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Facilitando investimentos no exterior, a fintech dela faturou R$ 1,2 mi e cresceu 400% em um ano

Empresária, especialista em contabilidade e tributação internacional, oferece uma plataforma automatizada que pode abrir uma offshore em até 24 horas

Cristina Teixeira, CEO da Astride. (Astride/Divulgação)

Cristina Teixeira, CEO da Astride. (Astride/Divulgação)

Aquiles Rodrigues
Aquiles Rodrigues

Repórter Bússola

Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 07h00.

Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 12h08.

Na teoria, investir no exterior é fácil. Basta abrir uma empresa offshore e começar. É garantido que os tributos serão aplicados apenas no retorno de valores à conta doméstica. Não? Quem explora mais a fundo sabe que existe uma montanha de burocracias, leis e processos.

Em 2020, com mais de 25 anos de experiência em contabilidade e tributação, Cristina Teixeira enxergou a oportunidade de facilitar a vida de investidores brasileiros interessados no mercado internacional. Sua fintech, a Astride, recebeu R$ 3 milhões em investimentos na fase de pré-seed e hoje já fatura R$ 1,2 milhões ao ano.

  • A empresa está localizada em Miami, nos EUA, e opera como um escritório de contabilidade e tributação internacional digital. 

O principal diferencial é a automatização. O investidor que abre uma empresa offshore pela Astride encontra uma plataforma online que agrupa de forma intuitiva todas as ferramentas necessárias. 

O sucesso do método rendeu um crescimento de 409% no ano de 2023 e a empresa já possui valor de mercado de R$ 9,7 milhões.

Automação é o segredo. Agilidade é o resultado

Segundo Cristina, a empresa pode oficializar uma PIC (Personal Investment Company) em até 24 horas. A incorporação é feita nas Ilhas Virgens Britânicas e a conta de investimento pode ser aberta pela Avenue, XP, BTG, Bradesco, E outras instituições que têm a Pershing como custodiante dos investimentos nos EUA.

Com tudo pronto, o cliente autoriza a integração pela Astride, que passa a fazer a contabilidade mês a mês. Na plataforma, a empresa disponibiliza desde o cálculo de impostos até a apresentação de declarações fiscais.

  • Obrigações tributárias internacionais para brasileiros costumam ser tratadas manualmente por escritórios boutique.

Cristina explica como funciona o serviço automatizado: “Baseamos nossas recomendações em árvores de decisão. Nossa plataforma faz perguntas aos usuários, e, com base em suas respostas, recomendamos a melhor solução”.

Como ela teve essa ideia?

Em 2020, durante a pandemia, as taxas de juros no Brasil caíram para 2% e muitos investidores passaram a se interessar pela segurança que o exterior poderia oferecer. 

Cristina observou a demanda e sentiu a necessidade de escalar os negócios da 2A TAX, escritório boutique que fundou em 2018.

Ponderava sobre como automatizar as tarefas manuais do escritório usando tecnologia. Em dezembro de 2020, ao analisar um formulário de outra empresa, tive um insight que levou à criação da Astride”, ela comenta.

De onde veio a experiência que permitiu essa análise?

Natural de Porto Alegre – RS, a empresária encontrou um ponto de virada em 1995, quando cursava administração pela Universidade Católica. No segundo ano da faculdade, ela se candidatou a uma vaga de auditoria na Arthur Andersen, mas foi contratada para consultoria tributária.

Daí para frente, Cristina fez carreira na área tributária, sempre buscando se aperfeiçoar. Em 2015 ela se mudou para os EUA para aprofundar seu conhecimento em tributação americana internacional. 

Nesse período, iniciei meu mestrado em contabilidade com foco em impostos dos EUA, passei nos quatro exames de CPA em quatro meses consecutivos e juntei-me à Berkowitz Pollack Brant, uma das maiores empresas de contabilidade da Flórida”, conta. 

A experiência adquirida permitiu enxergar com clareza a demanda dos investidores brasileiros, respondendo com a aposta na Astride. “Embora o desafio tenha sido significativo, essa constante mudança e necessidade de adaptação foram cruciais para o meu crescimento”, completa.

Os planos da Astride para 2024

Segundo a empresária, a ideia é triplicar o número de clientes no Brasil em 2024. 

  • Para tal, a empresa está ampliando sua rede de bancos de investimento e corretoras parceiras, realizando acordos com instituições  como XP, BTG, Bradesco, Citibank e  Brasil Plural.

Enxergamos a Astride como mais do que uma plataforma digital de impostos e contabilidade. Nossa visão é ser um marketplace, um ponto de parada para que nossos clientes obtenham tudo o que precisam no exterior”, conclui.

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