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Natura e o “Compromisso com a Vida”

3 perguntas para Andrea Álvares, VP de Marca, Inovação, Internacionalização e Sustentabilidade da Natura

Andrea Álvares - Natura (Natura/Reprodução)

Mariana Martucci

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 20h50.

A Natura é uma marca icônica por ter sido pioneira em temas que só hoje ganharam dimensão e urgência para o mercado: da visão sobre o impacto da crise climática à colaboração com comunidades da Amazônia. Conversamos esta semana, na FSB Comunicação, com Andrea Álvares, vice-presidente de Marca, Inovação, Internacionalização e Sustentabilidade da Natura. O bate-papo fez parte do FSB Trocas, encontros promovidos entre o time da agência e lideranças externas. Destaquei três pontos essenciais dessa conversa.

1 - As agendas de sustentabilidade e crise climática estão na pauta de forma intensa. As marcas estão olhando com compromisso para isso?

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Importante as empresas se perguntarem se elas estão dando as respostas de que o mundo precisa para amanhã, e não só para hoje. Se há 20 anos a discussão sobre o tema sustentabilidade era marginal, hoje não é mais. Não cabe mais a uma empresa não incluir a crise climática e a distribuição de renda em suas agendas.  É preciso se perguntar se a cadeia de valor e o modelo de negócios que a organização possui promove avanços ou opera com retrocesso e/ou impacto negativo no que diz respeito a esses temas. Todos os negócios podem gerar algum tipo de impacto negativo, seja na dimensão ambiental, humana ou social. Por isso, esse tipo de avaliação é necessária para que ocorra uma mudança, considerando também que, na próxima década, essas transformações serão ainda mais aceleradas.​

2 - Qual o grande foco de futuro da Natura?​

Como parte do grupo Natura &Co, formado por Avon, Natura, The Body Shop e Aesop, queremos expandir a influência na conservação de 3 milhões de hectares até 2030. Temos metas ambiciosas de atingir emissões líquidas zero de carbono até 2030, além de reduzir as emissões de carbono, rastreando as emissões em toda a cadeia de valor e de nossos fornecedores - da extração de matérias-primas ao descarte de embalagens.

Esses objetivos fazem parte do nosso Compromisso com a Vida, um plano abrangente de sustentabilidade que visa a intensificar nossas ações para enfrentar algumas das questões globais mais urgentes, incluindo enfrentar a crise climática e proteger a Amazônia, garantir igualdade e inclusão, e mudar nossos negócios para circularidade e regeneração. Já temos uma agenda interna a ser cumprida e também uma frente de engajamento e advocacy, que é uma ação combinada do poder público, da sociedade civil organizada, das empresas privadas e também do consumidor.

Nos nossos planos, há a busca por assegurar a colaboração com quem vive e conhece profundamente a Amazônia. Para essa região, por exemplo, nosso projeto é intensificar ações para protege-la, com base na experiência de mais de 20 anos de relacionamento com a sociobiodiversidade local. Nos últimos anos, a Natura contribuiu para a conservação de 1,8 milhão de hectares de terra, uma área equivalente à metade da Holanda, mas esse resultado é insuficiente quando consideramos o que a região precisa e a demanda pela participação de vários agentes da sociedade.

3 - 2020... Como foi passar por ele? E parece que ainda continua, não?

2020? Parece que ainda não acabou, não é? Foi um ano para operar com o horizonte do dia seguinte, dadas todas as incertezas que estavam colocadas. O mundo parou e, na Natura, a gente tomou decisões coletivas, nos reunindo todos os dias para olhar o cenário. Com base no que estava acontecendo no mundo, e mais especificamente na América Latina, decidíamos juntos o que fazer, sem perder nosso foco principal, que são as pessoas. Com isso, adotamos atitudes e implementamos planos emergenciais para oferecer diferentes soluções.

No Brasil, já vínhamos de uma jornada de digitalização há alguns anos, com estratégias para digitalizar processos e modelos para que pudéssemos melhorar o trabalho das nossas consultoras de beleza e oferecer todo o suporte necessário no período. Também adaptamos portfólio e a agenda de operações. O que ficou deste período é que aprendemos a operar de um novo jeito. A relação do consumidor com o varejo físico e com a venda on-line, por exemplo, mudou e foi preciso nos adaptarmos a pontos como esses. Seguimos mapeando e fazendo a gestão contínua de mudanças para alcançarmos os objetivos deste ano.

*Sócia-diretora Digital&Inovação da FSB Comunicação

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