Juçaí expande negócio com investimento de R$ 20 mi em nova fábrica no Rio
Produto feito de maneira sustentável por meio da polpa do fruto da palmeira juçara conserva um dos principais biomas brasileiros
Bússola
Publicado em 2 de setembro de 2022 às 19h30.
Por Bússola
A Juçaí, empresa que fabrica produtos baseados no açaí da juçara, vai aumentar sua aposta na popularização do fruto da palmeira-juçara, árvore típica da Mata Atlântica, que tem cor e sabor semelhantes aos do açaí amazônico. A companhia investirá R$ 20 milhões na construção da nova fábrica em Penedo, interior do Rio de Janeiro, garantindo atuação ainda mais forte no mercado nacional e internacional. Atualmente distribuída nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a marca exporta para países como Chile e Canadá.
Até 2025, a empresa pretende se tornar referência em sustentabilidade em negócios no Brasil. Roberto Haag, CEO da Juçaí, que está a frente da marca desde abril deste ano, aposta na ideia de que é possível criar uma empresa com rentabilidade atraente por meio de produtos de alta qualidade que nascem e inspiram soluções socioambientais.
“Nascemos com a missão de conservação da palmeira-juçara. Da plantação à venda, da colheita à produção, buscamos incorporar a sustentabilidade em tudo que fazemos. Abraçamos a causa de conservar a palmeira-juçara e dedicamos a ela toda a nossa energia. Hoje, o ciclo de conservação gera cerca de 900 empregos diretos e indiretos”, declara Haag.
O Juçaí, açaí feito com 100% do fruto da palmeira-juçara, espécie nativa da Mata Atlântica, nasceu em 2015, com o propósito de conservação de um dos principais biomas brasileiros, através da proteção da palmeira-juçara, que tem uma função chave para o equilíbrio do ecossistema.
A marca usa a polpa do fruto da juçara como principal insumo para o seu processo produtivo e, para extraí-lo, não é preciso derrubar a árvore, mantendo-a de pé. A espécie está ameaçada de extinção devido à extração ilegal do seu palmito, cujo processo de retirada implica necessariamente na derrubada da árvore.
A empresa lidera a criação de uma cadeia de valor que, ao gerar relevância econômica à árvore viva, com o beneficiamento do seu fruto, protege a biodiversidade das florestas e proporciona uma fonte de renda para as comunidades locais.
No processo de fabricação do Juçaí, a colheita é feita direto da juçara silvestre, de um jeito totalmente sustentável: 33% dos frutos são deixados para garantir a alimentação da fauna.
Esta etapa inicial é realizada por um coletor, da própria comunidade local, que se organiza em cooperativas. Esses profissionais têm fortes raízes culturais com a palmeira e são muito importantes para o ecossistema. Eles não utilizam nenhum tipo de fertilizante sintético ou agrotóxico e contam somente com recursos naturais. Depois do despolpamento, as polpas são levadas para a fábrica instalada na região de Penedo (RJ), região de Mata Atlântica em que há grande incidência de palmeiras juçara.
A parceria com a Juçaí abrange hoje 300 famílias de Rio Novo do Sul e de cidades próximas. O gestor Pedro Bortolloti, que antes colhia apenas alguns poucos quilos ao ano, passou a colher 250 toneladas. “Damos valor econômico à árvore viva e ao seu fruto, remuneramos de forma justa o coletor, respeitando o meio ambiente, as espécies e a comunidade local da Mata Atlântica”, diz Haag.
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