Danilo Maeda: O começo do círculo
Será que não está na hora de variar um pouco essa lógica linear para tudo?
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Publicado em 5 de abril de 2023 às 11h09.
A economia circular é um daqueles conceitos relativamente simples de compreender e eventualmente difíceis de aplicar, com potencial de transformar o impacto produzido por empresas e outras organizações em direção a uma atuação verdadeiramente sustentável, que atenda às necessidades do presente sem comprometer ou esgotar recursos necessários para o futuro.
Basicamente, a ideia é que as coisas – produtos, serviços, processos - deveriam ser desenhadas com uma lógica circular, em contraposição à linear, que é o modelo tradicionalmente utilizado. O modelo mental que pensa em tudo com começo (extração de recursos), meio (transformação) e fim (disposição) pressupõe que as coisas podem ser jogadas fora, o que simplesmente não é verdade quando consideramos que a Terra é um sistema fechado. Ou seja, não há “fora” viável para os resíduos dos nossos processos, produtos e consumos.
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É necessário, portanto, estabelecer uma lógica circular. Como se sabe, círculos não têm começo, meio e fim. Apesar disso, para estabelecer a economia circular, especialmente partindo de organizações pensadas originalmente de maneira linear, é preciso começar de algum ponto. É nesse aspecto que normalmente surge a dificuldade de implementação da economia circular, que mencionei no começo deste texto.
Para superar tal desafio, a Fundação Ellen MacArthur, uma das principais produtoras de informação e indutoras da referência global no tema, disponibilizou um guia de estratégia adaptativa para o design circular, que explica como o uso do design de forma estratégica permite que organizações cumpram metas de economia circular.
O material recomenda que “as organizações precisam utilizar o potencial do design de forma sistêmica”. Para isso, a organização identificou seis áreas de foco, ou pontos de alavancagem do design, que criam um ambiente organizacional favorável para a transformação circular: 1. Observar e interpretar o sistema; 2. Imaginar futuros circulares; 3. Criar as condições para a colaboração; 4. Desenvolver habilidades em design circular; 5. Reformular as normas; 6. Desenvolver ferramentas para projetar e avaliar.
Em conjunto, são práticas que indicam um ponto de partida para o desenho de sistemas circulares. Em outras palavras, o começo do círculo. Nas próximas semanas iremos aprofundar em cada um deles. Acompanhe por aqui.
*Danilo Maeda é head da Beon, consultoria de ESG do Grupo FSB
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