Quase um em cada dez diz que não terá condições de honrar com seus compromissos, aponta pesquisa (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Bússola
Publicado em 3 de dezembro de 2021 às 16h30.
Última atualização em 3 de dezembro de 2021 às 17h52.
Por André Jácomo*
Em 2020 e 2021, foi muito comum a presença de diferentes projeções sobre como seria a vida dos brasileiros no pós-pandemia. A vida no “novo normal”, a situação econômica após uma das maiores crises vividas pela humanidade, o bem-estar das pessoas, entre outras tantas questões. Todos foram pontos comumente assinalados em muitas pesquisas, estudos e debates por muitos intelectuais, acadêmicos e analistas.
A luz no final do túnel é cada vez mais incerta, ainda mais com a presença de novas variantes da covid-19 em diversos países, a incerteza sobre a eficácia das vacinas em relação a essas novas variantes e também com as consequências econômicas da pandemia no bolso das pessoas são novas questões que estão agora no centro do debate.
No começo desta semana, a Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou um dado bastante importante: desde o começo do ano o percentual de endividados no país está em alta. Em novembro, o patamar de endividamento das famílias brasileiras atingiu o maior patamar em quase 12 anos, contabilizando 75,6% dos lares com dívidas quitadas ou não.
A inadimplência ainda é alta. Segundo o mesmo estudo divulgado pela CNC, quase um em cada quatro brasileiros possui contas ou dívidas em atraso e quase um em cada dez diz que não terá condições de honrar com seus compromissos.
Os efeitos da pandemia são nítidos no bolso dos brasileiros. O Instituto FSB Pesquisa realizou um estudo para a SulAmérica, que mostrou que 36% da população adulta do país contraiu novos empréstimos ou dívidas nesse ano de 2021.
E há alguns brasileiros que se endividaram mais por causa da pandemia do que outros. De acordo com a pesquisa da SulAmérica, a geração X (aqueles nascidos entre meados da década de 1960 e na década de 1970) e as pessoas que possuem o ensino médio completo são os perfis que mais contraíram dívidas nos últimos 12 meses. São justamente esses perfis populacionais que relatam maior nível de estresse com suas finanças pessoais.
Com dívidas e estresse financeiro em alta, o bolso do eleitor, que sempre foi uma variável importante para decisão de voto, pode ser ainda mais importante para definir as eleições de 2022.
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