(Pilar Olivares/Reuters)
Mariana Martucci
Publicado em 19 de março de 2021 às 15h55.
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de contestar as restrições impostas aos cidadãos e empresas por três governadores não deve prosperar na Justiça. Até porque o Supremo Tribunal Federal já reconheceu o direito dos governadores de tomarem medidas para enfrentar a crise sanitária que afeta todo o país.
O embate é o desdobramento do conflito entre estados e governo federal sobre a prioridade à economia ou à saúde. O cabo de guerra continua a ser esticado, quando o número de mortos pela covid-19 se aproxima rapidamente de 300 mil pessoas. E o temor se espalha pela população, ainda mais ansiosa pela vacina.
Muitos entretanto ainda temem as dificuldades econômicas, principalmente setores relacionados ao comércio e serviços. Essa parte apoia o presidente, que mantém cerca de um terço dos brasileiros defendendo sua gestão. É para eles que o presidente age ao enfrentar os governadores.
Mas o agravar da crise transborda com o medo da morte ou a dor da perda de pessoas próximas. E cada vez mais pessoas defendem o lockdown e as restrições como receita para evitar uma catástrofe ainda maior em termos de perdas de vidas.
O fato é que hoje não há a figura da União, mas sim uma desunião a separar governo federal, estados e municípios. Sem encontrar um equilíbrio entre as três esferas, perde-se tempo, perdem-se vidas.
*Márcio de Freitas é analista Político da FSB Comunicação
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