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Com inteligência artificial, varejista de moda reduziu 30% do estoque em lojas e vendeu 12% mais

Leia artigo do CFO da Aramis para entender como a IA pode impactar profundamente o setor

"A importância do estoque está para o vendedor assim como a de cabides e araras na loja" (Aramis/Divulgação)
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Publicado em 26 de março de 2024 às 10h00.

Última atualização em 26 de março de 2024 às 19h26.

Menos pode ser mais? As aplicações da IA no segmento varejista mostram que sim.

Por Fabio Davidovici*

A inteligência artificial não é nenhuma novidade. Todos os dias, especialistas se debruçam para compreender os avanços e novidades da tecnologia. Nada neste processo de aprendizado é exatamente novo para quem está envolvido na área digital e, no meu caso, no varejo. Mas ainda assim, existe algo nas múltiplas possibilidades que este instrumento permite – algumas ainda inexploradas – que geram grandes expectativas em todo o ecossistema varejista.

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Segundo especialistas como Holger Harreis, sócio sênior da McKinsey, por exemplo, a IA Generativa deve resultar em um crescimento de até US$ 275 bilhões em lucros para os setores de vestuário, moda e luxo nos próximos cinco anos .Já a WGSN, autoridade global em tendências, acredita que a ferramenta tem o poder de reestruturar toda a cadeia de varejo de moda,desde o atendimento ao cliente até a cadeia de produção.

O fato é que, em um varejo que busca ir além da tradição do gut feeling, ou seja, da intuição arguta típica do setor, construir uma cultura baseada em dados e em tecnologia é um princípio básico. Mas não para por aí, as aplicações em operações, centros de distribuição, campanhas de marketing, entre outros caminhos, são infinitas e cada vez mais exploradas. Com exceção de uma: o estoque das lojas físicas.

A revolução no fundo da loja

Desde que acompanho o dia a dia de uma varejista de moda masculina, há quase dez anos, testemunho as diferentes usabilidades da inteligência artificial. Contudo, há um vespeiro nunca antes tocado: o estoque das lojas.

A importância do estoque está para o vendedor assim como a de cabides e araras na loja. Completamente fundamental e inegociável. O princípio é ter o máximo de estoque possível para evitar a experiência de levar o cliente até a loja e, ocasionalmente, não ter o produto que ele procura.

Imaginem, então, que ainteligência artificialchegasse com o poder de reduzir todos os estoques e, supostamente, otimizar as vendas? Parece bom demais para ser verdade. Mas é aí que mora, de fato, o poder da tecnologia. Quando digo, no início, que a inteligência artificial não é novidade, não estou me contradizendo com esse tópico agora apresentado. O ponto é como, agora, ela é capaz de mexer o impactar a companhia em todas as pontas.

Para exemplificar, na Aramis , empresa na qual sou CFO, reduzimos os itens nas prateleiras das lojas de cinco para quatro, além de uma redução de 30% nos itens permanentes. Isso significa que, desde 2020, oferecemos em nossas lojas menos produtos e, paradoxalmente, conseguimos vender 12% mais itens em volume.

Como isso acontece?

A solução aparentemente mágica é promovida pela startup israelense Onebeat, que se define como uma plataforma de gestão de estoque. Com a ferramenta, ao invés de distribuir os produtos imediatamente para as lojas, aAramismantém parte deles nos centros de distribuição (CDs) e, quando necessário, reage rapidamente à sua demanda. Hoje, mesmo com menos itens nas lojas e mais nos CDs, a companhia conseguiu reduzir significativamente a ruptura de vendas.

A mentalidade de uso da inteligência artificial, machine learning e modelos de análise de big data é trabalhada de forma transversal aqui na nossa house of brands. Isso quer dizer que não trabalhamos a tecnologia como uma área isolada na companhia, mas integrada diretamente em todos os setores.

Essa tecnologia foi o pontapé para diversas iniciativas na empresa, menciono, entre elas, o uso de machine learning no planejamento de demanda.  Hoje, a Aramis projeta o número certo de SKUs para a próxima coleção de forma altamente granular, além de utilizar esses recursos para estudo do potencial de venda da marca por CEP do país.

Tendo em conta os KPIs promissores, reafirmo: a inteligência artificial não é novidade, mas isso não é demérito. Somando-se a coragem e inovação, a IA é capaz de desafiar o status quo.

* Fabio Davidovici é CFO da Aramis Inc.

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