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Geekonomy: Relacionamento com propósito é ponto-chave para marcas no universo da cultura pop

Webinar da Bússola debateu o crescimento do mercado geek no Brasil e no mundo

Crescimento da cultura pop foi tema da live promovida pela Bússola nesta quarta-feira, 10 de fevereiro (CCXP/Divulgação)

Crescimento da cultura pop foi tema da live promovida pela Bússola nesta quarta-feira, 10 de fevereiro (CCXP/Divulgação)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 08h42.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 13h04.

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Houve um tempo em que o universo nerd já foi um nicho. Pouco acessível, fechado a grupos restritos e, sobretudo, quase ignorado por marcas não-endêmicas. Mas a realidade mudou, como mostram os números cada vez mais superlativos da indústria geek. E o crescimento da cultura pop, que virou mainstream, foi tema da live promovida pela Bússola nesta quarta-feira, 10 de fevereiro. O webinar reuniu Pierre Mantovani, CEO da Omelete Company; Phil Chaves, Head de Vendas da Twitch Brasil; e Bruna Soares, diretora de Business Diversification e Parcerias Estratégicas para América Latina da Ubisoft.

Para Pierre Mantovani, essa explosão geek, que atinge um público cada vez maior e mais diverso, deve-se a uma mudança cultural. “Vinte anos atrás não imaginávamos que os quadrinhos dominariam Hollywood e que os maiores blockbusters do mundo estariam linkados às histórias de super-heróis. Quando isso começou a acontecer, observamos um movimento no aumento do público e expansão dos nichos”, destaca o executivo.

Movimento semelhante ocorreu no mercado de games, que estourou e, como lembrou Bruna Soares, é hoje o maior setor da indústria de entretenimento, superando cinema e música juntos. Cada título e produção relacionados a esse contexto da cultura pop é uma comunidade – ecossistemas únicos que envolvem empresas, plataformas, veículos, criadores de conteúdo e consumidores.

Na Twitch, principal plataforma de transmissão de games e exibição de competições de e-sports, mais de 30% da audiência são inalcançáveis pelas mídias tradicionais. Segundo Phil Chaves, trata-se de um público conectado praticamente o dia inteiro, e com hábitos muito novos, que geram uma camada adicional de dificuldade na hora de tangibilizar e se criar um relacionamento autêntico. “Se não tiver autenticidade, a audiência não fica”, crava o Head de Vendas da Twitch Brasil.

Para Bruna Soares, as empresas que não são nativas desse contexto reconhecem o potencial do setor, mas ainda há uma longa jornada pela frente. Segundo a líder da Ubisoft, hoje um dos desafios de quem trabalha no universo geek é convencer marcas não-endêmicas de que elas também podem fazer parte disso tudo.

“As marcas já entendem que o mercado de games é estratégico. Quanto antes elas embarcarem e entenderem os benefícios deste setor, maior a chance de dar certo. Para os próximos anos, a tendência é começarmos um novo movimento, onde todos querem embarcar e entrar neste universo. Hoje, ainda existe resistência por parte de algumas empresas brasileiras, o que é normal, mas, dentro de alguns anos, acredito num cenário em que mais marcas não-endêmicas vão invadir o mundo dos games”, ressalta a diretora de parcerias da Ubisoft para a América Latina.

Pierre Mantovani acredita que as marcas vêm abrindo os olhos nos últimos anos, mas ainda com certa dificuldade em como conectar e gerar vendas para a audiência. Para ele, não adianta querer vender o produto primeiro, é preciso ter propósito e entender que precisa fazer sentido para as pessoas. “É muito importante que as marcas e empresas criem um relacionamento com a audiência para gerar pertencimento à comunidade”, conclui o CEO da Omelete Company.

*Sócio-diretor de Growth na Loures Consultoria

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