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Dialeto da sociedade conectada, meme é um oásis de humor em plena pandemia

Para Claudio Prado, criador do MemeAwards, o meme ajuda a descontrair ao mesmo tempo em que faz crítica social, política ou econômica

 (Bússola/Reprodução)

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Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 6 de abril de 2021 às 19h16.

Os memes entraram para a nossa vida como o dialeto da sociedade conectada. Não é o único. Mas é certamente o mais instigante. Se você der um “google” vai ver muitos e interessantes trabalhos científicos de profissionais de linguagem e educação que rastreiam a origem e, especialmente, o impacto dos memes na nossa vida. Os memes migraram de uma forma de fazer zoeira e se transformaram em expressão legítima da nossa rotina conectada tanto nas redes como nos apps mensageiros.

O mundo do meme é meio como o buraco negro. Nada escapa da sua atração gravitacional. E não foi diferente neste tempo de pandemia. Ainda que estejamos no limite da exaustão física e mental. Ainda que tenhamos alguns dos piores números do coronavírus no planeta, todo dia você verá um meme que alcança o tema pelo seu mood: sarcasmo, humor e, no geral, muito, muito inteligente. Não deixa de ser um pouco de frescor na alta toxicidade informativa que estamos vivendo.

Fiz 3 perguntas para o Claudio Prado, sócio e diretor da Flocks, produtora de conteúdo que criou um evento incrível chamado MemeAwards. E é com essa intimidade toda que ele conta um pouco mais sobre o tema.

 

 

  1. Como o brasileiro lidou com o meme na pandemia? Considerando que a questão sanitária é grave e o meme tem um viés forte de humor?

Claudio Prado: A pandemia trouxe oportunidades diversas como uma maior digitalização da população, oportunidades de ampliação de conhecimentos diversos e aumento dos hábitos de leituras, mesmo as curtas. De uma forma geral, fomos massacrados por negatividade e aí entra o papel dos memes: com sua linguagem curta simples , muitas vezes on time, ele traduz sentimentos, estados pessoais, manda recados e nos faz rir. O meme é um refresh para quem está online e precisa sorrir um pouco, buscar leveza. O número de produção de memes cresceu, seu engajamento se ampliou e ficou ainda mais popular na pandemia.

2. O meme ajuda a conscientizar ou dilui demais um problema?

Claudio Prado: O meme, de forma geral, é um momento de descontração, mesmo que traga uma crítica social, política e/ou econômica. Ele faz rir até dos nossos problemas. De forma rápida até conscientiza sobre um assunto quente, mas no final ele remete a risos.

3. Na sua opinião, o que faz um meme ser sucesso?

Claudio Prado: O sucesso do meme está relacionado à velocidade com que ele traduz um assunto de forma divertida. Ao fazer referência a personagens da TV, influenciadores, políticos ou fatos marcantes, ele se conecta ao fato no momento exato ao mesmo tempo que faz rir. E, como disse, muitas vezes sintetiza o que queremos dizer e/ou o que pensamos num post pequeno. Um oásis de diversão mesmo no deserto de boas notícias.

*Rizzo Miranda é sócia-diretora Digital&Inovação da FSB Comunicação

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