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Gente & Gestão: após a COP30, o maior desafio das empresas não está na Amazônia — está dentro delas

Não é mais sobre contratar especialistas isolados, e sim sobre trazer líderes que consigam traduzir pressão regulatória em vantagem competitiva

A lacuna de líderes preparados se tornou um dos maiores desafios corporativos do país (Leandro Fonseca /Exame)

A lacuna de líderes preparados se tornou um dos maiores desafios corporativos do país (Leandro Fonseca /Exame)

Carlos Guilherme Nosé
Carlos Guilherme Nosé

CEO e sócio da FESA Group - Colunista Bússola

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 15h00.

A COP30 já terminou, mas deixou uma mensagem que ultrapassa a pauta ambiental: o maior desafio das empresas não está na floresta, e sim na capacidade interna de atrair e formar líderes preparados para uma nova fronteira de exigências.

 No pós-COP, a competitividade corporativa passa menos por discursos e mais pela qualidade das pessoas que tomarão decisões em um cenário regulatório cada vez mais técnico, rigoroso e globalizado.

Como CEO de uma consultoria especializada na contratação de altos executivos, observo que sustentabilidade saiu definitivamente da periferia das discussões empresariais e se tornou parte do núcleo de risco e performance. 

Isso exige algo que muitas organizações ainda subestimam: líderes com repertório técnico e visão integrada para transformar complexidade em estratégia. Porque assumir compromissos é fácil; executá-los requer talento qualificado.

O impacto regulatório que redefiniu o perfil de liderança

A COP30 acelerou pressões que já vinham se acumulando. Empresas exportadoras, por exemplo, passaram a lidar com novos padrões de rastreabilidade e comprovação de origem sustentável discutidos nas negociações entre Mercosul e União Europeia. 

São requisitos que envolvem métricas ambientais, controle de cadeia produtiva, due diligence e governança robusta. Isso mudou o mapa de competências necessário para quem ocupa posições de comando.

Nos últimos meses, ficou claro que o mercado não busca mais executivos generalistas com afinidade superficial com ESG

A demanda agora é por líderes capazes de ler indicadores ambientais, interpretar regulações internacionais, integrar compliance ao negócio e transformar tudo isso em processo, indicador e decisão. O ESG deixou de ser projeto; tornou-se operação.

Esse movimento elevou o nível de exigência para cargos C-level. Profissionais de finanças, jurídico, supply chain e operações passaram a trabalhar lado a lado com especialistas em sustentabilidade

É uma agenda que não permite improviso. Ela requer precisão técnica — e uma senioridade que o mercado ainda está correndo para formar.

O novo eixo das carreiras executivas

A sustentabilidade virou compliance, e compliance virou critério de acesso a mercados. Quando isso acontece, o efeito é imediato sobre as carreiras. 

Passa a faltar talento pronto. O mercado brasileiro vive exatamente esse momento: um descompasso entre a velocidade das exigências e a velocidade da formação de líderes capazes de atendê-las.

As empresas, ao buscarem executivos para esse novo contexto, passaram a priorizar perfis com experiência comprovada em gestão integrada de riscos, leitura de KPIs socioambientais e capacidade de liderar transformações que atravessam áreas inteiras. 

Não é mais sobre contratar especialistas isolados, e sim sobre trazer líderes que consigam traduzir pressão regulatória em vantagem competitiva. É disso que dependem os próximos ciclos de crescimento.

No pós-COP30, a pergunta deixou de ser se o ESG vai moldar o futuro das organizações. A pergunta agora é quem vai liderar esse futuro. 

A lacuna de líderes preparados se tornou um dos maiores desafios corporativos do país — e, ao mesmo tempo, uma das maiores oportunidades para quem está construindo carreira com profundidade técnica e visão de longo prazo.

 

Acompanhe tudo sobre:COP30

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