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General sem tropas não ganha batalha, mas assusta inimigos

Encontro entre Lula e FHC não é sinal de união, mas de diálogo, coisa em desuso na política brasileira

Longe do poder, FHC e Lula se encontraram nesta semana. (Instagram/Reprodução)

Longe do poder, FHC e Lula se encontraram nesta semana. (Instagram/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2021 às 18h40.

Por Marcio de Freitas*

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um general sem tropas. Está fora da política desde 2002, em um dos raros casos nacionais de retiro da vida pública de fato. Desde que deixou o Palácio do Planalto, o PSDB do FHC se tornou um labirinto pronto a devorar candidatos a presidente.

Depois da prisão e do afastamento forçado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou ao comando e começa a reorganizar os batalhões espalhados pelo país. Tropas formais e informais retiram o velho uniforme vermelho do armário para a eleição de 2022.

Ambos disputaram a presidência em 1994 e 1998. Era o projeto socialista contra o neoliberalismo, nos rótulos simplificadores e falhos. FHC venceu as disputas em primeiro turno, e sempre arrotou isso aos petistas.

Lula venceu depois, bateu na herança maldita, estabeleceu uma distância amazônica e polarizou ainda mais com os tucanos. FHC e Lula se encontraram nesta semana, agora longe do poder, hoje ocupado por adversário crítico e agressivo da dupla, Jair Bolsonaro. Diante do almoço inesperado, o atual presidente abriu a metralhadora de adjetivos.

O encontro não significa união. Mas diálogo, coisa em desuso na política brasileira. FHC tem pouca influência na vida política do PSDB. É um símbolo que incomoda muito aos atuais comandantes da nau tucana, à deriva. Ele declarou que, entre Bolsonaro e Lula, vota no petista. E jogou os mapas ao mar…

No repasto, Lula ganhou um voto, FHC uma bela foto. Os tucanos aumentaram em alguns metros os corredores do labirinto.

*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação

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