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Gestão Sustentável: como induzir boas práticas ESG na cadeia de valor?

Nesta semana, Danilo Maeda explica por onde começar

“Avançar no tema é  imprescindível para prevenir riscos e pode impulsionar transformações positivas” (Charday Penn/Getty Images)

“Avançar no tema é  imprescindível para prevenir riscos e pode impulsionar transformações positivas” (Charday Penn/Getty Images)

Danilo Maeda
Danilo Maeda

Head da Beon - Colunista Bússola

Publicado em 13 de março de 2024 às 08h00.

Última atualização em 13 de março de 2024 às 10h37.

No começo deste ano, quando listamos tendências para ESG em 2024, mencionamos as chamadas compras sustentáveis, que visam promover boas práticas de gestão ESG junto a empresas da cadeia de valor, como um fator relevante para o período.

O tema é importante por diversos motivos: em 2023, por exemplo, o Brasil resgatou 3.151 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Na área ambiental, foi aprovada nova lei pelo Parlamento Europeu para proibir importação de produtos oriundos de desmatamento ocorrido após 2020 em florestas tropicais.

Esses fatores sinalizam uma mudança de cenário nos negócios, que é desigual para empresas de diversos setores, regiões e tamanho de operação. Nesse sentido, uma política de compras que incorpore os critérios ESG é fundamental não somente para reduzir os riscos de operação, mas também para incluir mais empresas na jornada. Ao exercer esse papel, a empresa que fomenta boas práticas também contribui para os objetivos do ODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis.

A pergunta mais difícil é: “por onde começar?”

Antes de responder diretamente, algumas premissas: 

  1. É fundamental estabelecer o alinhamento interno entre lideranças e equipes para um objetivo comum, com apoio dos times de sustentabilidade e comunicação. As áreas de compras devem ter suporte para essa mudança, eventualmente com treinamentos e capacitações. 
  2. Transparência com os fornecedores durante todo o processo, para que possam se adequar ao novo modelo.

Com isso, vamos à prática. O primeiro passo é mapear os principais impactos socioambientais e analisar a proporção entre impacto direto e indireto. A análise pode considerar conceitos e ferramentas como Análise do Ciclo de Vida e Economia Circular.

Pode-se fazer, por exemplo, um levantamento de despesas em anos recentes para identificar quais foram os gastos mais significativos e ordenar esses gastos de acordo com as categorias mais frequentes. Em seguida, será possível avaliar os aspectos mais críticos de sustentabilidade em cada uma das categorias e listar os riscos e oportunidades mais relevantes, considerando a probabilidade de ocorrência e seus impactos potenciais (positivos ou negativos).

Ao definir os requisitos mínimos para contratação, é preciso avaliar se o mercado terá capacidade de fornecimento, no prazo e nas condições necessárias. Para isso é importante conhecer bem os stakeholders e avaliar a capacidade de adaptação para atender às novas exigências. Para não prejudicar as operações, a política de compras deve ser realista e poderá prever melhorias graduais na cadeia de valor.

Monitorar os resultados é fundamental para a tomada de decisão. Nesse sentido, recomendamos as normativas de sustentabilidade mais utilizadas pelo mercado, como GRI, SASB e outras normas setoriais que trazem boas recomendações de como avaliar impacto socioambiental. Para práticas de governança, o Código das Melhores Práticas do IBGC é uma excelente referência.

Um detalhamento maior deste caminho para desenvolvimento de uma política de compras sustentáveis – ou política sustentável de compras, como preferir – está disponível em um ebook gratuito desenvolvido pela Beon ESG. A publicação sugere um conjunto de boas práticas para a contratação e relacionamento com esses fornecedores de toda a cadeia de valor, para mensurar resultados e promover melhorias constantes. Afinal, avançar no tema é  imprescindível para prevenir riscos e pode impulsionar transformações positivas em toda a cadeia de valor.

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