"Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas na missão de educar profissionais em tech é a resistência às mudanças" (fotostorm/Getty Images)
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Publicado em 18 de março de 2024 às 07h00.
Por Adriano Almeida*
Atualmente, não há como negar que o bom profissional é aquele que se adapta às transformações do mercado e adquire novos conhecimentos conforme as demandas do contexto. Não à toa, uma pesquisa da Gartner confirma que essa não é apenas uma estratégia de competitividade das empresas, mas uma necessidade: 58% das pessoas acreditam que precisam desenvolver novas habilidades para desempenhar seu trabalho, sendo que 33% das competências requeridas em vagas de emprego no ano de 2017, em Tecnologia da Informação (TI), Finanças e Vendas, já estão ultrapassadas.
Antes falávamos em carreiras em tecnologia. Hoje, falamos em tecnologia sendo aplicada em todas as carreiras. Mas a própria tecnologia vem se transformando também. Diante dessa mudança do mercado, o desenvolvimento, seja a nível individual ou corporativo, precisa ser continuamente aprimorado.
Chamamos isso de capacitação em "digital skills", ou seja, desenvolvimento de habilidades tecnológicas essenciais ao exercício das nossas carreiras. E isso, já deixou de ser requisito apenas no setor tech. Quantas profissões já não exigem conhecimento de plataformas e ferramentas digitais nas rotinas de trabalho?
Só para termos uma mostra desse cenário, a Ark Invest aponta que as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) podem aumentar em quase 140% a produtividade das pessoas colaboradoras nos próximos 8 anos. Em termos financeiros, isso equivale a um aumento de, aproximadamente, US$ 50 mil por pessoa trabalhadora, resultando em US$ 56 trilhões em todo o mundo!
Na prática, as competências digitais ajudam as equipes a lidar com a presença tecnológica em qualquer âmbito do ambiente de trabalho.
Estamos falando do aprendizado na alfabetização em dados, automação e ferramentas de produtividade, noções básicas de programação, compreensão da rede em nuvem, segurança da informação, design thinking, dentre outros.
Priorizando o desenvolvimento nesses assuntos, o céu é o limite para as organizações. Times com essas capacitações podem otimizar o tempo de tarefas e aumentar a qualidade do trabalho, explorar o potencial interativo dos dispositivos eletrônicos, elevar o ritmo de criatividade e inovação, estabelecer uma gestão da identidade digital da empresa e, acima de tudo, subir o nível de eficiência.
Um dos principais desafios enfrentados pelas empresas na missão de educar profissionais em tech é a resistência às mudanças. Nem todos vão possuir conhecimentos tecnológicos, e mesmo aqueles que possuem podem estar em diferentes níveis. Por isso, as companhias devem olhar para cada uma dessas necessidades e pensar em trilhas de desenvolvimento específicas.
Começar pelo ensinamento básico, que se conecta às atividades do dia a dia, é um ótimo ponto de partida. Por exemplo, analisar dados através de Excel ou trabalhar com ferramentas de IA já são habilidades extremamente úteis e demonstram para as equipes o valor do aprendizado.
Obviamente, o papel das lideranças também é primordial nesse processo de conscientização e transformação. Criar uma cultura digital depende das referências que os profissionais experientes e em cargos de gestão, especialmente os líderes da área de TI, oferecem aos seus liderados.
A tendência é que as empresas que não investem na educação em tecnologia fiquem para trás. A inovação e formação de um diferencial competitivo dependem dessas habilidades, principalmente no que se refere aos profissionais não-tech.
*Adriano Almeida é líder da Alura Para Empresas, unidade de negócios da Alura, maior ecossistema de aprendizado em tecnologia do Brasil, que apoia e impulsiona organizações com soluções de desenvolvimento de pessoas em tecnologia.
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