Em 2029, as gerações Millennial e Gen Z representarão 72% da força de trabalho mundial (We Are/Getty Images)
Bússola
Publicado em 22 de julho de 2021 às 19h40.
Por Bia Magalhães e Rachel Mello*
“Sim, são três letrinhas/Todas bonitinhas/Fáceis de dizer”, canta a música sobre a palavra sim. Mas que poderia ser também sobre ESG: meio ambiente, sociedade e governança (no acrônimo em inglês), um dos temas do momento. Sim, para fora e para dentro.
Do lado de fora das empresas, ESG são indicadores que balizam investidores na avaliação da conduta das empresas em áreas consideradas estratégicas. Há fundos bilionários no mercado que só investem em empresas com altos valores ESG. Agências de classificação e clientes estão de olho. As letrinhas, porém, precisam também — e com urgência — entrar no radar do RH e da turma da comunicação interna. ESG são elementos fundamentais para identificar, atrair, engajar e manter talentos em seus quadros.
Algumas pesquisas começam a apontar como as letrinhas podem ser partes importantes da estratégia das empresas da porta pra dentro, com seus funcionários.
O processo começa no recrutamento. Relatório da consultoria global MarshMcLennan, divulgado em 2020, mostra que em 2029, as gerações Millennial e Gen Z representarão 72% da força de trabalho mundial, em comparação com 52% em 2019. Inúmeros estudos têm mostrado como essas gerações dão mais importância às preocupações ambientais e sociais do que suas antecessoras — e esperam mais dos empregadores nessas questões.
Os mais jovens estão de olho em empresas que tenham iniciativas de aumento da participação das mulheres em Conselhos de Administração, que mantenham políticas permanentes de inclusão de profissionais de formações, culturas, gêneros e raças diferentes e de combate aos assédios, que incentivem ações de respeito ao consumidor, como adoção de ouvidorias e que desenvolvam ações, projetos e programas na área ambiental, como eficiência energética, manejo de resíduos ou mesmo apoio a ações ambientais de parceiros e nos locais onde atuam.
Os não tão jovens também estão atentos. Sabem que o foco hoje não é tanto ter um emprego “para a vida toda”, mas experiências de trabalho significativas, estimulantes, onde possam aprender e contar aos filhos, com orgulho, sobre o trabalho que fazem. Integridade, conformidade às regras e às leis são valores importantes.
Todos estamos de olho no debate sobre a retomada do crescimento no mundo pós-pandemia e de uma crescente preocupação com o que lá fora tem sido chamado de stakeholders capitalismo (uma forma de produzir que se volta principalmente para as pessoas afetadas pela produção e circulação de mercadorias, em detrimento de uma prioridade história dada aos acionistas, os shareholders). Vamos ter que lidar com isso também do lado de dentro de nossas empresas.
Três letrinhas: sim, o mundo hoje não é simples — não temos certeza se o foi um dia. E sim, o mundo está mudando — de novo, sem certezas sobre o rumo que vamos escolher. O fato é que ESG entrou pra valer no mundo das corporações e instituições. Pode ser polêmico, pode ser uma onda (será alta e longa), mas aí está. Ao redor do mundo, empresas têm atraído recursos de fundos de investimentos globais que movimentam trilhões de dólares em torno dos princípios de ESG.
E princípios a gente cuida por aquilo que vem primeiro: o lado de dentro de nossas organizações.
*Bia Magalhães é especialista em Comunicação Interna com formação em Comunicação Organizacional. Está na FSB Comunicação há 7 anos atuando em projetos digitais e de comunicação corporativa e Rachel Mello é jornalista, mestre em Comunicação Social e diretora de Planejamento na FSB Comunicação. Mãe da Isabel e torcedora do Atlético Mineiro
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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