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Investimento em saneamento em Manaus supera outras capitais do Norte

Em entrevista à Bússola, diretor da Águas de Manaus fala sobre planos futuros e acesso aos serviços pela população de baixa renda

Diego Dal Magro fala sobre os planos da companhia de saneamento para os próximos cinco anos (A.Paes/Deposit/Divulgação)

Diego Dal Magro fala sobre os planos da companhia de saneamento para os próximos cinco anos (A.Paes/Deposit/Divulgação)

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Publicado em 3 de fevereiro de 2022 às 16h02.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2022 às 16h13.

Em 2018, a Águas de Manaus assumiu a concessão do serviço de saneamento básico na capital do Amazonas. Desde então, o volume de investimentos na cidade superou o de outras capitais do Norte do Brasil. No total, já foram investidos mais de R$ 500 milhões e há plano de ultrapassar R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. Para entender os resultados concretos, a Bússola conversou com Diego Dal Magro, diretor executivo da Águas de Manaus (AM), do grupo Aegea.

Bússola: Como tem sido o ritmo de investimentos da Águas de Manaus no saneamento dessa cidade com um cenário tão desafiador?

Diego Dal Magro: Desde o ano 2000, os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Manaus foram concedidos à iniciativa privada, por meio de contrato de concessão, saindo da gestão da estatal Cosama, passando por duas empresas até a atuação da Aegea, em 2018.

Desde que chegamos, passamos a atuar em sintonia com a prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas, em especial a Unidade Gestora de Projetos Especiais — UGPE.

De 2018 até agora, houve significativa melhoria na qualidade da água, com necessidade de garantir a adequada distribuição e regularidade, sobretudo quando se considera o crescimento populacional da cidade, que saltou em 25% em uma década. O esgotamento sanitário é um capítulo à parte, mas vem recebendo investimentos, chegando hoje a 26% da cidade, com meta de alcançar 45% em 2025.

No total, já foram investidos mais de R$ 500 milhões no saneamento e temos um robusto plano que prevê mais R$ 1 bilhão para os próximos cinco anos. O valor médio de investimento por ano em Manaus (R$ 160 milhões ao ano) é superior ao dobro da média nas outras capitais do Norte no mesmo período (R$ 68 milhões por ano). O plano de investimento demonstra que Manaus está pronta para avançar em saneamento e posicionar-se como a Metrópole da Amazônia que é.

A companhia concede hoje isenção para famílias de baixa renda. Como essa tarifa se torna sustentável para a empresa?

A Tarifa Manauara é um instrumento de equidade social, fruto de uma soma de esforços com a prefeitura. A isenção de 50% do valor da conta é para pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade, portanto, mais do que ser uma medida para evitar a inadimplência, é nosso compromisso em garantir acesso à água tratada para todos.

Para além do desconto, implantamos infraestrutura de abastecimento que se adapta à geografia de regiões de difícil acesso, como becos, palafitas e rip-raps, a exemplo das redes aéreas, que são suspensas e evitam contato com o rio e igarapé, além de outras iniciativas que dialogam com a população, conhecendo a realidade e implantando soluções para que a água chegue onde nunca havia chegado. O comprovante de residência também é uma conquista dessas famílias.

Por meio de ações sociais e presença constante nas comunidades, estamos cada vez mais próximos do nosso usuário, ouvindo e atendendo ao que realmente precisam e construindo relações duradouras.

Água e esgoto tratados são, certamente, muito importantes, mas como eles refletem na economia da cidade?

O aumento da dignidade é chave para uma melhor qualidade de vida. Além disso, o impacto na saúde pública é muito significativo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a cada R$ 1 investido em saneamento, economiza-se R$ 4 em saúde. Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil com comunidades vulneráveis que passaram a ter o serviço de abastecimento de água, mostra que antes da chegada da concessionária, era comum os moradores ficarem doentes de três a quatro vezes por ano.

Depois do acesso à água tratada, o indicador foi transformado: 83% das pessoas agora relatam ficar doentes apenas uma vez ao ano, antes esse índice era de apenas 43%. Na percepção dos entrevistados, o percentual de crianças que adoeceram e faltaram à escola caiu de 46% para 11%.

A realidade é que estamos cada vez mais próximos do nosso usuário. Atualmente nos posicionamos de forma eficiente, temos um bom planejamento e conseguimos fazer nossos projetos serem efetivos com impacto positivo para a evolução do saneamento. Uma população mais saudável tem um presente e futuro melhor.

O senhor falou em uma previsão de mais R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos da concessão. Esse valor vai ser suficiente para atingir os objetivos quando ainda há tanto a ser feito?

Sim, é suficiente. O investimento inicial, robusto, de R$ 500 milhões, visou garantir o acesso ao abastecimento para quem nunca tinha recebido o serviço, o que demandou a implantação de toda a infraestrutura necessária. Construímos uma base sólida sobre a qual podemos nos desenvolver. Atualmente, já universalizamos o abastecimento de água e agora o objetivo é ampliar o acesso ao esgotamento sanitário a 45% até 2025 e 80% até 2030.

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