Confira 3 reflexões sobre o desastre no litoral (FERNANDO MARRON/Getty Images)
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Publicado em 8 de março de 2023 às 20h00.
O mundo corporativo tem transbordado de pautas ESG, mas na minha visão, precisamos passar por uma tragédia como a ocorrida no litoral norte de São Paulo para lembrarmos com mais força das letras E e S. O Environment (ambiente) tem se falado médio e feito menos ainda, já no S (social) tivemos um belo exemplo de mobilização de diversas esferas da sociedade para acolher e minimizar a dor das vítimas.
Eu estava lá, por sorte a cerca de 2 quilômetros do primeiro grande deslizamento e saí ileso, graças a Deus. Mas lá vou eu de novo pensar em como isso tem a ver com nosso dia a dia como empresário e executivo.
O que podemos aprender com tudo isso? Aqui abaixo algumas reflexões, e já ressalto que foram de conteúdos que li e vi na mídia.
O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta para Desastres Naturais) avisou 48 horas antes o Governo do Estado, governo federal e Defesa Civil. Ninguém soube como conduzir essa informação ou com se preparar para isso (Falta de treinamento?). A Defesa Civil disparou SMS para diversos moradores da região, mas notificando apenas que haveria chuvas fortes com riscos de alagamento. A falta de treinamento e comunicação truncada foram incapazes de antecipar uma ação no local que pudesse prevenir as perdas gigantescas que ocorreram.
Deixando de lado a questão da tragédia, foi bonito de ver líderes sociais como o Edu Lyra da Gerando Falcões, mobilizar a população e grandes empresas, de forma imediata, para arrecadar doações de alimentos e produtos de primeiras necessidades. Mas como estava lá, ouvi também de muitos amigos e conhecidos da região, de “líderes anônimos” que saíram no meio da tempestade para ajudar as pessoas na área de risco já prevendo o pior. Pessoas com pouco ou zero recursos, que se arriscaram para ajudar o próximo.
Nesse ponto minha reflexão é: Por que só nos mobilizamos na tragédia? Por que em nossas empresas apagamos mais incêndios, do que prevenimos? Qual é a nossa dificuldade em nos planejarmos, mapearmos os riscos de um projeto ou de uma execução mal feita? Pense se está com uma agenda mais focada no “urgente” do que no “importante”.
Posso parecer sonhador demais, mas enquanto não seguirmos e agirmos em cima dos nossos valores e crenças, pouca coisa vai mudar. Espero que não caiamos no esquecimento dessa tragédia, espero que, de verdade, sociedade civil, governos e iniciativa privada façam esse cenário mudar. O político cumpra suas promessas de campanha, as empresas não façam apenas doações para tirar foto e postar nas redes sociais e por aí vai.
Como diz meu amigo Edu Lyra: “Vamos construir mais pontes e menos muros!”.
*Carlos Guilherme Nosé é CEO e sócio da FESA Group
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