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Créditos de carbono: como garantir autenticidade das transações? Uma dica: blockchain pode ajudar

Startup usa método de digitalização de ativos ambientais para prevenir fraudes e regulamentar minimamente as operações

Empresa oferece serviço de tokenização de ativos ambientais (Umnat Seebuaphan/Getty Images)

Empresa oferece serviço de tokenização de ativos ambientais (Umnat Seebuaphan/Getty Images)

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Publicado em 5 de março de 2024 às 15h00.

Quem garante a validade dos créditos de carbono que são livremente negociados entre empresas? Atualmente existem intermediadoras que fazem o serviço – mas as fraudes ainda são frequentes. 

Até que o texto que regulamenta o mercado de carbono brasileiro termine de passar pelo Senado e seja aprovado, as empresas ainda terão que lidar com dificuldades na rastreabilidade dos ativos.

Entendendo essa necessidade, a Bluebell Index criou uma solução a partir de uma tecnologia conhecida pela sua segurança: o blockchain.

Digitalizando ativos ambientais

Funciona da seguinte maneira: agindo como intermediadora, a empresa promove a tokenização de créditos de carbono e outros ativos ambientais.

Esse processo consiste na digitalização de certificados, utilizando o blockchain para garantir a rastreabilidade. A tokenização evita problemas como:

  • Falta de integridade de dados nas compras de créditos de carbono
  • Perda de informações ao longo do processo de rastreabilidade 

Combatendo fraudes em um mercado emergente

As fraudes mais comuns no mercado de carbono se baseiam no aproveitamento da falta de regulamentação. Atualmente, os certificados são negociados entre as próprias empresas, compradoras e produtoras de créditos.

As fraudes mais comuns incluem:

  • Double counting, quando um projeto de compensação de carbono é vendido duas vezes 
  • Falsificação dos projetos, creditando-os com mais reduções de emissões do que realmente geram.

Esse serviço dá negócio?

Ainda é cedo. No período de menos de um ano de sua abertura, a empresa ainda não possui dados de faturamento concretos, mas já emitiu 3 milhões de tokens. 

  • Para este ano, a startup projeta emitir 300 milhões de ativos ambientais.

"Acreditamos firmemente que o processo atual apresenta várias lacunas e falta de rastreabilidade. O blockchain não apenas garante a rastreabilidade, mas também impede a manipulação dos dados uma vez que são registrados", comenta Phelipe, CEO e fundador da Bluebell Index.

Rápida escalada com uma importante missão

Segundo a empresa, com pouco tempo de mercado já se observa grandes marcos. A startup foi uma das seis climatechs selecionadas para participar da COP28  pela ApexBrasil.

  • Recentemente, ela também firmou parceria com o Seed Group, uma empresa do The Private Office of Sheikh Saeed bin Ahmed Al Maktoum, para viabilizar projetos de investimento na natureza. 
  • A startup também fechou uma negociação de tokens ambientais rastreáveis com a EISA, empresa do Grupo ECOM, um dos maiores comerciantes globais de café, algodão e cacau.

Phelipe Spielmann, acredita que empresas que investem em projetos de conservação e preservação ambiental ganham em segurança e transparência. 

A natureza, sem dúvidas, é o nosso principal ativo. Durante muito tempo, a natureza trabalhou para movimentar a economia, agora está na hora da economia salvar a natureza. Preservar a natureza é um investimento certeiro, que beneficia a todos”, conclui.

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