Início do ano traz questões sobre como se comporta mercado de inovação (PM Images/Getty Images)
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Publicado em 6 de março de 2023 às 16h45.
No início do ano é comum o surgimento de questões sobre quais serão as tendências do ano, e como o mercado de inovação irá se comportar no período. Impactos do pós-covid, a guerra na Ucrânia, e até mesmo a COP27, que ocorreu no fim de 2022, nos dão alguns indícios de quais temas estarão em pauta nos próximos 11 meses.
Neste artigo, trago um pouco da minha experiência no setor de inovação para listar quais serão as 3 principais tendências para 2023.
A crescente preocupação dos mercados em relação à sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas serão tendências para o segmento de inovação em 2023. Há hoje uma meta de redução de carbono em até 45% delimitada pelas Nações Unidas, a fim de frear o aquecimento global e limitar o aumento da temperatura do planeta, até 2030, ambicionando chegar a zero até 2050. Diante dessa agenda, mais de 70 países se comprometeram com as metas do chamado net zero (carbono zero). Nesse sentido, empresas e organizações que se colocam não como parte, mas como o desenvolvimento sustentável em si, serão mais bem-vistas, mais rentáveis e farão um diálogo mais direto com a sociedade e stakeholders.
Ao entender quais são seus impactos negativos e positivos no mundo, essas empresas serão capazes de agir sobre eles – e esse processo precisará ser guiado de maneira a gerar resultados reais, baseado em métodos validados, testados e aprimorados no mercado. Isso também valerá para o desenvolvimento de novos negócios e startups, a partir de uma mentalidade empreendedora voltada para essas mesmas práticas e objetivos. Somente se declarar sustentável não será suficiente. Será preciso ação – e orientação para isso.
Depois dos impactos gerados pela pandemia de Covid-19, outro ponto de atenção diz da capacidade de as empresas utilizarem da tecnologia para potencializar suas operações, simplificar e otimizar processos, ampliar a interação entre diferentes setores, além de facilitar a gestão e a governança de dados, cada vez mais valiosos nos dias atuais, para tomadas de decisão. Segundo revelou um estudo da McKinsey sobre o nível de maturidade digital das empresas no Brasil, aquelas que desejam ser bem-sucedidas nesse processo precisam executar ações diretas relacionadas à sua estratégia, suas capacidades, organização e cultura. Atrelado a isso, a digitalização também irá orquestrar uma forma (meio e fim) de oferecer uma nova experiência de usuário, consistente e concisa, pois é capaz de melhorar a comunicação entre as pessoas e de ampliar o seu alcance.
Negócios que contribuam positivamente para a conservação dos biomas brasileiros (da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica) serão impulsionados neste ano – tanto em sua proposta de valor quanto em termos de financiamento. Com soluções voltadas para a preservação mas também para a manutenção desses ecossistemas, muitas empresas estão hoje olhando para suas ações e o seu core business, buscando meios de criar o impacto necessário ao contexto em que vivemos e pensando na continuidade de suas operações. Problemas energéticos e de combustível também farão parte do rol de problemas a serem solucionados.
Por fim, um desafio que unirá todas essas tendências diz da capacidade cada vez maior de que empresas e organizações terão para gerar valor compartilhado, fazendo com que negócios, seus produtos e serviços existam em prol do impacto positivo e sustentável socioambientalmente.
*César Costa é sócio e diretor da Semente
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