do European Molecular Biology Laboratory Alumni Association. Seus projetos resultaram no depósito de 34 patentes, incluindo repositórios internacionais (União Europeia).
O indicado tem conseguido interagir com empresas privadas por meio de acordos de cooperação de desenvolvimento de produtos para controle de doenças infecciosas. Estes acordos incluem colaborações com as empresas biotécnica (testes rápidos para covid-19 e zika vírus), Laboratório Biovet (vacina para as zoonoses erliquiose, babesiose e anaplasmose) e AnimalNutri (testes rápidos para neosporose e tripanossomíase).
Já na temática Impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos, o premiado Vida e Obra é Eduardo Delgado Assad. Pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e professor de mestrado da FGV/FGVAgro. Fez mestrado e doutorado em manejo e ciências da água, departamento de hidrologia e matemática da Universidade de Montpellier, França. Especializou-se em sensoriamento remoto no Centre National d´Études Spatiales (CNES) em Toulouse. É pesquisador da Embrapa desde 1987 atuando inicialmente no Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC).
Liderou e coordenou a implantação do zoneamento agrícola de riscos climáticos no Brasil, primeira política pública brasileira que inclui as mudanças climáticas em suas indicações técnicas. Em 2007, a convite do governo britânico, coordenou uma pesquisa para avaliar os impactos econômicos das mudanças climáticas na agricultura tropical, analisando nove culturas. Os estudos mostraram a alta fragilidade de nossa agricultura frente ao aquecimento global e as ações de adaptação e de mitigação a ser tomadas a partir daquele momento para minimizar os efeitos do clima sobre a segurança alimentar.
Na categoria Juventude, Fabiani Denise Bender também é uma das contempladas deste ano. Atua hoje no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). É mestre em ciências atmosféricas pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo - IAG/USP; doutora e pós-doutora em ciência, pelo programa de Engenharia de Sistemas Agrícolas, pela Esalq/USP, Piracicaba, SP. Participa de pesquisa voltada para a avaliação dos impactos das mudanças climáticas na produtividade da cultura do milho e da batata inglesa em diferentes regiões brasileiras. Tem experiência nas áreas de agrometeorologia e climatologia com enfoque no uso de modelos de simulação de culturas, e aplicações em diferentes cenários climáticos.
Considerando a complexa interrelação solo-planta-atmosfera, Fabiani demonstra amplo conhecimento no que tange não apenas modelos de simulação de culturas agrícolas como também modelos climáticos globais, conduzindo as simulações considerando a abordagem de ensemble — critério científico para reduzir incertezas em cenário de clima futuro. Além de aplicar modelos de simulação amplamente utilizados, as projeções de clima futuro também são baseadas em cenários de emissão definidos no quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC-AR5), resultando em produção científica de impacto, publicada em periódicos nacionais e internacionais conceituados.
“É um prêmio que, acima de tudo, proporciona aos contemplados o amplo reconhecimento público tão merecido pelas contribuições relevantes que eles trazem a toda a sociedade. Historicamente, a Bunge sempre esteve muito ligada à inovação, como exemplo podemos lembrar que foi a primeira empresa a introduzir o óleo vegetal comestível como alternativa à banha de porco. Ao encontro dessa cultura, criou-se em 1955 o prêmio, para incentivar a inovação e a disseminação do conhecimento. Objetivo que, sem dúvida, tem sido conquistado a cada ano”, declara Cláudia Buzzette Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge.
Por conta da pandemia de covid-19, não haverá a tradicional cerimônia de premiação presencial. Os contemplados Vida e Obra receberão medalha de ouro e a quantia de 150.000 reais. Já os premiados na categoria Juventude, ganham medalha de prata e 60.000 reais.
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