E como a subida está sendo mais íngreme do que na primeira onda, resta a esperança de a descida também ser (Jonne Roriz/Bloomberg/Getty Images)
André Martins
Publicado em 25 de março de 2021 às 17h57.
Última atualização em 25 de março de 2021 às 18h20.
Segue o debate sobre o que está impulsionando a atual segunda onda de casos, e portanto óbitos, de covid-19. Se é o afrouxamento das medidas de isolamento social ou a entrada em cena de mutações virais mais contagiosas e eventualmente mais letais.
Provavelmente é a combinação das duas coisas. Um ambiente ideal de isolamento das pessoas inviabilizaria a transmissão viral, mas o problema é esse "ideal" ser impossível. Sobre o tema, vale a pena ler a coluna de Fernando Schüler (Invisíveis) hoje na Folha de S.Paulo.
O que não minimiza a importância de promover e respeitar, acima até do limite do possível, tanto o isolamento quanto o afastamento social.
Enquanto debatemos, segue por todo o Brasil a segunda onda de infecções e mortes pelo novo coronavírus. Há especialistas para todos os gostos, mas alguns deles informam que esta segunda curva epidêmica deve entrar em declínio antes mesmo de a vacinação atingir o desejado efeito coletivo.
Ainda que a vacinação seja sim muito importante, essencial, também para a proteção individual.
E como a subida está sendo mais íngreme do que na primeira onda, resta a esperança de a descida também ser. O platô na primeira onda durou meses. O desta segunda onda, sempre segundo as mesmas fontes, está previsto para durar semanas.
Ou seja, é possível que os novos hospitais de campanha montados agora às pressas só estejam prontos quando a pressão sobre o sistema hospitalar convencional já tiver diminuindo. Tomara que depois não desativem apressadamente.
Pois a gripe espanhola teve três ondas. E na Europa já sobe a terceira. E quem não aprende com o passado está condenado a repeti-lo, diz o adágio. Vale também para "aprender com os erros".
* Alon Feuerwerker é analista político da FSB Comunicação
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