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Como lidar com a volta ao trabalho depois da licença-maternidade

Não se cobre tanto e se organize para passar por essa fase com mais tranquilidade e gerando mais autonomia em seu filho

Voltar ao trabalho depois do nascimento do bebê não faz de ninguém uma mãe pior (Halfpoint Images/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 4 de novembro de 2021 às 16h54.

Última atualização em 4 de novembro de 2021 às 16h54.

Por Natalia Avanci Fontenele

A volta à rotina de trabalho, após o nascimento do bebê, pode parecer um bicho de sete cabeças. O laço construído entre mãe e filho durante a gestação fica ainda mais fortalecido após a mãe tomar o bebê em seus braços e sentir seu cheiro. É mágico. Ali você se torna mãe, e a criança, filho. Por isso, o desprendimento após esse período intenso de dedicação causa ansiedade na mãe e na criança. Afinal de contas, foram 120 dias praticamente só de vocês.

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Mas querer voltar ao trabalho não é apenas normal. Faz parte da vida de todas nós, e isso não torna ninguém uma mãe pior, mas, sim, fala de alguém que também precisa cuidar da carreira. Então, se planejar para esse momento, desde a gestação, é fundamental. O primeiro passo é construir uma rede de apoio de confiança que possa ajudar no momento desse “afastamento”.

Toda mãe precisa escolher as batalhas, mas nenhuma é mais importante que a felicidade de um filho. Sem desmerecer nenhuma outra, como mãe de um menino de três anos, listei cinco dicas para lidar melhor com a culpa de voltar ao trabalho e sobre como tornar esse momento mais fácil para a criança. Confira. Você vai ver que já faz muitas dessas coisas no seu dia a dia no trabalho. Por que não aplicar agora também na maternidade?

1 - Aprenda a delegar tarefas

Depois de passar meses dedicados a cuidar exclusivamente do filho, é comum sentir culpa no retorno do trabalho. A insegurança ao deixar a criança com outras pessoas é um sentimento natural. Contudo, quando isso é inevitável vai ser preciso – e desafiador – delegar a tarefa para outra pessoa. Para amenizar a insegurança, procure construir uma rede de apoio com antecedência. A criança vai ter mais tempo para interagir com essa outra pessoa, ou mesmo com outras pessoas, se você tiver mais de uma. É um momento importante para mãe e para o filho.

2 - Ouça outras experiências. Converse com mães!

Cada experiência de maternidade é única, nós sabemos, mas ouvir outras mães que estão passando ou já passaram por esse momento pode acalmar o coração.

Como mãe, que tem um filho pequeno e uma rotina intensa no hospital, essa troca foi fundamental. É um momento complicado, mas vai passar. Pode confiar!

3- Aproveite melhor seu tempo e entregue qualidade

Coloque qualidade no tempo que você tem com seu filho. Esteja com ele de fato. Organize sua rotina de modo que possa aproveitar e realizar atividades importantes com ele, como brincadeiras e jogos, e acompanhar os grandes marcos da vida dele. Também é importante manter contato com a criança durante o período de trabalho com ligações curtas, por exemplo.

4- Se planeje. A amamentação pode continuar

É possível continuar amamentando, mesmo trabalhando fora. Você tem três opções para armazenar leite: de forma manual ou com uso de bombinha manual e elétrica. Não há um jeito certo, mas, sim, aquele que mais se adequa a cada mãe. Comecem a guardar o alimento 15 dias antes de retornar ao trabalho. Isso vai gerar um sentimento de mais segurança. No freezer, o leite dura 15 dias e na geladeira, 24 horas. Em casa, você pode continuar a rotina de amamentação normalmente até que o bebê queira. Caso precise substituir o leite materno por fórmula, converse com um pediatra e tire todas as dúvidas. E segue tranquila.

5- Seja transparente. Não saia escondido

Jamais faça isso, porque quando a criança perceber, vai sentir uma sensação de abandono. Construa, desde cedo, uma relação de confiança com o bebê. Explique com carinho e “sem choramingos” que precisa se ausentar, mas que estará em casa em breve. Quando ele perceber o seu retorno, dia após dia, o choro vai diminuir. Esse momento é extremamente importante para a criança, pois ele começará a lidar melhor com a ansiedade, algo importantíssimo para seu futuro.

*Natalia Avanci Fontenele é médica pediatra e mãe do Enrico

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