Dois títulos de Mario entre os mais vendidos para o Switch são reedições de jogos lançados originalmente para o Wii U (Nintendo/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2021 às 15h08.
Por Cauê Madeira*
Saiu esta semana o relatório fiscal da centenária companhia de entretenimento mais conhecida por, claro, suas famosas propriedades intelectuais nos games. A Nintendo informa que seu console lançado em 2017, o Switch, teve 84,59 milhões de unidades vendidas até março deste ano. Em comparação com o ano anterior representa um salto de 37,1%. O report ainda declara um lucro superior a US$ 6 bilhões, um impressionante crescimento de 82%.
O resultado é uma demonstração de como a empresa conseguiu transformar um grande fracasso em fortuna. É que o Wii U, console anterior lançado pela companhia, foi um desastre de vendas, falhando em manter a popularidade conquistada pelo Wii (sem o U), que o antecedia.
Blockbusters
Veja abaixo os dez jogos de Nintendo Switch mais vendidos em unidades desde seu lançamento:
Curioso verificar que, entre os mais vendidos, apenas o segundo colocado foi lançado em 2020. Claro, é de se esperar que no acumulado de vendas os grandes hits com mais tempo de estrada saiam na frente. Mas talvez seja também um fruto dos tempos em que vivemos ver um jogo de simulação social bastante imersivo como Animal Crossing ultrapassar em tão pouco tempo franquias consagradas como Zelda e Pokémon.
Mario, principal mascote da companhia, figura como protagonista de quatro entre os dez títulos listados, carregando nas costas um volume somado de vendas de mais de 80 milhões de unidades entre os variados títulos com seu nome.
Requentado, porém divertido
Também chama a atenção que dois títulos protagonizados pelo encanador são, na verdade, reedições de jogos lançados originalmente para o Wii U. Mario Kart 8 foi lançado em 2014, e New Super Mario Bros saiu em 2012.
A Nintendo aproveita muito bem a popularidade de seu Switch, trazendo para novos jogadores, que não tiveram a oportunidade de vivenciar os jogos do Wii U, uma experiência com suas principais franquias.
Assim, consegue trazer bons jogos que foram lançados na geração anterior, reduzindo consideravelmente o custo de produção ao retirar praticamente todo o processo criativo e de criação de um novo jogo e aumentando sua margem de forma estrondosa.
Passamos anos discutindo poder gráfico e capacidade de processamento a cada anúncio de nova geração, e a Nintendo já há tempos se coloca como outsider nessa disputa hoje tão acirrada entre Xbox e Playstation.
*Cauê Madeira é sócio-diretor de Growth na Loures Consultoria
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