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Como o metaverso vai expandir as capacidades das indústrias de tecnologia?

Especialistas acreditam que o metaverso criará um novo ciclo tecnológico, expandindo as capacidades das indústrias com inovação

Além de influenciar na forma com que as pessoas utilizam a internet, o metaverso impactará nos padrões de consumo, aponta estudo (Facebook/Reprodução)

Além de influenciar na forma com que as pessoas utilizam a internet, o metaverso impactará nos padrões de consumo, aponta estudo (Facebook/Reprodução)

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Publicado em 10 de janeiro de 2022 às 16h00.

Última atualização em 10 de janeiro de 2022 às 16h32.

Por Roger Finger*

Na indústria de tecnologia e na imprensa internacional só se fala em uma coisa ultimamente: o tal do “metaverso”. Empresas muito conhecidas mudaram de nome, anunciaram milhares de vagas de emprego e investimentos bilionários, enquanto já se fala na criação de novas plataformas que irão integrar diferentes metaversos em um só lugar.

O conceito de metaverso ainda não cabe numa definição exata. Há quem diga que é uma união de diversas tecnologias como as realidades aumentada e virtual, a inteligência artificial, a internet das coisas, a multicanalidade, o blockchain, a criptomoeda, enfim, tudo o que pode ser usado para a criação de um ambiente digital por qualquer que seja o modelo de negócios.

Outros têm convicção de que não é um lugar, mas sim um ponto no tempo que está cada vez mais próximo, onde nos tornamos mais virtuais do que físicos devido à transformação digital que foi ainda mais acelerada dos últimos dois anos. Tentar definir o metaverso seria como tentar explicar, em 1989, o que era a internet e como ela impactaria a vida da humanidade.

Há 40 anos, crianças brasileiras que tinham mais condições financeiras tiveram acesso ao primeiro console de videogame no Brasil, que não chegava nem perto do que são os consoles de hoje. O jogo nem colorido era! Não existia internet para a conexão entre os jogadores a distância, na verdade, o único controle com fio era compartilhado entre dois jogadores que tinham como única opção girar seu botão para esquerda ou para direita. Para os jovens atuais é praticamente impossível imaginar como era ser um gamer naquela época, como era viver desconectado do resto do mundo. Considerando o mesmo avanço para os próximos 40 anos, numa projeção exponencial, certamente haverá um enorme salto na forma que iremos nos relacionar, trabalhar e estudar.

Toda essa conexão será muito mais imersiva, multissensorial, digital, cabendo bem aqui o conceito de Phygital, ou seja, a fusão entre o mundo digital e físico de uma vez por todas, com o desenvolvimento de novas experiências de relacionamento e consumo. Em 2020, os artistas Travis Scott e o DJ Marshmello realizaram um show ao vivo dentro de um jogo de videogame para quase 30 milhões de pessoas. Não há prova maior de que os dois mundos já não se separam. Este ano, a empresa criadora desse mesmo jogo anunciou uma rodada de US$ 1 bilhão, para investir na criação do metaverso.

Um estudo apresentado pela Orakolo Tecnologia demonstra que, além de influenciar na forma com que as pessoas utilizam a internet, o metaverso também impactará nos padrões de consumo da sociedade. Por meio da pesquisa apresentada neste estudo e realizada pela Wunderman Thompson Intelligence, nos Estados Unidos, Reino Unido e China, com pouco mais de três mil participantes, foi possível observar que as plataformas de jogos on-line estão se transformando em espaços sociais organizados, que funcionam por meio de colaboração e criatividade. A pesquisa também mostrou que o futuro das compras é um modelo híbrido e que os consumidores esperam que as marcas reforcem sua presença no ambiente digital.

A forma como trabalhamos também será grandemente afetada. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a pandemia mandou 11% dos trabalhadores brasileiros para casa de um dia para o outro. E passamos a trabalhar de videoconferência em videoconferência, uma após a outra. Metaverso também será o lugar onde muitos irão trabalhar. Recentemente, Bill Gates disse que, em dois ou três anos, a maioria das reuniões de trabalho deverão acontecer nesse ambiente.

Assim como o conceito indefinido, o futuro do metaverso é considerado incerto. Mesmo com previsões grandiosas, ainda são consideradas apostas por grande parte da comunidade tecnológica. Mas, uma coisa é fato, apesar de grandes empresas já terem iniciado a corrida para criar seus metaversos, é bem provável que seja necessário o empenho de diversas companhias de tecnologia, haja vista que serão muitos elementos necessários para essa criação que vão desde hardware, software, mas principalmente interfaces! E aqui, preciso citar a enxurrada de diferentes e novos tipos de vestíveis para os olhos, que veremos sendo lançados (para não dizer “experimentados”) nos próximos anos. Diversos analistas de mercado estão apontando para um futuro em que nossos celulares serão substituídos por óculos inteligentes. E aí sim, estaremos mais próximos ainda de vivermos dentro desse mundo virtual.

Ou seja, para que o metaverso se torne realidade, será preciso atualizar os sistemas de computadores e outras tecnologias, apresentando grandes oportunidades para as Big Techs nacionais e internacionais, com a inclusão de mais poder computacional e de processamento, tanto gráfico quanto de dados, para que seja possível a movimentação dos usuários entre os mais diferentes mundos virtuais. Pelos recentes cálculos divulgados pela maior fabricante mundial de processadores, será necessário um poder computacional 1000x maior que o atual para suportar o metaverso.

Por esse motivo, especialistas acreditam que o metaverso criará um novo ciclo tecnológico, expandindo as capacidades das indústrias de tecnologia com inovação e desenvolvimento de novos produtos. Já parou para pensar em que universo você está e como você pode ajudar a desenvolver um metaverso melhor para as futuras gerações?

*Roger Finger é responsável por Alianças Estratégias e Inovação na Positivo Tecnologia

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