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Meio Ambiente: pesquisadores descobrem como acelerar crescimento de árvores nativas da Amazônia

Iniciativas incluem a recuperação de 7,6 mil hectares da floresta até 2045 graças à redução de 20 para 3 anos o tempo de crescimento de árvores nativas na região

O sucesso do projeto pode trazer benefícios significativos para o futuro da restauração florestal na Amazônia (Norte Energia/Divulgação)

O sucesso do projeto pode trazer benefícios significativos para o futuro da restauração florestal na Amazônia (Norte Energia/Divulgação)

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Publicado em 5 de junho de 2024 às 07h00.

A gente celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente com uma conquista importante de cientistas brasileiros: pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) descobriram um método capaz de acelerar o processo de reflorestamento em até 20 anos.

Em curso desde outubro de 2022, o projeto utiliza técnicas de melhoramento genético e estrutural das plantas com a aplicação de hormônios, acelerando o crescimento e antecipando a floração e frutificação

As espécies selecionadas são nativas da Amazônia e têm crescimento lento, fator que dificulta o reflorestamento. Os resultados mais significativos foram notados nas seguintes espécies:

  • Golosa: precisa de 25 anos para floração. Cientistas preveem primeiros frutos em três anos após o plantio.
  • Camu-camu: pode chegar a 8 metros em 20 anos. Cientistas preveem a mesma altura em apenas 10.
  • Cajá: crescimento em diâmetro foi acelerado em 30%.

O estudo faz parte de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, e é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

“Isso é espetacular para o meio ambiente! E o que essa pesquisa tem de mais peculiar é o desenvolvimento da região. É muito importante para a companhia deixar esse legado”, avalia Roberto Silva, gerente de meios físico e biótico da Norte Energia e um dos líderes do projeto.

Detalhes do projeto

O programa, com previsão de conclusão para o segundo semestre deste ano, tem a participação de cientistas das seguintes instituições:

  • Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa
  • Universidade Federal de Viçosa
  • Universidade Federal Rural da Amazônia
  • Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará. 

A equipe é liderada pelo professor Emil Hernández, da UFPA.

Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) PD-07427-0622/2022 foi intitulado “Novas tecnologias para acelerar o crescimento de plântulas e plantios estratégicos para a restauração no Trecho de Vazão Reduzida da Volta Grande do Xingu, Pará”, e tem como principal objetivo desenvolver um conjunto de ações integradas que otimizem os projetos de reflorestamento da Volta Grande do Xingu.

O sucesso do projeto pode trazer benefícios significativos para o futuro da restauração florestal na Amazônia e poderá ser aplicado em outras regiões, ajudando a recuperar áreas degradadas e a reduzir o desmatamento. O projeto também pode auxiliar a biodiversidade da Amazônia e gerar renda e emprego para quem vive na região”, explica Emil.

Três mil Maracanãs reflorestados

Além do estudo para aceleração do reflorestamento, desde 2011 a Norte Energia executa programas de Conservação da Flora e Recomposição da Cobertura Vegetal nos entornos da UHE Belo Monte. 

  • Por meio dessa atuação foram plantadas cerca de 1,5 milhão de mudas, que podem capturar até 15 mil toneladas de CO2.

A quantidade de novas mudas registrada até o momento inclui 159 espécies nativas da região e ajudou a reflorestar aproximadamente 2.400 hectares de floresta, área equivalente a mais de 3 mil campos de futebol como o do Maracanã.

A meta da Norte Energia é recuperar, até o ano de 2045, 7,6 mil hectares de floresta, o que corresponderá a 5,5 milhões de mudas de espécies nativas.

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