Jean Carlo Klaumann: “Enquanto ninguém comprou, ninguém vendeu”
Qual a relação da cultura orientada a dados e da colaboração na cadeia de consumo?
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Publicado em 14 de agosto de 2023 às 12h57.
Há muito se fala em transformação digital e cultura data driven, mas, segundo a quinta edição da pesquisaBenchmarking Survey of Corporate Digital Transformation, menos de 20% dos entrevistados acreditam que as suas empresas alcançaram mais de 80% das metas de transformação digital. Além disso, conforme evidenciado peloGartner, até 2025 espera-se que 55% da área de tecnologia da informação adotará ecossistemas de dados , essenciais para a transformação digital.
Isso vai ao encontro do que é visto na cadeia de consumo – que combina elos importantes como indústria, varejo e distribuição para, colaborativamente, vender mais.
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Por isso, o Bússola foi conversar com Jean Carlo Klaumann, CEO da Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados, que, no dia 22 de agosto, estará – junto com grandes varejos e indústrias – no palco do Neogrid Summit 2023 para discutir justamente: dados, colaboração e eficiência.
1 – Jean, você – além de CEO da Neogrid – é professor de Transformação Digital para cursos de pós-graduação. Então, nos ajude a entender: por que o tema data driven ainda está em alta mesmo depois de tanto tempo?
Muitos dados são gerados rotineiramente, mas é preciso análise e interpretação para transformá-los em informações úteis. As companhias conhecem o método, sabem da importância de serem orientadas por eles, mas muitas ainda não sabem transformá-los em insights e ações efetivas.
Empresas como a nossa estão no mercado para apoiar diversos segmentos – no nosso caso, a cadeia de consumo – a fazer um uso correto dos dados, tomar melhores decisões e vender mais. Essa é uma abordagem comprovada e altamente eficaz, uma vez que se baseia em informações sólidas ao invés de suposições, o que reduz os riscos e melhora os resultados das operações.
2 – Essa falta de execução tem relação com a cultura organizacional? Isso é mais forte na cadeia de consumo, ou seja, no varejo e na indústria?
Sim, a cultura é fator central e a liderança tem papel crucial, mas a cultura de gestão analítica, factual, precisa transcender a diretoria e ser um hábito de todo time, com transparência da estratégia da empresa.
Em ambientes em que o erro é recriminado, as pessoas preferem seguir no escuro, fazendo suposições, ao invés de medir, avaliar e ajustar a rota. Mas, na cadeia de consumo, ser data driven muda o jogo, pois é possível entender os sinais diários de desejos e necessidades do consumidor e atendê-lo individualmente. Afinal, como nosso fundador sempre diz, enquanto ninguém comprou, ninguém vendeu.
E o consumidor muda de ideia e de direção o tempo todo e isso impacta a cadeia, pois ele está no centro dela. Se a marca que está acostumado a comprar está em falta no mercado que costuma ir, ou muda de mercado ou de marca (e talvez não volte para nenhum dos dois). Se um produto em promoção acaba rápido demais, gera frustração. Se o varejo da esquina ou o site x tem preço melhor, ele migra. Se o molho de tomate está perto do macarrão, leva os dois para uma receita.
Ou seja, temos inúmeros indicadores e dados, tanto de supply quanto de inteligência comercial, relevantes para olhar: ruptura, elasticidade de preço, cesta do consumidor, gestão de promoção e de verbas promocionais, por exemplo.
Por isso, não dá para estar no mundo do consumo e não ser data driven. Não mais em 2023.
3 - Quais são os riscos de negligenciar a importância dos dados e da transformação digital?
A competitividade. Empresas que ainda decidem pela emoção, ignorando consumidor , concorrência, tendências ou, muitas vezes, a sua própria performance, terão sérias dificuldades para sobreviver contra empresas ágeis, analíticas e centradas no consumidor.
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