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Ciclo da Sustentabilidade: uma ferramenta de apoio à jornada ESG

Empresas apontam que o baixo engajamento com pautas ESG estão nas dificuldades de entendimento e falhas na implantação; veja como melhorar isso

Ferramenta organizará a jornada de transformação de uma organização em direção a uma atuação mais responsável com ESG (Thithawat_s/Getty Images)

Ferramenta organizará a jornada de transformação de uma organização em direção a uma atuação mais responsável com ESG (Thithawat_s/Getty Images)

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Publicado em 7 de dezembro de 2021 às 14h55.

Última atualização em 7 de dezembro de 2021 às 15h30.

Por Danilo Maeda*

Os desafios relacionados ao atendimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) exigem envolvimento de todos: governos, sociedade civil e setor privado precisam repensar seus modelos de desenvolvimento. Contudo, a adoção de estratégias alinhadas aos ODS pelas empresas é baixa. Uma pesquisa que realizamos pela Beon, junto com o Instituto FSB Pesquisa com uma amostra representativa das empresas grandes e médias do Brasil, mostrou que 60% delas não possuem estratégia de sustentabilidade, apesar de 80% responderam que consideram questões sociais na estratégia de negócios. Existe interesse no tema, mas também dificuldade de execução.

Entre as PMEs, por sua vez, apenas 8% entendem que “a sustentabilidade é o coração da empresa e está presente em todas as atividades”. Outros 8% possuem “um projeto com práticas estruturadas e acompanhamento dos resultados”. Ou seja: 84% das micro e pequenas empresas atuam no tema sem planejamento, de forma esporádica ou com poucas ações planejadas. Os dados neste caso são do Sebrae.

Entre os principais motivos apresentados para esse baixo engajamento estão as dificuldades de entendimento e falhas na implantação. E, de fato, para quem está começando a se interessar, pode ser difícil lidar com a quantidade de ferramentas, processos e mecanismos disponíveis, além da diversidade de temas a ser endereçados. Para ajudar a endereçar essa questão, recorrente ao longo dos meus anos de consultoria, criamos o Ciclo da Sustentabilidade, que é uma forma de organizar a jornada de transformação de uma organização em direção a uma atuação mais responsável ambiental, social e economicamente. Assim, espero que fique mais fácil responder à pergunta “por onde começar?”

A ferramenta foi desenvolvida a partir de um levantamento e análise de um referencial teórico que reuniu metodologias e ferramentas consideradas referências para gestão da sustentabilidade. Isso inclui desde sistemas e mecanismos de avaliação (especialmente GRI, ISE e sistema B) até publicações sobre adoção de estratégias de sustentabilidade nas organizações, tanto de origem acadêmica quanto de consultores e líderes de opinião no mundo corporativo.

O Ciclo da Sustentabilidade é composto de oito etapas, divididas em dois eixos. As etapas do eixo interno são relacionadas à gestão da organização: 1. Pensamento Sistêmico; 2. Avaliação de Materialidade; 3. Foco e Eficiência; e 4. Melhorias de Gestão e Processos. No eixo externo, temos atividades relacionadas à interação da organização com seus públicos de relacionamento: 5. Engajamento de Stakeholders; 6. Comunicação de Marca; 7. Inovação e Liderança; e 8. Compromissos de Longo Prazo.

A numeração e a ordem propostas servem para organizar as atividades de forma lógica. Isso não impede, contudo, que você avalie o momento vivido pela sua empresa para desenvolver e implantar sua própria estratégia, de acordo com suas prioridades e condições. Em cada etapa, existem ferramentas específicas — algumas delas já apresentadas neste espaço. Neste final de ano, quero propor uma reflexão a partir desta visão geral apresentada no Ciclo. Olhe para essa jornada e tente pensar como sua organização pode caminhar em direção à sustentabilidade com consistência e investimentos condizentes com o tamanho de sua operação. A jornada é longa, mas fica o convite. Vamos juntos?

*Danilo Maeda é head da Beon, consultoria de ESG do Grupo FSB

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