Se o intestino entra em desequilíbrio consequências vão de uma simples dor de barriga até doenças crônicas. (Getty Images/Getty Images)
Bússola
Publicado em 30 de maio de 2022 às 10h40.
Por Tatiane Pinheiro*
Imagine uma estrutura com nove metros de comprimento, que abriga uma população de trilhões de microrganismos praticamente autônomo e que pode afetar suas emoções, seu sono e até mesmo seu comportamento. Pode ser fonte de toda a felicidade do mundo, mas também do maior desconforto possível. Esse é o intestino.
Manter o bom funcionamento desse órgão – um dos maiores do corpo, responsável por dois terços do seu sistema imune – é sinônimo de saúde e bem estar.
Quando esse sistema complexo se desestabiliza – devido a alterações genéticas, infecções, inflamações ou variações na dieta alimentar – as consequências podem ser desde uma simples dor de barriga até o aparecimento de doenças inflamatórias crônicas.
Em maio, mês dedicado à Conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais – o Maio Roxo –, é o momento de falar sobre os fatores de risco que podem agravar quadros da Doença de Crohn e da retocolite ulcerativa. Essas doenças, cujas causas são desconhecidas, não têm cura, mas o tratamento adequado pode ajudar a controlar os sintomas.
As campanhas dos meses coloridos, com foco em dar visibilidade aos cuidados com doenças graves e temas pouco discutidos pela sociedade, têm sido importantíssimas para trazer informação, combater o preconceito e apoiar o diagnóstico precoce. Mas também têm sido um ponto de apoio para abrir espaço para discutir temas paralelos e igualmente importantes.
Um ecossistema no corpo
Em maio, portanto, além de apoiar o Maio Roxo, vale iniciar uma discussão ampla sobre outros aspectos da saúde do intestino. Podemos começar com uma metáfora: vamos imaginar que o intestino seja um ecossistema, onde convivem aqueles trilhões de microorganismos citados no início do texto, a microbiota intestinal. Isso já dá uma ideia da complexidade do assunto.
Nesse ambiente, convivem uma microbiota “benéfica”, que tem papel fundamental no metabolismo de diversos processos e também influencia nas respostas mediadas pelo sistema imune, e, em contrapartida, uma microbiota “do mal”, responsável por diferentes doenças.
Se não fortalecemos o exército da microbiota "benéfica", ela não vai ser suficiente para combater as forças "do mal" e manter o equilíbrio do ecossistema, prejudicando principalmente a digestão e a absorção de nutrientes.
Uma microbiota saudável
Talvez você já tenha observado sintomas como aquela sensação de estufamento, dor na barriga, inchaço abdominal, cólicas, diarreias, intestino preso e enjoo. Quando o ecossistema intestinal entra em desequilíbrio, os sintomas começam com um enorme desconforto. Mas como virar o jogo?
Embora as principais características da microbiota sejam definidas essencialmente na infância, é possível promover alterações na composição desses microrganismos, cooperando para a formação de um ambiente mais saudável. Veja abaixo algumas recomendações importantes que podem auxiliar na saúde intestinal:
Mas a dieta só vai ser eficiente se houver rotina e se for duradoura. Uma opção para garantir a ingestão cotidiana e também contribuir para a manutenção da saúde intestinal é suplementar com probióticos. Há no mercado fórmulas prontas, mas existem mais de 20 tipos de cepas probióticas que podem ser indicadas para situações específicas. E o médico é quem deve fazer a melhor indicação de suplementos e de fórmulas manipuladas. O objetivo é buscar sempre uma solução única para indivíduos únicos, de forma personalizada, de acordo com a demanda de cada um.
Ainda há muito a desvendar sobre esse vasto ecossistema, o intestino, mas já sabemos que pequenas mudanças podem trazer grandes resultados. Tente seguir as dicas acima e observe as melhoras que elas podem propiciar na saúde de seu intestino, no seu humor, na energia e na disposição. O corpo todo agradece.
*Tatiane Pinheiro é farmacêutica do Núcleo de Pesquisa e Inovação (NPI) da Farmácia Artesanal. Atua na pesquisa e elaboração de material técnico científico para médicos.
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