Quem deve se adaptar, a empresa ou a plataforma? (Freepik/Reprodução)
Bússola
Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 14h00.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2023 às 14h14.
Por Monique Marcone*
A necessidade é o catalisador de inúmeras transformações na sociedade, lógica que vale também para o ambiente corporativo. Recursos antes considerados como vantagem competitiva, tempos depois se tornam fundamentais para manterem empresas no mercado. Até que são considerados obsoletos e o ciclo de transformação se renova.
Nos últimos dois anos, as circunstâncias exigiram que o foco das organizações se voltasse para dois pilares: segurança e adaptabilidade. O setor de logística enfrentou mudanças profundas que demandaram resiliência, fazendo surgir novos modelos de negócios que garantissem qualidade, rapidez e segurança em todos os elos da cadeia.
Assim como ocorreu com os produtos orientados ao consumidor final, o mercado B2B também se beneficiou da tendência. De 2020 para cá, apareceram várias startups oferecendo ferramentas para Supplier Relationship Management (SRM). São soluções mais amigáveis ao usuário e de conceito "simples" que têm a mesma missão: acelerar o processo de homologação de fornecedores.
Esse movimento representou uma nova onda de simplificação e digitalização das homologações para o setor de procurement. No início, o principal objetivo era digitalizar os processos. Os softwares de gestão de supply chain, que envolvem os setores de finanças, contábil e jurídico, vieram para revolucionar o pedido de compra via papel, integrando todos os processos da cadeia de valor e colocando o comprador como o grande protagonista do ciclo de vendas.
Processos que antes levavam meses, agora são concluídos em dias. Os processos da gestão da cadeia de fornecimento, cada vez mais ágeis, demandam uma contínua evolução das plataformas de SRM, exigindo ritos operacionais ainda mais simples, porém cada vez mais customizados e flexíveis. Tudo isso para suportar diferentes necessidades com níveis de exigência bastante específicos e, inclusive, absorver o novo movimento corporativo das indústrias: compras sustentáveis, análise de fornecedores locais e diversos, desenvolvimento de fornecedores e avaliação de nível de maturidade ESG de sua cadeia.
A empresa ou a plataforma: quem deve se adaptar?
Emerge então a necessidade de repensarmos os parâmetros. Abrir mão das conquistas que as plataformas SRM trouxeram em termos de agilidade faz pouco sentido. O ponto nevrálgico parece ser a falta de ter uma plataforma flexível e inteligente, ou seja, amplamente configurável e capaz, portanto, de se adaptar a qualquer fluxo de processo e suas ramificações e transformações.
Uma plataforma SRM sim, porém inteligente, ou I-SRM (Intelligent Supplier Relationship Management), que descortina a possibilidade de criações infinitas de fluxos, módulos que conversam entre si e que irão gerenciar cada fase do ciclo de vida do fornecedor com um único sistema. Temos finalmente a possibilidade de realizar a absorção completa das constantes mudanças nos processos de gestão de fornecedores, independentemente do nível de complexidade e políticas de qualquer empresa.
Abastecida por uma grande base de dados mundial, uma plataforma I-SRM eficiente tem como grande vantagem ampliar a visão de risco da cadeia de fornecimento de forma inteligente e global, oferecendo garantias que vão desde poder capturar e analisar dados financeiros, compliance e maturidade ESG de fornecedores até incluir premissas de risco com base em critérios estratégicos de uma corporação, sem limite de fronteiras.
E mais: as novas plataformas I-SRM são projetadas para cascatear decisões automáticas ou cobrar o fornecedor intuitivamente para terminar um processo sem a utilização de mão de obra humana. O processo é tão rápido e fácil como ter um One Page de visão global de sua cadeia de fornecedores sem precisar minerar dados.
Esse caminho em direção ao futuro não tem volta. Os resultados coletados falam por si. A cadeia de suprimentos atual vive uma era na qual empresas que implementaram compras sustentáveis, segundo o estudo 2019 Sustainable Procurement Barometer, realizado pela escola de negócios NYU Stern, alcançaram 58% de melhoria em mitigação de riscos, 30% em redução de custo, 24% de aumento de receita por melhora na reputação corporativa e 19% de incremento em rankings e índices financeiros.
Desta forma, apenas saber quem são seus fornecedores diversos, enviar reminder de documento vencido, obter certidões de forma automática, associar status de certidões públicas, como score ESG do fornecedor, e monitorar risco, recursos oferecidos pelas plataformas SRM de prateleira, não são mais suficientes e passam a ser ultrapassados para o que o futuro de supply chain vislumbra.
Serviços como esses para empresas com maturidade digital avançada já deixaram de ser diferenciais e passam a ser necessidade cotidiana da área. Empresas com maturidade digital mais alta já contam com a experiência de uma plataforma I-SRM, que potencializa a gestão de fornecedores e oferece aos usuários uma maior satisfação a partir de soluções que entregam mais agilidade, segurança e inteligência sem esforço.
Num ambiente competitivo como o atual, é muito difícil que alguma empresa séria aceite correr o risco de ver porções gordas de seu market share serem engolidas por empresas mais eficientes também do ponto de vista sustentável.
*Monique Marcone é product implementation lead na CIAL Dun & Bradstreet, no Brasil
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